NAÇÕES UNIDAS – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) concordou na sexta-feira em retirar quase 3.000 policiais e soldados, levando a força a um tamanho semelhante ao que possuía antes do terremoto devastador de janeiro de 2010.
O conselho formado por 15 países aprovou por unanimidade a resolução que pede a retirada em resposta a uma melhora na segurança do país caribenho, o mais pobre das Américas.
O plano prevê a retirada de 2.750 homens da força, conhecida como Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti (Minustah), comandada pelo Brasil, de acordo com a resolução aprovada pelo conselho. A redução leva a força a ter pouco menos de 10.600 mil soldados e policiais.
No mês passado, a força da ONU enfrentou novos protestos públicos depois que um grupo de soldados uruguaios foi acusado de ter violentado um homem.
A Minustah foi formada pelo Conselho de Segurança em 2004 e tem ajudado a polícia do Haiti a manter a segurança, especialmente durante as eleições, marcadas por fraude e agitações. A força teve o tamanho aumentado após o terremoto do ano passado, que matou mais de 300.000 pessoas e causou danos enormes.
Apesar da melhora na segurança, a resolução do conselho expressou "preocupação com as tendências depois do terremoto que revelam um aumento em todas as grandes categorias de crimes, incluindo homicídio, estupro e sequestro em Porto Príncipe e no Departamento Ocidental".
Mas o conselho disse que o Haiti teve "avanços consideráveis" desde o terremoto.
"Pela primeira vez em sua história, o Haiti vivenciou uma transferência pacífica de poder entre um presidente democraticamente eleito para outro da oposição", afirmou.
DefesaNet O contingente militar brasileiro na missão de paz da ONU no Haiti será reduzido em 13% (288 militares) a partir de março de 2012, segundo o general brasileiro Luiz Eduardo Ramos Pereira, comandante militar da ONU no país. Hoje, o Brasil tem 2.188 militares no Haiti, distribuídos em dois batalhões de infantaria e uma companhia de engenharia do Exército, e um grupamento da Marinha. Esse efetivo é trocado a cada seis meses. No próximo rodízio, em março de 2012, apenas 1.900 homens serão enviados a Porto Príncipe. No fim do mês passado, o Ministro da Defesa, Celso Amorim havia dito que o corte nas tropas brasileiras seria menor (257 homens), mas a decisão final ainda cabia ao Conselho de Segurança. Segundo o órgão, a partir de 2012, o número autorizado de capacetes azuis cairá de 8.718 para 7.340 -um patamar semelhante ao que vigorava antes do terremoto de janeiro de 2010. O CS também renovou a validade da missão por mais um ano -procedimento considerado padrão. Porém, o prazo para uma retirada total do país ainda é indefinido. Segundo Ramos, os cortes não afetarão militares envolvidos na reconstrução. "A nossa engenharia permanecerá, porque o enfoque da missão agora é o desenvolvimento, apoiar o país com obras. A engenharia não vai ser mexida em nada, nem no contingente do Brasil nem nos dos outros países." De acordo com Ramos, o Brasil tem 250 dos 966 militares de engenharia da missão. Este efetivo acaba de receber um reforço de 167 homens vindos da Indonésia. Os cortes em efetivos dos outros 17 países que enviaram tropas ao Haiti ainda não foram definidos devido a disputas diplomáticas |