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HAITI – Discurso da Presidente Dilma Rousseff à Tropa Brasileira

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff,
durante cerimônia de apresentação do contingente brasileiro da
Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti – Minustah –
Porto Príncipe/Haiti
01 Janeiro 2012


Senhoras e senhores ministros de Estado que me acompanham nesta viagem:
Antonio Patriota, das Relações Exteriores; Celso Amorim, da Defesa, Alexandre Padilha, da Saúde; Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio [Exterior]; José Elito Carvalho Siqueira, do Gabinete de Segurança Institucional e Maria do Rosário, ministra secretária dos Direitos Humanos.
Senhor Jaques Wagner, governador do estado da Bahia,
General Enzo Martins Peri, comandante do Exército brasileiro,
General José Carlos de Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil,
General Luiz Eduardo Ramos Pereira, comandante das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti,
Senhores oficiais-generais,
Coronel Luciano Mendes Nolasco, comandante do Contingente Brasileiro da Minustah, por intermédio de quem cumprimento os militares do contingente brasileiro da Minustah,
Senhoras e senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas,
Senhoras e senhores,

É com grande satisfação que me dirijo ao contingente brasileiro da Minustah e aos trabalhadores haitianos aqui, nesta base. Nas pessoas dos comandantes dos dois batalhões, saúdo todas as mulheres e homens das nossas Forças Armadas que prestam serviço inestimável à estabilidade e à segurança deste país irmão, o Haiti.

Estou certa de que o trabalho do atual contingente se beneficia muito da dedicação, da coragem e do patriotismo dos milhares de militares que os antecederam. O Brasil é grato a todos eles e lembra, com pesar, com orgulho e com especial apreço dos militares e civis que perderam suas vidas no Haiti, inclusive no trágico terremoto de 2010. A eles, nossas homenagens.

Nossa presença da Minustah reflete o histórico compromisso de amizade que une os dois países – o Brasil e o Haiti – e busca dar um novo significado às operações de paz da ONU. Nossa atuação mostra que a segurança coletiva tem de combinar-se com a justiça social, o desenvolvimento e o respeito à soberania nacional dos países.

Como vocês sabem, o Brasil acredita firmemente no recurso ao diálogo, à diplomacia, como instrumento principal de manutenção da paz e promoção da estabilidade. Insistimos em que uma visão mais ampla e integrada sobre a origem dos conflitos contemporâneos deve ganhar prioridade cada vez maior na agenda das Nações Unidas.

Mesmo quando lidamos com situações extremas, que grande preocupação suscita o seio da comunidade internacional, a ação coletiva dos Estados deve pautar-se sempre pela responsabilidade ao proteger.

Esse é um conceito que, no meu discurso na Assembleia das Nações Unidas, defendi, em setembro de 2011, e que busca garantir uma perspectiva humana realmente em primeiro plano, as pessoas em primeiro plano. No Haiti, como em outras partes do mundo – na África, na Ásia e no Oriente Médio -, no passado e no presente, o Brasil procura formar parcerias solidárias e encontrar fórmulas simétricas e mutuamente respeitosas de cooperação.

Os trabalhos da nossa Engenharia do Exército e das Forças Armadas, crucial para a ação pacificadora, ilustram a dimensão ampliada da presença e da atuação militar brasileira no quadro da Minustah. O esforço humanitário de nossas mulheres e homens de farda na montagem de hospital de campanha e na ajuda emergencial, durante o pós-terremoto, também se enquadra nessa visão.

O governo haitiano pode contar com a colaboração sempre solidária do Brasil, papel ao qual temos dedicado nossos melhores esforços e que conta com o apoio do Poder Executivo, do Congresso Nacional, da sociedade brasileira e, sobretudo, de toda a nossa pátria. Trata-se de exercício de solidariedade, que todos os membros da comunidade internacional também devem continuar a demonstrar, com estreita e respeitosa parceria com o governo e a sociedade nacional do Haiti.

Para tanto, precisamos perseverar em nosso apoio à reconstrução, ao desenvolvimento socioeconômico e ao fortalecimento do Estado haitiano, mas cabe ao Haiti definir as prioridades de seu povo e a melhor maneira de canalizar a ajuda internacional. Isso é indispensável para garantir que o trabalho da Minustah se sustente e possa gerar o ambiente de segurança necessário à futura substituição das forças da ONU por instituições solidamente constituídas no próprio país.

Nesse processo, o Haiti, certamente, encontrará a via da consolidação democrática e do desenvolvimento social e econômico. Vamos continuar a trabalhar para que assim seja. Eu, todo o governo e, tenho certeza, as tropas aqui presentes, somos otimistas.


Felicito a todas e a todos os integrantes do nosso contingente na Minustah, que são, sem dúvida, uma razão de orgulho para o Brasil e otimismo quanto ao futuro do Haiti. Meus agradecimentos a todos aqui presentes!

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