Por Roberta Rampton
WASHINGTON – Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, buscou na quarta-feira tranquilizar a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, acerca da suposta espionagem norte-americana sobre aliados europeus, e os dois concordaram em realizar nos próximos dias uma reunião de funcionários graduados para discutir o assunto.
A União Europeia já exigiu explicações dos Estados Unidos por uma reportagem publicada em uma revista alemã dando conta de que Washington estaria espionando países aliados na Europa, considerando a espionagem "chocante" se realmente for verdadeira.
A notícia surgiu ainda sob impacto da revelação de que os Estados Unidos monitoravam secretamente telefonemas e e-mails de milhões de pessoas, em um caso que provocou indignação internacional após ser revelado pelo ex-funcionário da agência de espionagem norte-americana Edward Snowden.
Em nota, a Casa Branca disse que Obama e Merkel conversaram por telefone, duas semanas depois de se encontrarem pessoalmente em Berlim, na Alemanha.
"O presidente tranquilizou a chanceler de que os Estados Unidos levam a sério as preocupações dos nossos aliados e parceiros europeus", disse a Casa Branca, observando que autoridades dos EUA e da UE irão discutir questões de privacidade e inteligência a partir do dia 8.
O ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich, disse que a Alemanha enviará subchefes de ministérios para avaliar os fluxos de informações que chegam à Alemanha, num esforço para proteger os cidadãos desse país.
O líder parlamentar do opositor Partido Social-Democrata, Thomas Oppermann, criticou o formato de delegação escolhido por Merkel.
"A chanceler precisa realizar consultas governamentais adequadas", disse ele a uma TV nesta quinta-feira. "Na semana que vem, uma delegação governamental de subchefes de ministérios irá a Washington, então basicamente tecnocratas estarão conversando sobre esse tópico. É uma questão altamente política."
A Casa Branca disse que Obama e Merkel reiteraram seu forte apoio ao início das negociações de um acordo de livre comércio entre EUA e UE.
Na segunda-feira, em entrevista coletiva na Tanzânia, Obama prometeu fornecer todas as informações solicitadas por aliados europeus a respeito das denúncias de espionagem, as quais ele disse ainda estarem sendo avaliadas por Washington.