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Brasil – 2ª consumidor de cocaína do mundo

André Luís Woloszyn 
Analista de Assuntos Estratégicos

Um estudo inédito realizado pela Universidade Federal de São Paulo divulgado nos últimos dias aponta que o Brasil deixou de ser apenas corredor de exportação de drogas ilícitas para se transformar no segundo maior consumidor de cocaína do mundo, com 2,8 milhões de usuários, atrás apenas dos Estados Unidos com 4 milhões. E, pode ser o maior consumidor de crack do ranking mundial com mais de 1 milhão de usuários. O estudo indica ainda, que o país responde por 20% do mercado mundial da droga e que 60% da cocaína produzida na Bolívia é destinada ao país. O maior número de usuários está concentrado na região sudeste com 46%, o que incluiu os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Esta posição deverá ter impacto direto no índice de violência e criminalidade, notadamente homicídios, uma vez que as maiores organizações criminosas que lidam com o tráfico de drogas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), dentre outras, tem suas bases nestes estados.

Prossegue a pesquisa afirmando que a região Nordeste concentra 27% dos usuários, Norte e Centro Oeste com 10% respectivamente e Sul com 7%. Como o país faz fronteira com países latino americanos reconhecidamente os maiores produtores de drogas ilícitas e a comprovada relação destas organizações criminosas com suas congêneres latinas os dados da pesquisa podem ser considerados um alerta as autoridades brasileiras para a necessidade de incrementar os esforços de combate ao tráfico de drogas, especialmente o controle de fronteiras. Inobstante, o resultado do estudo também acaba criando um sério questionamento. Se as Unidades de Polícia Pacificadora, conhecidas como UPPs tem pacificado as maiores favelas do Rio de Janeiro, coibindo inclusive, o tráfico de drogas, onde e como estarão atuando o Comando Vermelho e suas facções rivais?

A constatação levantada na pesquisa era apenas uma possibilidade que lamentavelmente veio a se concretizar e se alinha a visão de diversos especialistas como a de Douglas Farah, que afirmou em recente entrevista a Revista Veja, que o “Brasil é o maior prejudicado pela aliança que governos de países da América Latina estabeleceram com traficantes”. E a julgar pela atual conjuntura, o quadro tende a se agravar  pois temos potencial suficiente para desbancar os EUA neste ranking em  menos de uma década.

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