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Reflexões sobre o Terror


REFLEXÕES SOBRE O TERROR

                       
  Eugênio Moretzsohn

Especialista em Inteligência

coronelmoretzsohn@gmail.com
www.palestrasmoretzsohn.blogspot.com.br

 

 
Poucas coisas causam tanta indignação quanto a covardia de um ataque terrorista, especialmente se as vítimas forem civis e cidadãos pacíficos que só desejam voltar para casa após um dia “daqueles”.

Eventualmente, quando os alvos são militares, até podemos interpretar o atentado terrorista como ato de resistência ou de guerrilha, e nossa repulsa sofre, digamos, uma relativização. Afinal, os militares deveriam ser preparados para enfrentar essa ameaça, são voluntários para suas missões e podem pagar o preço pelas escolhas profissionais – e políticas – que fazem.

O entendimento sobre o que é o terror depende, claro, de qual lado do conflito você está. O assassinato do carniceiro das Waffen SS ReinhardHeydrich pela resistência tcheca, em 1942, nas ruas de Praga1, sem dúvida é justificável para os sofridos habitantes do país invadido, mas uma ação de terror do ponto de vista do invasor nazista à época.
   

  Heydrich, Obergruppenführer da Waffen SS


Israel, que sempre foi uma democracia, lançou mão do terror nos primeiros anos de sua instável existência por meio do Irgun e da Stern Gang, duas implacáveis organizações de assassinos que eliminavam inimigos do estado judaico2, chegando, até mesmo, a matar dezenas de soldados ingleses e civis no célebre atentado ao hotel King David em Jerusalém, onde funcionava o QG Britânico para a questão Palestina, aterrorizando seus oponentes a ponto de forçar uma saída honrosa – daí o termo terrorismo. Como o “Senhor das Guerras” é dotado de fina ironia, Israel há tempo vem provando de seu próprio veneno, sofrendo as ações de grupos extremistas que pregam o seu fim como nação e não cedem a qualquer solução minimamente razoável.

Mas, ainda que o terror possa em algum momento significar libertação, quando nos deparamos com as cenas de corpos mutilados de estudantes, crianças e idosos – portanto não combatentes – nosso racionalismo desaparece e desejamos mais vingança que justiça. E até mesmo os sensíveis e politicamente corretos discursos sobre a imoralidade e a ilegalidade da tortura podem perder força diante da escola do nosso bairro cheia de filhos de gente que conhecemos, cujos restos estão sendo recolhidos com pá de lixo porque algum lunático detonou lá dentro uma bomba. Não se trata de apologia à tortura (antes que o pessoal dos D.H. bata à minha porta), mas, da simples constatação que é mais ou menos fácil viver em paz; na guerra, principalmente nesse tipo de guerra, é que o lobo que habita em cada um de nós começa a uivar.
      

Cena do ataque terrorista durante a maratona
de Boston, em 15 de abril de 2013


Estamos convivendo, e não é de agora, com a crueldade desses atos em contraste com a passividade quase bovina de suas vítimas, em sua maioria composta por turistas, trabalhadores, atletas e estudantes. A boa nova é que, assim como a crise hídrica em São Paulo sensibilizou os brasileiros quanto à urgente necessidade de adotar novos comportamentos em relação ao consumo de água, o covarde ataque aos chargistas franceses no trágico 7 de janeiro em Paris3 acordou os indiferentes que são, por obra de Deus, poupados do infortúnio de não conviver com tal ameaça.

Alguém até poderia comentar que a ironia cortante do Charlie Hebdo não é lá tão inofensiva assim, mas vá comparar uma charge num jornal retratando um Alá barrigudo fumando efeminadamente um narguilé com um mascarado de verdade empunhando um Kalashnikov4 municiado invadindo a sala de trabalho de uma editora. O primeiro poderá ser simplesmente mau gosto, e quem pagará o preço é o próprio jornal pela rejeição do consumidor; mas, o outro, certamente é intolerância pura e não há espaço para negociação com esse tipo de gente, conforme não disse nossa presidente em mais um pronunciamento infeliz5.
 

Ironia e imprudência em excesso nas charges do jornal francês


Não há racionalismo que explique o terror, ao menos o terror que transforma um vagão de metrô num verdadeiro açougue6. As Brigadas Vermelhas7 e o Baader-Meinhof 8 tinham uma causa, ainda que, ao menos para mim, indefensável, que era o comunismo revolucionário; já o terror islâmico diz pretender fundar califados e, assim, reconstruir o império árabe (?!?). Quer dizer que esse é o motivo para o ódio visceral contra os “infiéis”?

A Al Qaeda, em 2001, mostrou ao mundo que os EUA não eram invencíveis, lançando um fatwa, espécie de decreto religioso no qual dizia que “muçulmanos em todo o mundo deviam declarar guerra santa aos Estados Unidos e a Israel”. Aqueles que não atendessem à convocação seriam considerados apóstatas (pessoas que abandonaram sua fé) e, por isso, também alvos da ira de Alá. Osama Bin Laden também queria unificar todos os muçulmanos para criar uma grande nação islâmica – talvez uma junção dos tais califados.

Agora, passados quase 15 anos da queda das Torres Gêmeas, já morto seu principal líder e desarticuladas muitas de suas conexões, duas guerras importantes mais tarde (Iraque e Afeganistão), assistimos à continuação da matança por parte dos seguidores do “Estado Islâmico”, cujo nome de solteiro foi ISIS. E volta à cena a “Al Qaeda do Iémen” assumindo o atentado de 7 de janeiro em Paris, surgida a partir do “Estado Islâmico do Iraque e Levante”, o braço iraquiano da Al-Qaedae que há alguns anos literalmente bateu de frente com a poderosa U.S. Navy, colidindo uma lancha carregada de explosivos contra o casco do destroyer U.S.S. Cole, ao menos dessa vez atacando um alvo militar que sabia muito bem se defender9. Um commando assim até que merece meu discreto respeito, pois épreciso a coragem de um tigre para atacar alvos artilhados e guarnecidos, mas, civis desarmados que fazem as compras do dia numa feira ao ar livre, por favor…

Entendo que os antepassados dos povos devotos ao Islã da África e do Oriente Médio, atuais produtores de terroristas em escala industrial, purgaram sob o jugo colonial europeu de ápice no século XIX e seus descendentes podem terressentimentos contra o ocidente. A maior parte da nossa culpa foi edificada sobre milhões de alvas ossadas durante o domínio avarentodas potências europeias, frise-se, as quais repartiram o butim da África na Conferência de Berlim em 188510. Não foi muitodiferente no Oriente Médio, um pedaço do mundo com costumes próprios, saberes milenares e muito petróleo, e que nós, ocidentais, insistimos em não permitir que decidam suas vidas. Se já estava ruim, piorou pela falta de capacidade de os países (leia-seONU) lidarem com questões humanitárias quando há interesses econômicos envolvidos e uma boa dose de paranoia geopolítica herdada da Guerra Fria.

Mas, esses fanáticos precisavam fazer a interpretação das leis que regem o Islã seguindo os ensinamentos dos “muçulmanos de Medina”, designação da estudiosa Ayaan Hirsi Ali11 para os mais intolerantes? Porque nossa geração tem de pagar por isso e chorar mortos sem fim nos ataques a jornais, museus, universidades e até nas praias?

[Para constatar o quão generosas são as nações, basta ver o que ocorre na República Democrática do Congo, na maior guerra da atualidade, curiosa e bravamente liderada por um general brasileiro, líder dos mocinhos12. Justamente um país de maioria cristã que já se chamou Zaire e também Congo Belga, cuja população foi escravizada na década de 1890 sob a mão de ferro do Rei Leopoldo II. Mas, me diga você: alguém neste mundo de Deus está preocupado com 20 anos de guerra e mais de 6 milhões de mortes civis na República Democrática do Congo?]

Culpas ancestrais e dívidas históricas à parte, não podemos mais aceitar esse legado de forma passiva, conformada, estática e inerte, enquanto escolas, lojas e ônibus são pulverizados por homens e mulheres-bomba com roupas recheadas de C413.  “O Mal” existe, fascina e aglutina, convocando pela internet legiões de estudantes e jovens de muitos outros países, desempregados, fracassados de toda ordem e a turma non-sense transformando-os em degoladores.

Os estrangeiros que, inacreditavelmente, estão se alistando voluntariamente nessas brigadas de extermínio, no Oriente Médio e na Ucrânia, em busca de desafios, ao invés de doar seu tempo ocioso a organizações humanitárias de auxílio a refugiados, programas de desminagem ou de localização e identificação de criminosos de guerra, vagam àprocura de uma razão de viver e, para tais almas perdidas qualquer direção é um norte! São suscetíveis a chamados, para nós incompreensíveis, mas, para eles, irresistíveis, ainda que seja o de se alistar numa horda de assassinos somente para poderem pertencer a alguma coisa.

É a réplica em escala macro e planetária dos blackblocs urbanos, soldados sem causa, ronin14.No caso desses jovens aliciados pelo terror, índole ruim, famílias desfeitas, frustrações pessoais sem fim, fracasso profissional e até transtornos de gênero fundem-se na soma de todos esses erros.

A culpa do sucesso desses recrutamentos é de quem? Certamente dos pais deles, ausentes em sua maioria e omissa em sua totalidade, criando seus filhos como bestas que depois se tornam feras. Sequer os amaram muito menos lhes ensinaram valores que permitam a convivência social, fracassando completamente em sua educação. Aliás, é fácil por a culpa no estado e em suas instituições. Claro que educação de qualidade complementa os esforços paternos e forma futuros profissionais qualificados para o mercado,mas, isso somente não basta para forjar uma pessoa de bem em país algum. A escola tem de ensinar e ser rigorosa em quesitos comportamentais; educar é missão inalienável dos pais e da família; a religião, qualquer seja ela,espiritualiza a criatura diferenciando-a dos outros mamíferos justamente pelos valores de caridade e compaixão, e todas as alternativas anteriores são verdadeiras tanto nessa bagunça corrupta que é nossa “Pátria Educadora” quanto nos países nórdicos.

E como fazer para reagir a essa nova onda de recrutamento de jovens estrangeiros? Quando escreveu “1984”, George Orwell15 não sabia que, além de retratar os horrores de um estado totalitário, ele estava propondo uma solução. Sim, pois uma maneira de nos proteger dessa “convocação para matar ocidentais em qualquer parte do mundo” é transformar-nos em uma sociedade monitorada, policiada, militarizada e sem garantias individuais, como foi magistralmente retratada no livro. Onde o estado controlador esteja presente em todos os momentos, onde até mesmo comprar ingresso para asessão de cinema seria registrado “no sistema”. E se você fosse assistir mais de uma vez a um filme, digamos afeto ao tema aqui tratado, o tal sistema acenderia uma luz amarela. [Coitado de mim que assisti “O Dia do Chacal”16 nada menos que 11 vezes em plena década de 70].

Não restam dúvidas que deverá haver mudanças nas leis, pois, de outra forma não há como combater esse mal sem tornar o ar irrespirável para ele. Com todas as atuais garantias que um cidadão dispõe a seu favor para que o estado não lhe ponha a mão, os terroristas irão nadar de braçada nesse mar de oportunidades criado, aqui e em outros países, por constituintes de esquerda. Já conduzi operações de infiltração em organizações criminosas e o fiz justamente explorando suas fragilidades, e é isto o que fazem conosco o tempo todo: aproveitam que não podemos deixar um passageiro pelado para certificarmos que não porta armas e é por aí mesmo que a arma irá entrar a bordo. Não se pode tocar na mulher do preso e é assim mesmo que ela entra com drogas e celulares na cadeia.

As democracias modernas acostumaram mal o cidadão com seu excesso de zelo, de garantias desnecessárias, com cuidados que ele não merece, nem necessita, dando ouvidos a uma ”esquerda escocesa”17 que tem todo o interesse em fragilizar o estado.

Alguém duvida o atentado ao jornal em Paris talvez não ocorresse se um pouco de sobriedade e de bom-senso não tivessem prevalecido, ainda mais depois de tantos alertas recebidos por aquele folhetim primaz em tripudiar sobre a fé alheia? Os terroristas foram covardes, mas, nesta vida não escapamos de pagar o preço pelas escolhas que fazemos. Como foi comentado numa rede de inteligência: “com jornalistas assim, que país precisa de inimigos?”. Não sou contra a liberdade de expressão, desde que ela seja usada para expressar alguma coisa.

E a pergunta que insiste em resistir é: na democracia, como se proteger disso?
A seguir, um ensaio de ações:

Ação número 1: a Itália somente conseguiu virar o jogo contra a Máfia Siciliana Cosa Nostracom mudanças nas leis. Para isso, o processo de mudança foi liderado por um emblemático juiz (Giovanni Falcone); portanto, lição aprendida: mudar as leis de forma permitir o endurecimento do jogo. As nossas precisam ser criadas, pois, nossa Pátria Educadora ainda não pariu uma definição legal e específica para terrorismo, o qual, por essa singela razão, não é crime tipificado no Brasil (eventuais terroristas somente seriam condenados pelos danos causados por suas ações a bens materiais e a pessoas, e por outros crimes assemelhados do Código Penal, como o de causar explosão, introduzir no país armas, venenos etc).

[Sugiro ao caro leitor dar uma olhada neste didático artigo produzido pelo Instituto Sagres – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, cuja sede é em Brasília: Link]

Ação número 2: preparar a população das nações por meio de campanhas publicitárias impactantes e perenes, para sensibilizar as pessoas de bem e conquistar os corações dos cidadãos pelo fortalecimento da família, maior responsável pela transmissão dos ensinamentos sobre o que é verdadeiramente convivência fraterna, tolerante e sem discriminações de cor e gênero em todas as civilizações. As mentes seriam conquistadas nas escolas e nas empresas, por meio de palestras, simpósios, oficinas e debates. A sociedade organizada precisa valer-se de todos os meios lícitos para a massificação dos ensinamentos contra a intolerância de qualquer matiz, nas igrejas, nas associações, em comunidades de práticas e até no enredo de telenovelas. Sugiro, ainda, criar um herói de quadrinhos, apátrida e ecumênico, para melhorar a comunicação com o público infantil, a exemplo da série “Heróis do Clima”, exortando os valores já citados.

[Consulte o link a seguir e perceba que interessante essa iniciativa do Grupo Abril Link ]

[Veja no Youtube a propaganda da Coca-Cola que retrata um almoço de família; interesses de marketing e estratégias mercadológicas à parte, a mensagem de união e pertencimento é o que nos interessa aqui Link]

Ação número 3: as nações precisam atacar o Estado Islâmico e o Boko Haram com sua infantaria e destruí-los sem piedade. Essa história de bombardeios cirúrgicos funciona contra inimigos formais, que possuem estradas, pontes, indústrias e usinas cuja operação é essencial para sua logística e esforço de guerra. Bandidos que se deslocam agilmente em caminhonetes artilhadas, se alimentando do que saqueiam e não obedecendo às formações clássicas de manobra precisam ser combatidos de maneira análoga por forças aptas à guerra irregular e assimétrica, altamente móveis e agressivas. Boa iniciativa seria integrar, de fato, as comunidades de inteligência internacionais para compartilharem entre si informações, o que somente existe no papel e nas intenções. [No fundo, cada nação pensa somente no seu umbigo e a outra que se vire].

Ação número 4: no Brasil, fortalecer, sanear e despolitizar as unidades de inteligência nacional obrigando seus agentes civis e militares à convivência profissional diuturna para, finalmente, aprenderem a trabalhar em equipes multidisciplinares, confiando nos chefes e nos demais colegas, e reduzindo o popular “esconder o jogo”, com a desculpa de compartimentação funcional [ciúmes, mesmo] tão prejudicial para o rendimento dessas agências. Integrar gradualmente essas unidades às universidades e empresas, como já fizeram os estadunidenses há décadas, por meio de comitês multidisciplinares de discussão doutrinária e de atualização tecnológica, quebrando as resistências que erroneamente ainda associam inteligência a repressão.

Ação número 5: todos os países precisam investir em políticas públicas como programas de estado – e não de governos – notadamente a de educação, para colher os frutos adiante como fizeram o Japão e a Coréia do Sul. Nesse investimento, também capacitar professores e servidores a identificar ameaças e a lidar com alunos-problema. No Brasil, fazer o Serviço Militar Inicial parte importante dessa estratégia, integrando-o ao processo educacional do país.

Ação número 6: legiões de migrantes se originam de perseguições político-religiosas, crises econômicas, guerras ou desastres climáticos prolongados (secas). Os países precisam criar um fundo, se já não possuírem algum, que os possibilite lidar com os custos econômicos e sociais dessas operações, mobilizando pessoas qualificadas para lidar com esses desassistidos, a exemplo do que ocorre hoje com a Itália que arca sozinha com os miseráveis que aportam em Lampedusa. Essas migrações podem encobrir traslados de terroristas em pencas, penetrando de maneira “legal” em países-alvo e até merecendo sua caridade, para depois explodir seus cidadãos. 

Ação número 7: organizações terroristas são perigosas; porém, mais perigosos são os lobos solitários.  Por isso a vigilância de fronteiras, portos e aeroportos, além de estações rodoferroviárias, deve ser implacável e suportada por tecnologias.  Pela mesma razão, é necessário compartilhar informações. Informantes treinados e dispostos em locais estratégicos são eficazes para alertas antecipados, e é vital – embora muito perigoso – tentar infiltrar essas organizações para mapear seus caminhos internos e descobrir os meandros de suas finanças, artéria vital de qualquer grupo terrorista.

Ação número 8: fanáticos não temem a morte, especialmente os seguidores do Islã que creem na libertação após a partida. Punição para pessoas assim é a perpétua. [Os terroristas do Estado Islâmico são pródigos em criar cenas cinematográficas enquanto degolam, incendeiam, fuzilam e agora afogam em piscinas suas vítimas indefesas. Muito bem. Por isso, merecem ser confinados sozinhos, numa cela quente durante o dia e gelada à noite, sem direito a visitas, sem o Corão, sem ao menos saber para qual lado estaria Meca, comendo todos os dias somente hambúrguer de carne de porco fria e Fanta Uva quente, com a estrela de David pintada numa parede, a bandeira dos EUA noutra e o estandarte das Cruzadas no teto; ao fundo, rock pesado do Sepultura. Basicamente isso.] 

Ação número 9: no Brasil, formar e equipar melhor as forças policiais e militares, sem criar um estado militarizado demais. Requer investimentos, portanto, devemos abandonar a ideia que forças de segurança são obrigatoriamente formadas por servidores públicos concursados. Contratados temporários, devidamente escolhidos e treinados, funcionam muito bem, podem ser demitidos sem muita burocracia e não criam cauda previdenciária ao estado.

Ação número 10: na realidade sul americana, o terror teria as bênçãos das organizações criminosas ligadas ao tráfico, portanto, há de se atacar o problema por inteiro, e o cidadão tem muita responsabilidade nisso, principalmente na negação ao consumo de drogas e na escolha de melhores candidatos a cargos eletivos. Não adianta reclamar de leis frouxas, pois somos nós que escolhemos os legisladores que as elaboram; nem de juízes lenientes, pois somos nós também que escolhemos os chefes do executivo que os nomeiam e empossam.

Tudo isso é dificílimo alcançar, mas desafiadoramente possível.

[Aproveito este espaço para prestar silenciosa homenagem às vítimas dos carrascos do Estado Islâmico e do Boko Haram.  Não morreram em vão].

Notas de rodapé:

(1) Conhecido como 'O Açougueiro de Praga' pelos tchecos, Reinhard Heydrich, General da Waffen SS, foi personagem central do Holocausto e um dos diretos responsáveis pela infame decisão conhecida como 'solução final para a questão judaica'. Morto devido aos ferimentos no abdômen causados por estilhaços contaminados de uma bomba, lançada contra seu automóvel que estava de capota abaixada, enquanto se deslocava pelas ruas da capital, num atentado da resistência tcheca.
 
(2) É notória a capacidade de resistência do povo judeu.  Após a fundação do Estado de Israel, em 1948, algumas organizações paramilitares patrocinadas e treinadas pelo governo impuseram ataques terroristas contra inimigos internos e externos do jovem estado. Essa resiliência é muito bem retratada no filme “Bastardos Inglórios”, no qual soldados judeus americanos caçam implacavelmente líderes nazistas.
 
(3)  O grupo extremista Al Qaeda na Península Arábica,também conhecido por Al Qaeda do Iêmen, assumiu o ataque terrorista ao semanário satírico francês Charlie Hebdo, e que resultou em doze pessoas mortas, incluindo os principais cartunistas do semanário e dois policiais.
 
 
(4) Conhecido por AK-47, sigla da denominação russa Avtomat Kalashnikovamodelo 1947, é a arma mais fabricada e copiada do mundo.  Na verdade, um grotesco fuzil de assalto que dispara um projétil lento e pesado (porém muito letal), é capaz de suportar condições climáticas e de manutenção impensáveis para a maioria dos seus competidores, o que a torna a preferida dos grupos terroristas. Outra qualidade da arma é a facilidade de peças de reposição, já que algumas podem ser feitas artesanalmente.
 
 

AK 47

 

(5)  Em Nova York, no dia 24 Set 2014, Dilma Roussef  propôs, numa  entrevista antes de falar ao plenário diante da Assembleia Geral da ONU, que a “melhor forma” de enfrentar o E.I. seria “o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU”.  A presidente “lamentou profundamente” a iniciativa dos Estados Unidos e aliados de bombardear instalações, equipamentos e agrupamentos de militantes da organização terrorista [Credo, vou lhes falar, nós merecemos, viu…].

(6) No dia 11 de março de 2004, enquanto se dirigiam ao trabalho, 200 pessoas morreram e mais de 1500 ficaram feridas por causa de atentados coordenados que explodiram bombas em pelo menos 3 estações trem e metrô de Madri.

(7) As Brigadas Vermelhas foram uma violenta organização terrorista de ideologia comunista da Itália, atuante nas décadas de 70 e 80, cujo “feito” mais conhecido foi o sequestro e morte de Aldo Moro, o Primeiro Ministro daquele país, em 1978.

(8) A “Fração do Exército Vermelho”, também conhecida por Baader-Meinhof, foi uma sanguinária organização guerrilheira alemã de extrema-esquerda, fundada em 1970, na antiga Alemanha Ocidental. O nome Baader-Meinhof deve-se a dois fundadores, Andreas Baader e Ulrike Meinhof.

(9) O ataque suicida aoUSS Cole  foi em 12 de outubro de 2000, enquanto este estava reabastecendo no porto de Áden, no Iêmen. No total, 17 marinheiros americanos foram mortos e outros 39 ficaram feridos.
 

(10) A conferência de Berlim ocorreu entre 1884 e 1885, com a participação de Itália, França, Grã-Bretanha, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Império Otomano (atual Turquia), Portugal, Bélgica, Holanda, Suécia, Rússia e Império Austro- Húngaro, para definir quais territórios africanos esses países repartiriam entre si. Os povos africanos não foram convidados – após as decisões, muitos deles resistiram e lutaram como puderam.
 
(11) Ayaan Hirsi Ali é uma ativista e escritora nascida na Somália, crítica do islamismo radical. Publicou obras que se tornaram conhecidas por suas posições contrárias à prática da mutilação genital e do radicalismo.
   
 
 
(12) Carlos Alberto dos Santos Cruz, General de Divisão do Exército Brasileiro, atuando sob a égide da ONU.
 

  


 (13) O C-4 (composto 4) é um explosivo plástico seguro de manusear, bastante maleável, permitindo moldá-lo em formatos diferentes para alterar a direção da explosão. Em razão de sua estabilidade e poder de destruição, é ambicionado por terroristas e guerrilheiros de todo o mundo. É muito mais efetivo que a dinamite.
 
(14) Ronin eram mercenários samurais abandonados por seus senhores e que passavam a vagar sem causa e sem honra.
 
(15) Escritor e jornalista inglês, em sua mais conhecida obra imaginou uma sociedade totalmente monitorada por um estado policial e repressor, cuja instituição-líder máxima (Big Brother) praticamente controlava a tudo e a todos. O nome Big Brother inspirou o ridículo reality show, série de prostituição disfarçada em entretenimento e que, infelizmente, foi divulgado durante 15 anos no Brasil pela Rede Globo.
 
(16) Icônico livro do jornalista e romancista inglês Frederick Forsyth, transformado em filme em 1973 com o ator Edward Fox no papel de um o mercenário contratado por oficiais dissidentes do exército francês para matar Charles De Gaulle. O livro é uma aula de técnicas de inteligência, infiltração e dissimulação.
 
                                        
       
 
(17) Magistral definição do General de Exército Heleno, da Reserva do Exército Brasileiro, que assim definiu os “socialistas de carpet” que adoram um bom uísque e o conforto do ar condicionado.
 

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