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América Central – Viaturas Blindadas em apoio as Forças de Segurança

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Santiago Wills

Exército de El Salvador utiliza veículos blindados na luta contra gangues violentas

O Exército de El Salvador está aumentando de forma significativa a utilização de viaturas blindadas para enfrentar as gangues de rua violentas como Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18 (M-18) em várias das cidades do país.

As tropas do Exército estão utilizando veículos blindados M1151, que são versões aprimoradas dos HMMWVs (Humvees); viaturas blindadas multitarefa M1165, picapes modificadas e veículos blindados produzidos no país como o VCTA1 e VCTA2 para dar cobertura e apoio durante as operações urbanas.

“Adaptamos nossos métodos de combate às missões que já recebemos no conflito”, disse o Coronel Lucio Edilberto Moz Linares, diretor do 8º Grupo de Chefes do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de El Salvador, em 1º de Julho, na 4ª Conferência Anual de Veículos Blindados da América Latina em Bogotá, Colômbia.

Histórico da utilização de veículos blindados

O exército salvadorenho utiliza veículos blindados há mais de quatro décadas, desde 1969, quando a Cavalaria do país adquiriu tanques leves norte-americanos M3 Stuart projetados para a guerra convencional. E, no início da década de 1980, empresas privadas salvadorenhas construíram seus primeiros APCs e tanques leves, que foram utilizados pelo Exército na Guerra Civil do país.

Em 1985, o Cashuat foi seguido por 20 Astroboys, veículos blindados leves construídos usando a picape Ford F-250. Eles foram importantes na chamada “Ofensiva Final” da Guerra Civil, que durou de 1979 a 1992. De 1992 até a metade dos anos 2000, os veículos blindados quase não foram utilizados, em grande parte por que a Guerra Civil havia acabou e poucas ameaças internas exigiam sua presença, disse o Cel. Moz Linares.

Mas isso começou a mudar no final da década de 2000, quando as forças de segurança salvadorenhas enfrentaram a violência crescente das gangues MS-13 e Barrio 18 depois que as duas formaram alianças com os cartéis mexicanos para o transporte de drogas através de El Salvador.

Como consequência, no final de 2009, os Estados Unidos doaram um lote inicial de 18 Humvees, que o Exército de El Salvador incorporou à frota da Cavalaria. Os EUA fizeram várias doações durante os cinco anos seguintes – na última doação, forneceram cerca de 50 viaturas M1151s e M1165s, além de 25 M1025 Humvees.

Unidade Especializada FER do Exército repele ataque de gangue

Em abril, as Forças Armadas incorporaram muitos dos Humvees às recém-criadas Forças Especiais de Reação (FER), unidade estratégica do Exército com 600 soldados divididos em três batalhões.

A tarefa principal é combater as gangues e organizações criminosas dando apoio à polícia local e a outros militares. Desde sua criação, soldados da FER repeliram um ataque da M-18 em Zacatecoluca, no departamento de La Paz; combateram as gangues que haviam atacado a polícia em Jucuapa, no departamento de Usulután; e realizaram patrulhas de segurança em cidades de todo o país.

“Os Humvees nos dão versatilidade”, afirmou o Cel. Moz Linares. “São um grande apoio para as unidades de segurança pública em nossa luta contra o flagelo das maras”.

Além dos Humvees, o Exército tem se beneficiado do uso do VCTA1 e do VCTA2, dois veículos blindados fabricados no país que possuem canhões de 20 mm. Apresentados em 2011, esses veículos blindados foram produzidos com a utilização de chassi Dodge Ram. Desde sua introdução, foram usados na maioria das operações urbanas contra gangues, por serem resistentes a armas de grosso calibre, granadas e outros explosivos, de acordo com o Cel. Moz Linares.

“Queremos continuar melhorando nossa frota, fazendo investimentos de baixo custo nos veículos que já produzimos e na frota de Humvees que já temos”, concluiu.
 

Exército da Guatemala combate crime transnacional com veículos blindados renovados

O Exército da Guatemala, trabalhando em conjunto com a Marinha, a Força Aérea e a Polícia Nacional, está usando uma frota de veículos blindados renovados para combater o crime transnacional e guardar as fronteiras do país.

A Brigada de Infantaria Marítima da Guatemala, a Força-Tarefa Interagências (IATF) Tecún Umán e a IATF Chortí usaram uma frota de veículos leves blindados modificados e caminhões pick-up Toyota para desferir vários ataques contra grupos do crime organizado que traficam drogas e pessoas através das fronteiras do país com México e Honduras. Os caminhões foram blindados e modificados pelas Forças Armadas da Guatemala.

“O monopólio da força que os Estado alcançou com esses veículos contribuiu muito para nossa missão”, disse o Coronel Ader Bartres García, Comandante da Brigada de Infantaria Marítima das Forças Armadas, em 1º de julho, durante uma apresentação na 4ª Conferência Anual de Veículos Blindados da América Latina, em Bogotá, Colômbia.

Uso de veículos armados declinou após fim do conflito civil

De 1996 — ano que marcou o fim da Guerra Civil na Guatemala — até 2014, o uso de veículos blindados pelo Exército da Guatemala declinou consideravelmente, disse o Coronel Bartres García.

No início da década de 1980, no auge do conflito internacional, as Forças Armadas criaram e produziram seu próprio Blindado de Transporte Pessoal (APC, na sigla em inglês), um veículo 4×4 reforçado chamado de Armadillo, semelhante ao Commando LAV-100 americano. Também conhecido como Cusuco, o Armadillo era ideal para guerra urbana e para terrenos planos em certas áreas do país. Poderia ser equipado com armas .50 operadas manualmente e, mais importante, poderia resistir às granadas impulsionadas por foguetes (RPGs) dos guerrilheiros.

O Exército usou os Armadillos até o fim da Guerra Civil, quando o governo reduziu seu orçamento e o número de sodados. Depois, só voltou a precisar de de veículos blindados em 2012, quando organizações do narcotráfico, inclusive alguns cartéis mexicanos como Los Zetas e La Familia Michoacana, aumentaram suas operações na Guatemala, usando o país como ponto de transbordo para cargas de drogas da América do Sul. As novas ameaças representadas por essas organizações criminosas transnacionais motivaram o governo a aumentar consideravelmente o tamanho e o orçamento do Exército e criar grupos interinstitucionais capazes de garantir a segurança pública em departamentos fronteiriços como Petén, San Marcos, Huehuetenango, Quiché, El Progreso, Chiquimula e Izabal.

Cooperação internacional

Logo após, em meados de 2013, a Guatemala criou sua Brigada de Infantaria Marítima e a IATF Tecún Umán. O esforço recebeu apoio internacional, inclusive dos Estados Unidos, que doou 82 veículos blindados Jeep J8, 25 pick-ups e nove caminhões para as unidades da IATF Tecún Umán e Chortí . Esses veículos têm sido continuamente enviados para a luta contra cartéis de drogas, contrabandistas de pessoas e organizações do crime transnacional; sua velocidade e manuseio em terrenos não planos nas áreas de fronteira os tornaram essenciais para o sucesso das Forças-Tarefas e do Exército, segundo o Coronel Bartres García.

Em apenas alguns meses após sua criação, a IATF Tecún Umán, que tem uma frota de 42 J8, desmontou nove estruturas criminosas na região norte do país e, em 2014, desferiu mais ataques contra contrabandistas internacionais e narcotraficantes.

Desde então, em 23 de janeiro, uma operação liderada pela IATF Tecún Umán resultou na interceptação de 12,7 t de anfetaminas avaliadas em cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 3,7 bilhões). Os soldados encontraram as drogas em um barraco na cidade de La Blanca, no departamento de San Marcos, na fronteira com o México.

Enquanto isso, no sul da Guatemala, a IATF Chortí, cuja frota inclui 46 J8, juntou-se aos colegas hondurenhos como parte da Força-Tarefa Binacional Maya-Chortí. Em abril de 2015, cerca de um mês após a formação dessa parceria, as forças capturaram 15 suspeitos e identificaram 62 rotas de tráfico de drogas e de pessoas usadas por organizações criminosas na região de fronteira.

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