Ao dar posse do Estado-Maior e implantar o Sistema de Inteligência "Sistema de Protección Popular para la Paz, o presidente Nicolás Maduro avançou um pouco no que pode ser o SP3.
Ponto marcante da estrutura de Segurança da Nação foi criada através de “Ley Habilitante”, segundo Maduro. (Nota DefesaNet – Para detalhes sobre o processo de cubanização implantado pro Maduro acesse o artigo VENEZUELA – Maduro cubaniza a Venezuela com dezenas de leis Link).
Nicolás Maduro assegura que o sistema‘SP3′ é articulado pelo Governo, e integra o Estado e todo o povo venezuelano, “para garantir a paz em nosso país, frente aos inimigos já identificados e inimigos que ainda vamos identificar, que andam por aí pululando nas fronteiras do terrorismo, do paramilitarismo, do roubo, como bem demonstrou, de forma dolorosa, o assassinato de Robert Serra, por parte de uma gangue de marginais dirigida, desde a Colômbia, por paramilitares”.
No mesmo ato os civis, militares e policiais prestaram o juramento para o Sistema de Protección Popular para la Paz (SP3), e ativou o Cuerpo Nacional contra la Corrupción, ambos criados pela “Ley Habilitante”.
O SP3
O Sistema SP3 tem uma estrutura central de comando, que depende do Presidente da República,um Estado-Maior de Comando, e é composto por 4 sub-sistemas.
O Estado-Maior de comando é composto por 4 altos funcionários do Estado, que coordenam o SP3. São eles :
– Almirante-em-chefe Carmen Teresa Meléndez Rivas;
– General-em-chefe Wladimir Padrino López;
– Major-general González López, e
– Chavista Francisco Torrealba.
Um fato raro no sistema adotado pela Venezuela é ter o comandante militar também influênciua na área de inteligência. É o caso do General-em-chefe Wladimir Padrino López, comandante do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas da Venezuela (CEOFANB), algo similar no Brasil em um único quepe as estruturas: COMGAR, COTER, AMA e ser ainda o Comandante do Estado-Maior Conjunto.
Na última alteração ministerial o General Padriño Lopes acumulou a função de Comandante do CEOFANB e o Ministério da Defesa. (ver VENEZUELA – Ideologia na FANB e Aumento de Salários Link)
O SP3 é articulado em quatro subsistemas, com os respectivos responsáveis:
-Subsistema de la Paz, Isis Ochoa;
-Subsistema Popular, Francisco Torrealba;
– Subsistema de Protección (personalidades, testemunhas), almirante Salazar Coll, e,
– Subsistema Operacional (investigación e inteligencia) e das Forças Especiais, Vice-almirante Ramón Tepedino Aranguren.
A melhor descrição já feita sobre o que poderá ser o Sistema de Inteligência SP3 é apresentado pelo correspondente de DefesaNet na Venezuela:
“Pela chamada lei “Seguridad de la Nación” (segurança da nação), Maduro criou uma nova polícia política sob a sigla SP3 (Sistema de Protección Popular para la Paz). Será centro de um "processo integrado que processará a informação a ser obtida a partir dos agentes de inteligência em conjunto com os centros especializados", disse aalmirante Carmen Meléndez, ministra de “Relaciones Interiores” (Nota DefesaNet – A Almirante Meléndez foi Ministra da Defesa) .
É um "sistema" que estará sob a liderança de um "comandante" e "Estado-Maior", que vai ligar grupos de base controladas pelos Chavistas (municípios, conselhos comunitários, "movimentos sociais", etc.), com os diversas agências militares e policiais (da Guarda Nacional, do Exército, da Guarda Presidencial e a SEBIN – Polícia Política). Na prática, é um esquema de espionagem doméstica nas mãos dos quadros políticos do regime. Confirmando a ausência de independência dos poderes públicos na Venezuela, a lei promulgada por Maduro inclui até mesmo o Conselho Nacional Eleitoral como parte deste "sistema" de policiamento.
O sistema de Inteligência SP3 terá a sua própria entidade operacional para atuar como "centro integrado de processamento de informação". As implicações políticas desse corpo policial foram devidamente destacadas por Maduro e Meléndez. O SP3 derrotará a "ameaça paramilitar que foi introduzida no país pela “derecha”, em nosso país", disse Maduro em 19 de novembro. Sua ministra confirmou que o sistema procura abordar eventos como os protestos ocorridos na Venezuela, no início de 2014, que durante uma entrevista na televisão em 20 de novembro no canal VTV, Meléndez tratou como "terroristas".
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