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Operação Hashtag – Preso Grupo de Brasileiros ligados ao EI

Filipe Coutinho e Diego Escosteguy

                             

A Polícia Federal faz nesta nesta quinta-feira (21) a Operação Hashtag para prender dez pessoas suspeitas de planejar um atentado terrorista durante a Olimpíada, no Rio de Janeiro. A operação secreta é executada pela Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal contra o grupo que, até aqui, é considerado a maior ameaça aos Jogos.

Além dos mandados para prisão temporária de dez pessoas, a Justiça Federal em Curitiba emitiu dois mandados de condução coercitiva e 19 de busca e apreensão no Amazonas, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. 

Os presos são considerados pelos investigadores uma célula do Estado Islâmico no Brasil. Com autorização judicial, a Divisão Antiterrorismo da PF monitorou diálogos do grupo, autointitulado “Defensores da Sharia” (a série de princípios religiosos, comportamentais e de costumes expressos nos textos sagrados muçulmanos e que influenciam do modo de vida às constituições de alguns países), em redes sociais, sobretudo via Facebook e Twitter, e por aplicaticos de troca de mensagens.

O grupo seguia o mesmo roteiro dos terroristas envolvidos nos atentados em Orlando, nos Estados Unidos, e de Paris, na França: foram recrutados pela internet e alguns deles juraram lealdade ao Estado Islâmico. Dias atrás, o grupo comemorou o atentado em Orlando, no qual um atirador matou 50 pessoas em uma boate. 

Nas mensagens, a PF descobriu que o grupo ainda era embrionário. Os integrantes não se conheciam pessoalmente, conversavam via apliacativos de mensagens como WhatsApp e Telegram, nas quais compartilhavam simpatia pelo Estado Islâmico, falavam em treinar artes marciais e se preparavam para ações.

Eles usavam as redes sociais para contatos com o Estado Islâmico. Os investigadores descobriram, ainda, que um dos integrantes havia jurado lealdade ao Estado Islâmico. Além do plano para possivelmente organizar um atentado terrorista na Olimpíada, eles relatavam compra de armamento. Um dos integrandes fez contatos para adquirir um fuzil AK-47 no Paraguai.  

Em contatos com a organização, os integrantes comentaram que o Brasil não fazia parte da coalização de países que combate a organização na Síria, mas receberia um número considerável de estrangeiros desses países durante a Olimpíada e comaçavam a discutir possíveis alvos.

Esses três fatores, somados à proximidade do evento, fizeram a Polícia Federal deixar a ação monitorada e ir a campo para prendê-los. A Polícia Federal mantém os nomes e os detalhes do ataque sob sigilo. Há um menor de idade entre os envolvidos.

Ao contrário de ameaças dos chamados “ratos solitários”, a PF descobriu uma estrutura que começava a se organizar. O perfil dos alvos, segundo investigadores da área de inteligência, encaixa-se no grupo que é hoje considerado o de maior risco entre os brasileiros investigados: recém convertidos ao islamismo, que se frustraram com o tom pacifista das mesquitas brasileiras e partiram então para a internet em busca do radicalismo propagandeado pelo Estado Islâmico. No total, a inteligência brasileira trabalha com 50 alvos. Todos os presos pela PF estavam nessa lista.

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