Júlio Ottoboni
Especial para DefesaNet
De 5 a 21 de agosto de 2016 serão disputados os Jogos Olímpicos do Rio. A expectativa é que 4,8 bilhões de pessoas no mundo assistam à transmissão do evento, que vai reunir 15 mil atletas de 225 países e deve atrair 500 mil turistas ao país.
Um momento único para exibir as qualidades do Brasil turístico e também uma janela para o mundo conhecer as ações terroristas de grupos de extremistas em um país politicamente desorganizado, mergulhado em uma crise institucional profunda, em recessão econômica e totalmente despreparado para encarar essa nova onda de problemas gigantescos.
A irresponsabilidade das autoridades governamentais do país e de seus políticos reflete agora em algo desesperador. Os cortes orçamentários das forças armadas, mesmo se sabendo do que seria enfrentado no ano das Olimpíadas. Algo tido pelos militares como de uma irresponsabilidade criminosa, comparado ao crime de lesa pátria.
Os atentados no aeroporto de Istambul que vitimaram 45 pessoas, as 28 mortes num café em Daca, capital de Bangladesh, além da chacina com 125 mortos em uma sorveteria em Bagdá, no Iraque, todos num prazo de duas semanas potencializou a possibilidade de ameaça terrorista no Brasil.
A própria ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) confirmou a autenticidade de um perfil e de uma mensagem postada em novembro do ano passado que o país estava na rota dos atentados terroristas.
Um suposto integrante do Estado Islâmico postou no Twitter uma ameaça ao país. A mensagem "Brasil, vocês são nosso próximo alvo" foi postada em novembro do ano passado pelo francês Maxime Hauchard. Isso ocorreu após os atentados que deixaram 129 mortos e dezenas de feridos, na França.
Os militares brasileiros admitem que há uma falta de preparo e de estrutura para combater as enormes dimensões que uma onda de atentados provocados por instituições internas e externas ao país possam ocorrer antes e durante as Olimpíadas.
Os movimentos sociais e políticos do Brasil, que esperam a oportunidade de denunciar o “golpe de Estado” contra a presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores (PT) estão sendo monitorados e se busca acordos para que não haja manifestações durante os 16 dias dos jogos.
As ações “Não Vai Ter Golpe, Vai Ter Luta” , que reúne diversos sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e o aliciamento de estrangeiros migrantes para uma luta campal nas praças, avenidas e proximidades das arenas esportivas são acompanhados em detalhes, inclusive com agentes infiltrados. Existe a possibilidade de abertura de negociações e mesmo a prisão preventiva das lideranças caso haja insistência em manter as ações na pauta de protestos.
Os militares escutados pelo DefesaNet disseram que o Rio de Janeiro vive uma situação de guerra civil e que o crime organizado tem mostrado sua força em ações pontuais, como o roubo dos containers da tevê alemã e outras ações de grande repercussão. Isso deve ser ampliado caso não haja uma abertura de conversações com o governo do Rio de Janeiro e com o governo federal.
O mesmo tipo de comportamento já foi adotado pelo PCC ( Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, quando paralisou o Estado com ordens para atentados terroristas caso o governo paulista não negociasse com suas lideranças. O governo de São Paulo nunca admitiu qualquer acordo, embora o PCC tenha suspendido suas ordens de rebeliões nos presídios e execuções de juízes, policiais e desembargadores, além de atos terroristas em diversas cidades em poucas horas.
O crime organizado teria se comprometido em expulsar das favelas qualquer estrangeiro ou suspeito de pertencer a alguma organização terrorista, inclusive policiaria as comunidades neste período sem a necessidade da presença do Exército ou de qualquer outra força militar. Um possível acordo com o Comando Vermelho e outras facções criminosas é mantido em extremo sigilo, mas a possibilidade de negociação é concreta.
O trabalho de monitoramento de suspeitos, que já barrou mais de 40 mil pessoas interessadas em trabalhar, participar e mesmo assistir as Olimpíadas, se intensificou nas últimas semanas e deve ser ainda mais fortalecido até o começo de agosto. Atualmente esse processo conta com apoio de diversos órgãos de inteligência internacionais como a CIA, o serviço secreto americano e a MOSSAD, o serviço secreto israelense, e a inteligência da Rússia, França, Alemanha e de diversos países latino americanos.
A própria direção da ABIN confirmou que “ao menos 30 agências de inteligência mantém operações em território brasileiro e outras 90 integram uma rede de troca de informações da qual o Brasil faz parte".
Para o período das Olimpíadas, mais de 110 agências de inteligência estarão instaladas no Rio de Janeiro. Essa será a maior operação de segurança organizada no Brasil e contará com mais de 80 mil agentes somente no Rio de Janeiro durante dos jogos. Do total, cerca de 10 mil serão cedidos pela Força Nacional, que atuará dentro das instalações esportivas.
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