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Alvos identificados na Operação Ágata 4 podem resultar em novas ações na Amazônia

As pistas clandestinas, as áreas ilegais de garimpo e os pontos usados para tráfico de entorpecentes e de animais silvestres podem ser alvos de novas operações das Forças Armadas na região da Amazônia. A determinação foi transmitida pelo chefe de Operações Conjuntas (CHOC), do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general João Carlos Vilela Morgero, durante videoconferência que marcou o encerramento oficial da Operação Ágata 4.

A ação militar realizada entre 2 e 17 de maio contou com aparato de 8,5 mil militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB), além de funcionários civis de 18 agências ligadas a dez ministérios.

A FAB levantou 11 pistas clandestinas – além da que foi explodida às margens do rio Catrimani, a 230 quilômetros de Boa Vista, no estado de Roraima – que passarão pelo processo de limpeza da área, como, por exemplo, a retirada de moradores para, em seguida, serem destruídas. Os números finais da operação Ágata serão encaminhados pelo Comando Militar da Amazônia (CMA) ao Ministério da Defesa até o dia 25 de maio. Em seguida, será produzido documento com todos os detalhes da operação militar.

Para o patrulhamento de 5.128 quilômetros de fronteiras do Brasil com Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa foram empregados 3.331 militares da Marinha, 4.078 do Exército e 1.037 da FAB. A operação contou com a participação de 11 navios, nove helicópteros, 27 aviões e 65 veículos automotores.

O comandante da Força Aérea Componente (FAC), brigadeiro Marcelo Damasceno, disse que a operação permitiu mapear uma região fronteiriça de 5,2 mil quilômetros. Isso significa a distância entre Lisboa (Portugal) e Moscou (Rússia). O total de quilômetros voados pelas aeronaves da FAB durante a operação – 211 mil – representa cinco voltas em torno do planeta Terra.

Brasil tem mapa das fronteiras

Os resultados da Operação Ágata 4 servirão para que o governo federal tenha o diagnóstico dos 16.886 quilômetros de fronteira do Brasil com dez países sul-americanos. A afirmação foi feita pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, ao avaliar na última terça-feira (15/05), em Manaus (AM), a megaoperação.

Amorim percorreu trechos da região onde se desenrolou a Ágata 4 acompanhado do vice-presidente da República, Michel Temer; do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito; do chefe do EMCFA, general José Carlos De Nardi; e dos comandantes da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto; do Exército, general Enzo Peri; e da FAB, brigadeiro Juniti Saito.

“Com a Operação Ágata 4 completamos o patrulhamento da fronteira brasileira. Nesse período, fizemos o levantamento de áreas estratégicas. Um aspecto importante que devemos destacar foi a interoperabilidade das Forças Armadas”, disse o ministro.

A Ágata é parte do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado em junho do ano passado pela presidenta Dilma Rousseff. As ações no âmbito dessa operação são coordenadas pelo EMCFA. Após a realização da Ágata, o governo deflagra a operação Sentinela, sob comando do Ministério da Justiça.

Operação em Roraima

O segundo dia de visita na região Norte começou no município de Bonfim (RR), distante 130 quilômetros de Boa Vista (RR). Lá, o vice-presidente Temer e os ministros Amorim e general José Elito (GSI), com os comandantes das Forças Armadas, conheceram o 1º Pelotão Especial de Fronteira (PEF), localizado perto da divisa de Roraima com o Suriname. Depois, as autoridades estiveram numa escola onde se realizaram atendimentos médico e social.

De Boa Vista, a comitiva seguiu para Manaus, onde foi recebida pelo governador Omar Aziz, o vice-governador José Melo, bem como autoridades locais. No CMA, na central montada para coordenar os trabalhos da Ágata 4, foi feita a apresentação das ações em apoio à defesa civil nos municípios que enfrentam problemas de enchentes.

O chefe do Estado-Maior do CMA, general José Luiz Jaborandy Junior, contou que desde o dia 10 de maio os militares atuam em cooperação com o setor de defesa civil do Amazonas. Segundo ele, a participação das Forças Armadas utiliza aparato que permite socorrer a população ribeirinha.

O comandante do 9º Distrito Naval, vice-almirante Antonio Carlos Frade Carneiro, explicou que a Marinha vem ajudando os moradores da região Norte desde fevereiro. Inicialmente, equipamentos como navio-hospital e lanchas foram empregados em apoio aos municípios do Acre. Nesta semana, a Marinha deslocou os navios para a região metropolitana de Manaus.

No mesmo sentido, o 7º Comando Aéreo Regional (Comar) entrou na operação nos atendimentos médico e hospitalar com a participação efetiva no Hospital de Campanha (HCamp) que foi montado numa balsa e se localiza no bairro de São Raimundo, em Manaus. O brigadeiro Nilson Soileti Carminati, comandante do 7º Comar, disse que o HCamp poderá ser deslocado para outras áreas do Amazonas.

Após as exposições, o governador Omar Aziz agradeceu a ajuda do governo federal neste momento de dificuldades e anunciou investimentos de US$ 280 milhões em obras de recuperação dos igarapés e remoção de 4 mil famílias que ocupam as áreas de risco. Para o governador, a ação das Forças Armadas tem sido fundamental nessa região do país.

Para o vice-presidente Temer e o ministro Amorim, a ação em conjunto das tropas é fundamental para os resultados da Ágata – que tem o objetivo de assegurar a presença mais frequente do estado na região de fronteira. Até o fim do ano devem ocorrer mais duas edições da Operação Ágata.

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