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VERDADE – Força-tarefa dos EUA investiga documentos


Nota DefesaNet

Recomendamos a leitura do pronunciamento do VP Joe Biden na terça-feira, em Brasília. Link

O Editor

Por determinação do presidente Barack Obama, o governo dos Estados Unidos criou uma força-tarefa para identificar documentos produzidos entre 1964 e 1984 relacionados às violações de direitos humanos ocorridas na ditadura militar brasileira. O material deverá ser repassado à Comissão Nacional da Verdade, informou ontem ao GLOBO a Casa Branca.
 

Uma primeira seleção de papéis, até então sigilosos, foi entregue pelo vice-presidente americano, Joe Biden, à presidente Dilma Rousseff em Brasília, anteontem. Tratava-se de um fichário com dezenas de páginas.
 

Agora, um grupo especial dos Arquivos Nacionais americanos avalia documentos oficiais produzidos por diversos órgãos dos EUA com o intuito de contribuir com os trabalhos da comissão.
 

– O presidente e o vice-presidente têm compromisso com a transparência e esperam que este projeto nos ajude a confrontar o passado, enquanto os Estados Unidos e o Brasil continuam a trabalhar juntos para concretizar o imenso potencial de nossas relações bilaterais – afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Patrick Ventrell.
 

O projeto tem origem num pedido feito pelo governo brasileiro a Obama em setembro de 2012. No pronunciamento que fez em Brasília, na terça-feira, Biden disse que "é obviamente de grande interesse do presidente" que haja apuração dos abusos cometidos.
 

Mas, segundo Ventrell, o trabalho dos técnicos pode levar mais de um ano devido ao grande volume de documentos potencialmente relevantes. A entrega do primeiro lote foi, para o porta-voz, um "gesto de boa vontade".
 

O projeto tem origem num pedido feito pelo governo brasileiro a Obama em setembro de 2012. No pronunciamento que fez em Brasília, na terça-feira, Biden disse que "é obviamente de grande interesse do presidente" que haja apuração dos abusos cometidos.
 

Mas, segundo Ventrell, o trabalho dos técnicos pode levar mais de um ano devido ao grande volume de documentos potencialmente relevantes. A entrega do primeiro lote foi, para o porta-voz, um "gesto de boa vontade".
 

A colaboração americana foi recebida com satisfação pela presidente Dilma. Pessoas próximas a ela disseram que a oferta de Biden foi um "elemento extra" enviado pela Casa Branca para melhorar as relações entre os dois países – abaladas desde as denúncias de espionagem.
 

A Comissão da Verdade se mostrou animada. Uma fonte destaca que haverá "material substancioso" para ser trabalhado caso os EUA entreguem o que estão prometendo. Informações oficiais indicam que a Comissão receberá nesta semana os documentos entregues por Biden a Dilma.

A colaboração com o Brasil não será a primeira feita pelo governo americano com a América Latina. Já houve parcerias com Chile e Peru. Criada 2012, a Comissão da Verdade já contabiliza três acordos para troca de informações sobre a ditadura.

Em janeiro, em reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Cuba, o Brasil assinou tratado de troca de informações sobre violações dos direitos humanos na ditadura. Na semana passada, na visita da presidente do Chile, Michelle Bachelet, a Brasília, foi fechado um memorando sobre o mesmo tema.

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