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Moscou
A 10.ª edição da LAAD – Feira de Defesa e Segurança, a maior da América Latina no setor e que aconteceu de 14 a 17 de abril no Rio de Janeiro, teve um resultado surpreendente e positivo. Esta é a visão do editor-chefe do Portal DefesaNet, Nelson Düring.
Segundo Düring, “a feira foi surpreendente, pois a expectativa era muito negativa pelos cortes orçamentais e a situação econômica da América Latina”. “Porém”, observa ele, “até o último dia do evento foram registradas diversas atividades e representações de vários países presentes procurando contatos e alternativas para atender suas demandas e necessidades.”
O jornalista atribuiu o sucesso da feira à necessidade de modernização dos países dentro da área de defesa e segurança, e em adquirir novos equipamentos. “Há uma demanda de muitos e muitos anos aqui no continente, por questões de modernização de equipamentos, novos equipamentos e fortalecimento da indústria local de países como Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia.”
Nélson Düring avalia que a feira foi uma boa oportunidade para que novos e antigos participantes do mercado entrassem nesse momento com seus novos produtos no mercado da América Latina. Ele destacou inclusive a presença expressiva da empresas da Rússia na LAAD. “A feira também se caracterizou pela presença muito importante da Rússia e a participação das empresas Rostec Tecnologias Russas e a Rosoboronexport. A delegação russa foi tão requisitada que não teve tempo para dar a habitual coletiva aos jornalistas, devido à grande demanda das delegações em manter contato com as organizações russas.”
Devido ao impasse e por conta do pouco tempo para a realização dos Jogos Olímpicos, o jornalista descarta que o Brasil possa contar ainda com o Pantsir-S1, e que “a proteção aérea das Olimpíadas deverá ser feita de outras maneiras”.
Nelson Düring, no entanto, acredita que o sistema Pantsir-S1 está inserido num processo muito mais amplo. Para ele, é um processo de união entre a empresa brasileira Odebrecht e as empresas russas ROSTEC, ROSOBORONEXPORT e Almaz-Antey, que é responsável pela fabricação do sistema, com o objetivo de integração tecnológica.
O jornalista acredita que a viagem da Presidenta Dilma Rousseff em julho para a Rússia deve acertar as últimas pendências relacionadas ao sistema Pantsir-S1. “Há uma questão pendente de financiamento, de acertos empresariais, industriais, para a execução do sistema. O Ministro da Defesa Jaques Wagner acredita que até agosto tudo se resolva. Como a Presidenta Dilma vai para a Rússia em julho, então devemos ter um acerto aí nesse período.”
Outra questão comentada por Nelson Düring e que atualmente é tema de especulações na mídia, inclusive pela Rússia, é a visita da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, a Moscou no dia 23 de abril, e que o compromisso teria a intenção de buscar uma parceria militar com os russos, talvez até na aquisição de caças de fabricação russa.
Nelson Düring explica que alguns equipamentos russos já estão em operação na Argentina. Ele acredita que o foco da viagem de Cristina Kirchner seja o de expandir as atividades de helicópteros na Argentina, como o Mi-17 que já opera naquele país. O jornalista não crê que a ideia do Governo argentino seja adquirir aviões-caça modelo Sukhoi Su-24, pois eles no momento são desnecessários, já que a frota estaria praticamente no fim da vida útil.
Após o balanço positivo das negociações e contatos feitos durante a LAAD 2015, Nelson Düring acredita agora que é possível que no encontro da cúpula do BRICS, reunindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que acontece de 8 a 10 de julho em Ufá, na Rússia, aconteça também um avanço sobre o destino dos equipamentos russos aqui no Brasil.