Emane Oliveira
A comprovada espionagem dos Estados Unidos no Brasil continua repercutindo negativamente nos negócios bilaterais, especialmente na compra de novos caças pela Força Aérea Brasileira (FAB). É cada vez mais forte a possibilidade de os americanos serem deixados de lado, o que configuraria um cenário de disputa só entre franceses e suecos.
— Quando você compra um equipamento dessa natureza, com esse valor, não dá para levar em conta somente questões de natureza técnica. É preciso fazer uma análise geopolítica e todos esses fatos relativos à espionagem, assim como seus desdobramentos, colaboram contrariamente — disse uma fonte do governo brasileiro.
O certo é que a Rússia continua de fora da disputa, uma vez que a concorrência do programa FX-2, da qual os russos não são finalistas, não foi abortada.
O Brasil, no entanto, trata com a Rússia sobre o desenvolvimento conjunto de uma aeronave de quinta geração, com característica de não serem identificadas por radar. Na última semana, durante encontro entre o ministros da Defesa Celso Amorim e o russo Sergei Shoigu, o brasileiro disse que o Brasil está disposto a discutir o trabalho conjunto.
A decisão caberá à presidente Dilma, que tem sido pressionada pelos militares a agir rápido.