Alexandre Gonzaga
Ascom – Ministério da Defesa
“Os episódios que testemunhei, com o trabalho das Forças Armadas, mostram que o Brasil pode ser fraterno e patriótico. Com estado de espírito elevado, as tropas atuam de forma profissional, eficiente e solidária junto a seu povo.” Essas palavras do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, encerraram o terceiro dia de atividades no teatro de operações da Ágata 10, na Amazônia Ocidental.
Nas proximidades de Manaus (AM), no Rio Negro, o ministro Rebelo observou na manhã deste domingo (25), o Ponto de Controle Fluvial, no Encontro das Águas, considerado um local de grande confluência de embarcações e mercadorias. Na ocasião, Aldo Rebelo e sua comitiva conversaram com os militares e outros agentes públicos que participam da ação e ouviram o testemunho de pilotos fluviais que navegam pelos rios da região.
Em seguida, a comitiva deslocou-se para a cidade de Novo Airão, a 106 km da capital amazonense e com cerca de 18 mil habitantes. Lá acontecia uma ação cívico-social (Aciso). No evento, organizado pela Marinha, Exército e Aeronáutica, foram oferecidos dezenas de serviços médico, odontológico, sociais e recreativos.
Apenas neste domingo, 7.642 mil pessoas foram assistidas em consultas nas especialidades de dermatologia, ginecologia, pediatria, oftalmologia, clínico-geral, radiografia, ultrassonografia, mamografia, ortopedia, otorrinolaringologia, além de exames laboratoriais, emissão de documentos, distribuição de medicamentos, oficinas de pintura, entre outras atividades e serviços.
André Vasconcelos, aluno do ensino fundamental, foi um destes beneficiados. O botafoguense de 11 anos tirou seu primeiro documento de identidade. Em entrevista à imprensa local, o ministro Aldo declarou que a Operação Ágata representa o esforço da presença ostensiva do Estado brasileiro em uma região muito remota, com baixa densidade demográfica, com presença rarefeita das próprias organizações públicas.
“As Forças Armadas vêm com uma presença mais frequente nessas áreas, que são marcadas pela vulnerabilidade social e a ocorrência de crimes transfronteiriços”, comentou. Segundo ele, a Ágata visa bloquear e impedir os ilícitos e visa à integração das agências federais, das organizações estaduais e de segurança pública.
“A Operação possui um papel educativo, de caráter pedagógico e de aprendizagem para a atuação dos agentes públicos.” A presidente da Câmara Municipal de Novo Airão, Nerita de Castro, agradeceu as Forças Armadas pela ação social na cidade, que recebeu a Aciso pela primeira vez. “Essa iniciativa é de grande importância para a população, principalmente, os atendimentos em pediatria e ginecologia”.
A dona de casa Maria Luciana trouxe o filho, de 5 anos, para uma consulta odontológica. Também foi a primeira vez que o pequeno João Pedro ia ao dentista. Já a professora Iderclécia Dantas também compareceu à ação social de Novo Airão. “Essa Aciso está beneficiando a comunidade e eu vim para me consultar com o dermatologista.”
O ministro Rebelo se despediu da região Amazônica dizendo que a Ágata vai se revestindo de êxito, com ações integradas com órgãos da União, dos estados, da segurança pública e prefeituras. Ele lembrou mais uma vez que as Forças prestam assistência aos mais pobres e carentes dos serviços do Estado, servem aos interesses do País, da soberania nacional e defesa da pátria.
“A região Amazônica causa admiração ao mundo, mas também cobiça. Ela já foi palco nos séculos passados de litígios. Somos uma nação de vocação pacífica, mas isso não é suficiente para deitarmos nos louros do pacifismo, temos que defender a integridade do nosso território, nossas águas, nosso espaço aéreo e nossa gente.”
Aldo disse que sua missão à frente do Ministério é valorizar a agenda da defesa junto aos poderes do Estado e da sociedade. Ele declarou que também cabe à sociedade ter consciência da defesa da pátria e que a Ágata tem significado multidisciplinar, uma função pedagógica de forjar a coesão nacional para se alcançar os interesses do País.
A comitiva do ministro incluiu o comandante da Marinha, Eduardo Bacellar Leal Ferreira; o comandante do Estado-Maior-Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi; o comandante militar da Amazônia, general Theophilo Cals Gaspar de Oliveira; o comandante de Operações Terrestres, general Araken de Albuquerque; o chefe de Operações Conjuntas da Defesa, almirante Ademir Sobrinho; o chefe de Assuntos Estratégicos da Defesa, general Gerson Menandro; o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, brigadeiro Hélio Paes de Barros; e o embaixador Nelson Antônio Tabajara.
Navio de Assistência Hospitalar Osvaldo Cruz
Entre os serviços médicos oferecidos e de grande relevância, não apenas na Ágata mas durante todo o ano, é a presença dos navios de assistência hospitalar da Marinha. O Navio de Assistência Hospitalar Oswaldo Cruz atracou na cidade oferecendo medicina de alto nível.
A equipe médica, composta de quatro médicos e quatro dentistas estava apta a atender cerca de 600 pessoas. A paciente Maria Inês estava embarcada no navio hospital para realizar um exame de ultrassom. A agricultora de Novo Airão achou o atendimento excelente: “o pessoal atende bem e fui atendida rapidamente.”
O Oswaldo Cruz foi construído especialmente para o atendimento hospitalar, inclusive, podendo realizar pequenas cirurgias e com ponto de pouso para o transporte de pacientes. Construído pelo Arsenal da Marinha, em 1984, ele atua pelos rios da região Amazônica, prestando inestimável serviço à população ribeirinha. A Marinha possui outros navios com a mesma finalidade, que percorrem 21 mil quilômetros de hidrovias na Amazônia.
Ágata
A Operação Ágata é de responsabilidade do Ministério da Defesa, sob coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) junto com a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. A Ágata foi instituída por decreto da presidenta Dilma Rousseff, em 2011, no âmbito do Plano Estratégico de Fronteira (PEF).