Um dos ex-detentos da prisão americana de Guantánamo, que chegaram no Uruguai em 2014, cruzou a fronteira até o Brasil sem os controles de migração, informou nesta quinta-feira (16) o ministro do Interior (Segurança), Eduardo Bonomi ao jornal "El Observador".
"Não se sabe com que documentação saiu do país" já que "não passou por nenhum registro", pelo menos do lado uruguaio, disse o ministro ao jornal.
A informação tinha sido gravada por um programa de TV local na noite de quarta-feira e o ministro deu a confirmação oficial. Jihad Ahmad Diyab, de origem síria, chegou com outros cinco ex-detentos mediante um acordo entre os Estados Unidos e Uruguai. Têm status de refugiados no país sul-americano.
Bonomi recordou ao jornal que em função desse status, o cidadão sírio pode sair do país quando quiser, mas, sustentou, que o Brasil pode "não recebê-lo legalmente" e enviá-lo de volta para o Uruguai. "É um problema do Brasil", disse ao "El Observador".
Diyab nunca se mostrou cômodo com sua situação no Uruguai, onde buscou trazer sua família. Segundo o jornal, ele já tinha tentado cruzar a fronteira anteriormente, mas as autoridades brasileiras não o deixaram entrar.
Ele fez diversos atos de protesto em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Montevidéu, e foi o único dos seis ex-detentos na prisão americana que não assinou o convênio com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para residir no Uruguai.