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RIO2016 – Ministro Aragão depois das ameaças o recuo

 

Aragão: União não vai liberar recursos extras
para pagar policiais na Rio 2016
(Título original Matéria Agência Brasil)


Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

 

O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse que não há possibilidade do governo federal liberar recursos ao Estado do Rio de Janeiro para complementar o pagamento de policiais que vão trabalhar no esquema de segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016.

Diante da crise financeira, o governo estadual deixou de pagar o adicional de serviços para os policiais trabalharem em horários de folga. Aragão adiantou que não recebeu qualquer pedido do governo do estado neste sentido e, ainda que houvesse, não poderia ser atendido por impedimento do sistema de controle do Tribunal de Contas da União (TCU).

“Não nos permitiria fazer este tipo de despesas, que são despesas tipicamente do regime estadual. Nós arcamos com as despesas do nosso pessoal, ou seja, pessoal federal. Como se trata de uma parceria, nós esperamos que os entes, cada um arque com as suas despesas.

Nós não podemos, por restrições de contabilidade pública, arcar com esta despesa”, esclareceu, após participar de uma reunião no fim da tarde de hoje (28) no Centro Integrado de Comando e Controle, na região central do Rio, com a presença de integrantes de todos os órgãos envolvidos no esquema de segurança da Rio 2016.

Apesar de reconhecer que os atos de terrorismo têm se tornado cada vez mais graves e frequentes, Aragão garantiu que o Brasil está preparado para receber os participantes dos Jogos. Ele esclareceu que as atividades antiterrorismo são um componente natural dos esquemas de segurança de grandes eventos e não apenas da Rio 2016.

“Em todos os grandes eventos sempre houve este componente. É claro que agora, com maior premência, tendo em vista o cenário internacional, mas acredito que o Brasil está preparado, não só por conta do estudo dos cenários feitos pelo Comando Integrado com todos os parceiros, mas também, especificamente, por conta da cooperação internacional que é feita neste sentido. Temos também polícias de outros países envolvidos neste planejamento, cooperando conosco e me parece que, com isso, a gente está bastante precavido para este tipo de incidente”, disse.

Investimentos

O ministro disse que o país atravessa dificuldades, em vista da crise econômica, mas, mesmo assim, os investimentos que estão sendo feitos, desde o início, para os Jogos estão garantidos. O governo federal investe R$ 350 milhões na Rio 2016.

“Estamos firmemente engajados em fazer a nossa parte. Sabemos, claro, que todos os entes têm que se adaptar. Temos isso como absoluta prioridade, porque afinal de contas, este é um evento em que o Brasil está na vitrine e queremos, todos nós, que ele dê certo, então, me parece que os recursos estão sendo garantidos”.

Aragão considerou que os 45 testes programados de situações de emergência para os Jogos são um fator que fortalece a preparação dos órgãos de segurança. De acordo com ele, foram feitos mais da metade. Para o ministro, a integração dos órgãos de segurança está funcionando bem e, até agora, os testes foram um sucesso.

“Estamos com o pessoal garantido para este evento. Não me parece que neste momento haja uma preocupação extraordinária. Claro que sempre estamos analisando cenários possíveis, inclusive de manifestações de rua, de riscos eventuais que podem ocorrer em virtude de ataques e coisas do gênero. Isso faz parte de cenários que estão devidamente estudados. Sob este aspecto estou bastante tranquilo”, disse.

Polícia Federal

O ministro falou também sobre a permanência do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra no cargo até a Rio 2016. Ele revelou que tem conversado com todos os colaboradores e que Daiello é uma pessoa com grandes serviços prestados para o Ministério da Justiça e para o governo federal.

“Qualquer tipo de mobilização de gente levará sempre em consideração a necessidade que o governo federal tem de preservar autoridades. Eu não tenho, para o momento, nenhum tipo de indicação a respeito da Polícia Federal. A Polícia Federal é uma instituição que nós temos especial carinho e especial atenção. Ela precisa ser cuidada com um certo cuidado, no sentido de ouvir os diversos setores que estão envolvidos nisso. Não quero, agora, antecipar nada”, disse Aragão.

PMDB

Sobre a possibilidade do PMDB sair do governo, o ministro disse que não gostaria de antecipar hipóteses. Ele avaliou que o assunto é de competência de outras pastas do governo e não do Ministério da Justiça.

“O chamado desembarque do PMDB do governo é uma hipótese por enquanto e vamos ter que aguardar os seus desdobramentos para fazer qualquer tipo de comentário. Me parece que esta é, muito mais, vamos dizer, uma competência de outros setores do governo do que propriamente do Ministério da Justiça, que está aqui, encarregado, neste momento, de cuidar dos Jogos Olímpicos na parte da sua segurança. Não estou aqui querendo antecipar cenários políticos”.

Nota DefesaNet

O Ministro da Justiça Eugênio Aragão, ao primeiro dia no comando do MJ atuou no melhor estilo "Eu Mando, Prendo, e Destituo", tem batido em retirada, desde então.

A primeira derrota foi com o Diretor-Geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, onde foi obrigado a mantê-lo no cargo até a Rio 2016, ou seja Setembro/Outubro 2016. Também manteve o Secretário da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE/MJ),  Andrei Rodrigues.

Duas foram as razões:

1 – A falta de candidatos interessados em assumir esta função de alto risco operacional.

2 – A sutil e não tão sutil pressão internacional. Para os países que vão trazer seus atletas e seus cidadãos, a questão política interna brasileira é irrelevante, mas desorganizar, o já frágil, Sistema de Segurança e Intelligência para os Jogos Olímpicos e Paralimpicos RIO 2016 é inaceitável.

Paira a ameça estrangeira de intervenção direta nos assuntos relacionados à segurança e inteligência  dos JO RIO 2016. Ou o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI), pedir apoio aos países participantes o que seria um fiasco inacreditável para o Brasil. Independente de que governo estiver no comando.

O Sistema de Inteligência Brasileiro (SISBIN) voltado para garantir a permanência do governo no poder com a ABIN e demais agências voltadas a controlarem opositores políticos do governo tem deixado as Olimpíadas ao largo.

Os militares começam a sofrer de uma desorganização no seu Comando e Controle (C2). Especialmente pela inábil condução do Ministro Aldo Rebelo.

A participação do Ministro da Justiça Eugênio Aragão, na reunião do dia 28 com Forças Estaduais, teve o dom de colocar mais pressão neste caldeirão.

O Editor

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