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“Caveiras” de Roraima treinam guerrilha no Chile

Cyneida Correia

"Valente, voraz, destemidos, caveiras de força, coragem e união, avencemos com força e honra e fazendo ecoar a grande vitória do ser Caveira!". É ao som desta canção militar que os alunos do Curso de Operações Especiais da Polícia Militar de Roraima se prepararam para embarcar para o Chile, onde vão fazer treinamento de guerrilha.

São cinco meses e 1.100 horas correndo quilômetros, rastejando na lama, mergulhando, descendo de rapel, dormindo pouco sem demonstrar cansaço, treinando no sol e na madrugada. Quinze horas de treinamento diário e sem reclamar. Não é para qualquer um.

Na seleção, dos 46 concorrentes só 28 foram aprovados. Destes, 10 já desistiram do curso. Mas os que sobreviverem, sem pedirem para sair, se tornam "Caveiras", especialistas em resgates na mata e ações de risco, incursões em favelas dominadas e terrorismo.

O curso tornou-se um dos melhores do País, pois vai levar seus integrantes para fazer especializações em varias cidades e em polícias especializadas da América Latina, como a do Chile. Tudo para se preparar para a Copa do Mundo de 2014.

Segundo o vice-governador Chico Rodrigues, a preocupação é formar profissionais de segurança pública para atuar em grandes eventos que serão realizados no Brasil. "Estes homens deverão ser solicitados para atuar na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016. Deverão integrar as forças que farão a segurança desses eventos", afirmou.

Os policiais estão no Rio de Janeiro aprendendo noções de combate em favelas com o Bope e aproximação de pontos críticos com os Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. Depois seguirão para Brasília, onde vão treinar ações com explosivos e agentes químicos com a PM e regaste de reféns com a Polícia Federal.

Na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), os participantes treinarão combate ao terrorismo. Já em Goiás, os alunos vão aprender invasão tática com uso de explosivos. Com a polícia de Santiago, no Chile, vão combater sequestro e terrorismo com os carabineiros, um grupo especial da polícia chilena.

Na volta ao Brasil , eles fazem treinamentos no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), no Batalhão de Operações Ribeirinhas e no Grupamento Aéreo do Amazonas. "Buscamos o que tinha de melhor para oferecer um curso completo aos nossos profissionais e o que mais interessa para nossa região para nos tornarmos a melhor policia do Brasil", destacou o coordenador do curso, tenente Paulo Cezar.

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