Com base em notícias
do Ministério da Defesa
O ministro da Defesa Raul Jungmann esteve reunido, às 09:00 Horas da manhã, de segunda-feira (13NOV2017), uma com o influente subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, Thomas A. Shannon Jr. Na pauta, a possibilidade de criação de uma Autoridade Sul-americana de Segurança, junto com Ministério da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para lidar com a criminalidade, principalmente, na região de fronteira.
Segundo o ministro da Defesa, no Brasil, o crime organizado se nacionalizou e se transnacionalizou, o que representa um risco à sociedade, às instituições e à democracia.
Shannon, que conduziu a embaixada norte-americana no Brasil de 2011 a 2013, ressaltou a importância do compartilhamento de informações, experiências e inteligência entre governos no combate ao crime organizado internacional.
Diplomata de carreira, Thomas Shannon é muito ligado ao partido Democrata, mas sua capacidade foi aproveitada pela administração Trump. Embora no seu período na Embaixada americana, em Brasília DF, as relações Brasil-Estados Unidos tenham atingido seu pior momento, devido as caso Snowden. Shannon era a arma de Washington, para conseguir o Programa F-X2 para a Boeing com o F/A-18E/F Super Hornet II, o que segundo declarações do Brigadeiro Saito, seria a preferência da então presidente Dilma Rousseff.
A colaboração entre os Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores também foi tema do encontro com subsecretário norte americano. Criada em 2016, a Comissão interministerial teve início com as negociações entre o ministro Jungmann e o então ministro José Serra, e teve continuidade com o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. A Comissão discute temas estratégicos e ligados à base industrial de defesa, além da cooperação internacional. A parceria vem consolidando uma agenda convergente de defesa e diplomacia.
Durante o encontro, Jungmann lembrou ainda que os Estados Unidos são um dos 23 países que participou do AMAZONLOG17, Exercício Multinacional Interagências de Logística Humanitária, que ocorreu de 6 a 13 deste mês, em Tabatinga (AM), na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.
O evento, inédito na América do Sul, contou com quase dois mil participantes. O objetivo foi desenvolver doutrina para ações humanitárias, com resposta rápida a adversidades causadas por ondas migratórias, catástrofes e acidentes.
Por fim, foi discutida a promoção bilateral da indústria de defesa e a participação brasileira em operações de manutenção de paz da ONU após o encerramento da missão no Haiti.
Foi a decisão pessoal do presidente Bush e a ação efetiva da então Embaixadora Donna Hrinak, que o Brasil assumiu a posição de comando no Haiti.
Indústria de Defesa
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, participou também, na manhã da segunda-feira , em Washington (DC), de uma reunião com o setor aeroespacial privado norte-americano. O encontro foi para ampliar a cooperação entre os dois países, estabelecendo uma agenda de interesses em comum, além de identificar possíveis parcerias e principais políticas.
Com a presença de representantes de diversas empresas e associações foram abordados alguns dos temas prioritários para as duas nações, com o intuito de gerar pautas que possam ser consolidadas em negócios para indústrias de defesa.
Segundo Jungmann, os governos americano e brasileiro devem manter abertos os canais de comunicação governamentais para que continuem a ser apontados modelos de cooperação binacional de médio e longo prazo. O ministro brasileiro argumentou que a política de defesa dever ser articulada como uma questão de Estado e que suas agendas principais tenham
Ele explicou que o setor aeroespacial é estratégico para o Brasil: “Nós estamos reformulando toda sua governança para dar para mais previsibilidade e, sobretudo, condições de exercer o nosso potencial nessa área, que precisa de uma ampliação e uma maior atenção em termos governamentais” disse Jungmann.
Na oportunidade, o ministro encorajou a participação de empresas norte americanas nos processos licitatórios do segundo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O primeiro dos três satélites do programa foi lançado em maio deste ano, da base de Kourou, na Guiana Francesa . O satélite possui uso dual, civil e militar. Nas comunicações civis utiliza a banda Ka, o que possibilita acesso à conexão em banda larga em todo o território nacional. A carga útil militar, composta pelas bandas X e Ka militar, permite tramitar informações afetas à área de defesa.
A vice presidente da CompTIA (Information Technology industry & Association), associação comercial que representa a indústria de tecnologia norte americana, Liz Hyman, participou do encontro. Ela acredita que o Brasil é um mercado aeroespacial promissor que poderá despertar o interesse de diversos investidores norte americanos. “O conselho empresarial espacial é um conjunto de empresas interessadas em centros de mercado globais e oportunidades de promoção comercial. Nossa missão é trabalhar com parcerias públicas e privadas. É uma honra participar desta reunião com o Brasil”, destacou Hymann.
Diálogos da Indústria de Defesa
O primeiro “Diálogo da Indústria de Defesa Brasil e Estados Unidos”, realizado em setembro de 2016, em Brasília, reuniu cerca de 150 representantes dos setores público e privado. Durante o encontro foi assinada uma carta de intenção para explorar a colaboração conjunta do comércio de defesa.
Em 22 de março de 2017, o Departamento de Defesa dos EUA e o Ministério da Defesa do Brasil assinaram um acordo mestre de troca de informações (MIEA), que prevê a expansão da colaboração de pesquisa e promove o desenvolvimento de novas tecnologias de defesa.
No início de outubro deste ano, aconteceu também aqui em Washington (D.C.), o Segundo Diálogo da Indústria de Defesa EUA-Brasil (DID). Além de gerar uma discussão na área de defesa, o encontro também possibilitou o desenvolvimento de uma melhor compreensão de regulamentos e o avanço no reconhecimento mútuo da certificação de produtos militares.
Desde o início das negociações já foram alcançados progressos nos controles de exportação e de outras questões regulamentares. A expectativa para este segundo ano é fortalecer o comércio bilateral de defesa e investimento e aumentar a cooperação tecnológica.