Débora Sampaio
O presidente da República, Michel Temer, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e comandante da Marinha, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, participaram, na manhã desta sexta-feira (9), da cerimônia alusiva ao 152º aniversário da Batalha do Riachuelo, data magna da Marinha do Brasil, que faz referência ao mais importante embate da Armada na Guerra da Tríplice Aliança. A solenidade foi realizada no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília.
Em mensagem do presidente Michel Temer, lida durante a cerimônia, o trabalho da Força Naval no cumprimento da missão de defender a pátria foi destacado. “Guardiã do mar que nos cerca e dos rios que cortam nosso território, a Marinha protege nossas imensas riquezas – as já descobertas e as ainda por descobrir. Protege os principais meios de escoamento da produção nacional e o nosso vastíssimo litoral, de importância estratégica no Atlântico Sul”, afirmou o presidente.
Também foram lembradas na mensagem presidencial a atenção dada pela força naval às comunidades isoladas levando cidadania à população carente; as pesquisas conduzidas em ilhas oceânicas e no Continente Antártico aos programas estratégicos da Base Industrial de Defesa; e o profissionalismo dos militares em Operações de Paz das Nações Unidas, como no Líbano e no Haiti. “A Marinha mantém, igualmente, intensa cooperação com diversos países, promovendo o diálogo e aproximando nações amigas”, destacava o texto.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, falou, em discurso, da importância de reverenciar os heróis da Batalha do Riachuelo. “Batalha onde triunfa a liderança, o heroísmo, a capacidade e a bravura da Marinha, dos marinheiros, dos nossos fuzileiros navais. Batalha que antecipou o fim daquela guerra e que significou o poupar vidas. E faz também a gente lembrar que o Brasil é um país pacífico, mas não é um país indefeso. Por isso, é tão importante reverenciar seus heróis e essa data magna da Marinha representa uma conquista, não só para própria Marinha, mas para todos os brasileiros”, lembrou Jungmann.
Na ordem do dia, o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira fez um breve histórico sobre a Batalha do Riachuelo e contou sobre a atuação do almirante Francisco Manuel Barroso para vencer a batalha. “No dia em que celebramos a data magna da Marinha, prestamos uma homenagem àqueles indomáveis marinheiros e soldados embarcados, os quais nos deixaram exemplos de tenacidade e patriotismo. Ao cultivarmos seus grandes feitos, sejamos estimulados a enfrentar as dificuldades do presente com a mesma coragem e determinação”.
Após a cerimônia, o comandante da Marinha ainda completou “Antes de nós, outros tiveram grandes dificuldades, grandes problemas e superaram de uma forma heroica, construindo o Brasil que nós temos hoje. Nós vamos passar um Brasil melhor para os nossos filhos e netos. Essa é a grande mensagem do 11 de junho. E, hoje, mais do que nunca, essa mensagem não é só da Marinha, é das Forças Armadas, é do Ministério da Defesa, que vem integrando, vem aumentando a interoperabilidade das Forças, porque a guerra moderna, os conflitos modernos, exigem a interoperabilidade”.
Além das mensagens do presidente Michel Temer e do comandante da Marinha, a solenidade contou com o toque da vitória e a salva de 17 tiros em homenagem aos heróis da batalha.
Ordem do Mérito Naval
Cerca de 143 personalidades civis e militares, que prestaram relevantes serviços à Marinha do Brasil, foram agraciadas com a medalha da Ordem do Mérito Naval. É o caso do suboficial naval de engenharia, Sandro Ricardo de Araújo, que tem 29 anos de serviços prestados à Força e atua no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília. “Ao ser agraciado tenho o sentimento de dever cumprido, diante de várias missões ao longo da carreira que tive a oportunidade de executar e hoje a satisfação de ser reconhecido é muito gratificante”, ressaltou o suboficial.
Batalha do Riachuelo
A Batalha Naval do Riachuelo é considerada, pelos historiadores, como uma batalha decisiva da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-1870) – o maior conflito militar na América do Sul, somente superado em vítimas, no Novo Mundo, pela Guerra Civil Americana (1861-1865).
Fotos: Sgto Manfrim/MD