Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores do Brasil e do Paraguai estarão reunidos na nesta segunda-feira, dia 4 de abril, em um encontro político-estratégico, chamado mecanismo 2+2.
Aldo Rebelo e Diogenes Martinez, respectivamente, ministros da Defesa do Brasil e do Paraguai, pretendem, durante a reunião bilateral, ratificar a cooperação nos segmentos de exercícios e operações combinadas e simultâneas, capacitação e treinamento, defesa cibernética, Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), dentre outros temas oportunos.
Atualmente, os dois países atuam em parceria na área de defesa, com o intercâmbio de conhecimento na área militar, operações e exercícios conjuntos realizados pelas marinhas dos países, e nas tratativas para aquisição por parte do Paraguai de aeronaves brasileiras, modelo Super Tucano.
Unasul
Com a participação dos ministros das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Mauro Vieira, e do Paraguai, embaixador Eladio Loizaga, serão debatidos durante a reunião temas relacionados à União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
A proposta é abordar assuntos pertinentes ao Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS), ao Centro de Estudos Estratégicos de Defesa (CEED), à Escola Sul-Americana de Defesa (ESUDE), à Junta Interamericana de Defesa (JID), à XII Conferência de Ministros de Defesa das Américas, e aos trâmites para as operações de manutenção da paz das Nações Unidas.
A ideia é que durante o mecanismo 2+2 seja assinado ainda o acordo de cooperação para estabelecer ações de preservação da memória e da história do conflito da Tríplice Aliança, abrangendo a preservação dos documentos e sítios históricos e instrumentos e materiais usados na guerra.
A expectativa é também renovar o acordo relativo à cooperação militar e à ratificação do Acordo-Quadro sobre cooperação em matéria de defesa.
Ministros homenageiam combatentes da Guerra da Tríplice Aliança
Os ministros da Defesa do Brasil, Aldo Rebelo, e do Paraguai, Diógenes Martínez, renderam homenagens conjuntas aos mortos dos dois países na Guerra da Tríplice Aliança, depositando coroas de flores nos monumentos que relembram as grandes batalhas travadas na região da Fortaleza de Humaitá, às margens do Rio Paraguai.
Os ministros lembraram o esforço e o patriotismo dos soldados dos quatro países que combaterem por suas bandeiras. As homenagens foram realizadas nos locais dos combates, enaltecendo o heroísmo dos guerreiros, tanto nos sítios que lembram vitórias paraguaias, em Curupaiti e Humaitá ( a fortaleza nunca foi derrotada), como nos locais de vitórias dos aliados, em Paso de Patria, Estero Bellaco e Tuiuti (não foram visitados outros campos de batalha).
Nessa oportunidade, os ministros fizeram questão de percorrer o rio Paraguai, onde se travaram os combates navais, para render homenagens aos marinheiros do Brasil e Paraguai mortos nos enfrentamentos fluviais. No local do afundamento dos encouraçados brasileiros Rio de Janeiro e Jequitinhonha, os ministros se detiveram para ouvir o toque de silêncio em homenagem aos caídos, como se diz no Paraguai.
Aldo Rebelo e Diógenes Martínez incluíram na agenda de cooperação entre os dois países o desenvolvimento de um projeto para arrefecer os efeitos da memória do conflito. Esse projeto vai promover aprofundamento dos estudos históricos, a preservação dos sítios históricos e um levantamento dos troféus de guerra em poder dos dois países. Um desses projetos é recuperar o encouraçado Rio de janeiro, que ainda está no fundo do Rio Paraguai.