A cada dia, presenciamos como os governos ao redor do mundo têm se organizado no combate à pandemia do novo coronavírus, que já se dissemina no Brasil.
Diante desse cenário, a Fundação Ezute ofereceu uma palestra online gratuita para capacitar os governos estaduais brasileiros na implantação dos seus gabinetes de crise. Ministrada na última terça-feira (24), a palestra foi conduzida pelo consultor Cláudio Senna, especialista no tema, tendo atuado, pela Marinha do Brasil, na operação de resgate das vítimas do voo AF447, na crise do Haiti, e que colabora com a Fundação Ezute desde 2012 em diversos projetos. Ao longo do conteúdo, o profissional detalhou o processo de gerenciamento de crises para representantes dos Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
Segundo Senna, “o pensamento cartesiano – empregado no planejamento de operações conjuntas militares, permite o estabelecimento de relações de causa e efeito e a divisão de um problema complexo em partes menores. Este tipo de abordagem é muito útil na gestão de crises, pois permite a construção de um mapa crítico, contendo:
1) eventos críticos;
2) cenários críticos;
3) consequências (sociais, estruturais e ambientais);
4) atividades críticas;
5) recursos críticos;
6) parceiros essenciais; e
7) custos financeiros”.
Ainda de acordo com o consultor, “o mapa crítico é uma excelente ferramenta para apoiar a atuação dos gabinetes de crise, pois facilita a comunicação das diversas equipes que atuam na crise, além de ser facilmente atualizado à medida em que a crise se desenvolve”. Senna também é professor de estratégia e gerenciamento de crises nos cursos de MBA do Ibmec e autor do livro “Gerenciamento de Crises – Usando mapas críticos para organizar o que é complexo e caótico”, da Editora Alta Books.
Além do Mapa Crítico, a palestra também orientou os governos estaduais com relação aos possíveis arranjos da estrutura do gabinete da crise para o enfrentamento adequado às adversidades que vivenciamos em razão do coronavírus. Foi destacada a importância da liderança do processo pela autoridade responsável e a sua articulação com o gabinete de crise e os postos de comando.
Para Thomas Strasser, Diretor de Mercado Civil e Parcerias da Fundação Ezute, situações complexas e críticas como a que estamos vivendo exigem ações coordenadas para maximizar resultados, encurtar os ciclos de decisão e evitar desperdício de recursos no enfrentamento à crise.
Nesse sentido, são necessárias uma série de ações coordenadas no tempo pelo gabinete de crise, que pode ser composto por três equipes atuando de forma integrada, sendo elas:
1) operações correntes, responsável pelo levantamento de informações e pela execução e acompanhamento das ações definidas pelo planejamento, com operação em plantão 24/7;
2) planejamento de curto prazo, responsável pela análise das informações e planejamento das ações de curto prazo (até 72 horas); e
3) planejamento de médio prazo, responsável pela avaliação dos impactos da crise e pelas ações de recuperação posteriores (3 meses).
Com esta estrutura, é possível garantir que o planejamento seja realizado adequadamente. “É muito comum que o planejamento seja deixado em segundo plano, frente o dinamismo das ações diárias, e isso não deve acontecer”, completa Strasser.
Com seus mais de 20 anos de atuação, a Fundação Ezute trabalha para contribuir com a transformação e a melhoria da efetividade das organizações brasileiras, principalmente as públicas, e já desenvolveu mais de 100 programas e projetos estratégicos que geraram importantes impactos para a sociedade.
Fundação Ezute
Organização privada sem fins lucrativos que tem como missão contribuir para a transformação das organizações brasileiras, especialmente as públicas. Apoia todo o ciclo de vida de programas e projetos, voltados sobretudo às áreas de defesa, saúde, meio ambiente, segurança pública, mobilidade urbana e parcerias público-privadas (PPPs).
Desempenha o papel de honest broker, atuando como mediador isento e livre de conflitos de interesse em iniciativas que envolvem governo, empresa, academia e sociedade.
Participa de projetos de alta complexidade e grande expressão nacional, entre eles o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), da FAB; o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), o Programa de Míssil Antinavio (MANSUP) e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), da Marinha; também apoiou o Ministério do Esporte na gestão integrada dos Jogos Olímpicos Rio 2016; a Polícia Federal e as Secretarias de Segurança Pública de diversos estados em projetos de Segurança Pública; e a Prefeitura de São Paulo nos sistemas integrados de Gestão da Saúde (SIGA-SAÚDE) e o Bilhete Único de transporte.