Percival Puggina
Quem não tem o que dizer ou fala bobagem ou fabrica informação. Creio ser isso o que está acontecendo com a divulgação dos vazamentos da Intercept, apresentados de modo a criar notícia escandalosa onde o verdadeiro escândalo é a invasão de celulares de agentes públicos por criminosos que passaram informação ao site.
Praticamente tudo o que li parece ter sido redigido por um advogado da equipe de Lula, procurando tirar todo o leite possível das pedras hackeadas. Li sobre procuradores empenhados, noite adentro, na obtenção de elementos de convicção para si mesmos. Li sobre procuradores empolgados com a missão de combater a corrupção num país em que suas ramificações pareciam não encontrar limites. Li sobre um magistrado federal cuja determinação fez dele o bem sucedido símbolo desse combate. E li uma matéria nitidamente empenhada em desacreditar a Operação Lava Jato e proteger os corruptos.
A advogada Janaína Paschoal, em seu twitter, divulgou uma opinião da qual destaco os seguintes trechos:
Hilário ler que o CNMP está discutindo em grupo de whatsapp o que fazer com os Procuradores que se falaram em grupo de whatsapp. Será que ninguém percebe o pitoresco da situação? Pena eu não ser uma escritora, fosse, não faltaria material.
Em um país em que parentes de Ministros advogam nos Tribunais Superiores;
– em que a nata da advocacia criminal faz jantar homenagem ao Presidente da Corte que julgará suas causas;
– em que o magistrado da causa oferece jantar de aniversário para a parte em que um ex-Ministro de Estado se refere a um Ministro do STF como “nosso advogado” e ninguém se considera suspeito, DATA VENIA, parece piada querer fazer um carnaval por causa de três frases em um grupo de whatsapp. Faz-me rir!
Também no Twitter, J.R.Guzzo observou:
A clonagem do telefone do ministro Sérgio Moro é apenas um episódio a mais na única disputa de verdade que existe hoje no Brasil: a guerra para derrubar Moro, liquidar a Lava Jato, soltar Lula, sabotar o governo e devolver o país aos ladrões – centrão, PT, empreiteiras. Só isso.
Pessoalmente, me entristece saber que num país onde o crime compensa, condutas criminosas recebam credibilidade. É a coroa de ouro da estupidez nacional ocupando as cabeças que lhe correspondem.