Após 32 anos de sempre apresentar uma chapa, neste ano pela primeira vez a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) tem duas chapas concorrendo para o período 2019/2021.Há duas Chapas a "Verde e Amarelo" e a "Força Empresarial Brasileira II (FEB II). A Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) realizará eleições no próximo dia 22JAN2019. Previstas para ocorrerem no dia 23 OUT2018, por impugnação de chapas e a busca de um acordo entre os grupos, foi transferida para o dia 22JAN2019. DefesaNet enviou questões às duas chapas e que são publicadas em conjunto. Verde e Amarelo – Liderada por: Presidente – Carlos Alberto Macedo Cidade (AVIBRAS) 1º VP – Carlos Frederico Aguiar (POWER Defesa) Apresentação das respostas Chapa Verde Amarelo Link Força Empresarial Brasileira II – liderada por : Presidente – Dr. Roberto Gallo (KRYPTUS) 1º VP – Leonardo Nogueira (ALTAVE) Apresentação das respostas Força Empresarial Brasileira II Link |
Chapa Força Empresarial Brasileira II
Entrevista com o Dr R
DefesaNet – O que motivou a Lançar a Chapa Força Empresarial Brasileira II (FEB II)?
Chapa FEB II – Espírito de comunidade. Durante os últimos dois anos aflorou e tomou movimento entre as associadas da ABIMDE um descontentamento geral com os rumos de nossa associação e com a sua desmobilização. Descontentamento desde com a saúde financeira da mesma, até a forma com é realizado o relacionamento com os clientes de Estado. Esta desmobilização, em nosso entender, causou tanto uma redução drástica no que a ABIMDE entrega para as associadas, como a percepção de perda de reputação junto aos clientes, em especial as Forças Armadas.
A ABIMDE se tornou, na percepção de muitos de nós, uma associação que não é mais de todos para todos. Por outro lado, vimos que a chapa que se formava (Colaboração, Verde e Amarelo) representava a continuidade de um caminho que entendíamos esgotado e que uma modernização profunda da associação seria necessária. Não podemos mais negar que os tempos mudaram, e a maneira de fazer negócios não é mais a mesma de anos atrás.
Por isso, resolvemos dar um passo à frente e formar a chapa FEB (I e II), pois afinal, parafraseando Marshall Goldsmith, “o que trouxe a associação até aqui, não é o que a fará chegar onde ela precisa estar”.
DefesaNet – Quais são os pontos fortes da Chapa Força Empresarial Brasileira II?
Chapa FEB II – Paixão. É o que nos une na busca de uma Base Industrial de Defesa pujante, para o desenvolvimento do País e da soberania nacional. A chapa é formada por um grande time, com, literalmente, centenas de anos acumulados no mercado de Defesa, Segurança e Aeroespacial. Nosso time possui em conjunto inúmeras condecorações e distinções, incluindo aquelas das Forças Armadas e da Presidência da República.
Já para os integrantes que são empreendedores e fundaram as suas empresas de Defesa como eu, a ABIMDE foi crucial na aproximação com outras associadas e no relacionamento com os clientes de Estado. Para nós, é a hora de retribuir e permitir que a ABIMDE gere valor não só para as empresas da BID que já estão aí, mas também para aquelas que estão por vir. Precisamos pensar no legado.
DefesaNet – Como recuperar a Base Industrial de Defesa (BID) após anos de orçamentos de defesa reduzidos e pouca demanda das Forças?
Chapa FEB II – Como toda atividade econômica, a BID sofre e sempre sofrerá com pressões de mercado variadas, seja fraca demanda, questões de crédito, concorrência ou mera obsolescência tecnológica.
Porém diferente de outros segmentos, Segurança e Defesa e em especial a BID brasileira enfrentam um monopsônio (monopólio do comprador) com compras irregulares, desalinhamento de instrumentos de crédito (para inovação, exportação, etc.), brechas na proteção concorrencial e demandas tecnológicas arbitrárias e não programadas.
Se eleitos, nós da Chapa FEB II trabalharemos em quatro linhas de ação no sentido de recuperação e expansão da BID:
i. No ajuste das políticas públicas relacionadas aos setores de Defesa e Segurança, em especial, lutando pela previsibilidade de recursos e projetos, ajustes nos instrumentos de crédito e fomento, em particular na questão de garantias financeiras e garantias de compras e na equalização tributária de produtos importados, incluindo nas “Comissões de Compras” estrangeiras;
ii. Na facilitação e promoção de networking (sem intermediários) no Brasil e no exterior (via eventos, rodadas de negócio e colaboração com outras Associações internacionais), permitindo a exploração indireta de dualidade e de exportação, por meio da horizontalização da cadeia produtiva.
iii. Em especial quanto à exportação, facilitando a capacitação das associadas, a validação (homologação) dos produtos de defesa e segurança pelos entes Estatais brasileiros, e claro, pela diplomacia de Estado de Defesa, apoiando-se não somente nas FFAA mas também no novo papel do Itamaraty;
iv. Em especial quanto à dualidade, por meio da aproximação com outras associações de indústria, como ABIMAQ, ABES, FEBRABAN no sentido do desdobramento de tecnologias de Defesa e Segurança para os mercados civis, bem como nas integrações de cadeias produtivas.
É importante também entender que a própria ABIMDE precisa se recuperar e se modernizar. Para isso observamos que muitas empresas têm capacidade e capacitação para fornecer para as forças de segurança e forças armadas. Mas por falta de inserção no setor de defesa e segurança, não enxergam isso. Trabalharemos para buscar mais empresas, tornando a ABIMDE mais forte e a BID mais resiliente.
DefesaNet – Como a Chapa Força Empresarial Brasileira II procurará interagir com o MD e Comandos e Ministério da Justiça e Governos Estaduais?
Chapa FEB II – Segurança e Defesa são mercados onde o relacionamento de confiança é fundamental. Confiança por sua vez é baseada em um conjunto de fatores, a saber: proximidade, conhecimento de causa, previsibilidade, transparência e ações baseadas em princípios. Ou seja, não são necessários “amigos do rei”.
A relação da ABIMDE portanto será pautada por tais fatores, o que será possível e potencializado pela implantação de um estrito programa de compliance interno e com o empoderamento dos sete vice-presidentes, permitindo a nós estarmos em mais de um lugar ao mesmo tempo, maximizando o conhecimento de causa e minimizando os potenciais conflitos de interesse.
Afinal, como dizia Rui Barbosa, “salvação, sim, salvadores não”.
Nota: Os demais vídeos podem ser acessados na página da
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