Mein Gott!(*) BND espionou aliados: EUA e Europeus
tradução Mein Gott! – Meu Deus!
Artigo publicado Der Spiegel
07 Novembro 2015
Há três semanas, surgiram notícias de que o Serviço de Inteligência Exterior da Alemanha, o Bundesnachrichtendienst (BND), espionou sistematicamente tanto amigos e aliados em todo o mundo. Em muitos desses casos, o BND fez a espionagem por sua própria conta e não a pedido da agência americana National Security Agency (NSA).
O BND sofreu fortes críticas no início deste ano (2015), depois que surgiram notícias de que tinha apoiado a NSA na espionagem de instituições europeias, empresas e até mesmo os alemães, usando princípios de ação duvidosos.
A revista SPIEGEL, desde então, coletou a partir de diversas fontes que a espionagem foi mais além do que o relatado anteriormente. Desde as revelações de Outubro, verificou-se que o BND espionou o Homeland Security Department dos Estados Unidos, e os ministérios do Interior dos países membros da União Européia (UE), incluindo a Polónia, Áustria, Dinamarca e Croácia.
A atuação dp BND também incluiu linhas de comunicação pertencentes aos postos diplomáticos americanos em Bruxelas (inclui a OTAN) e nas Nações Unidas, em Nova York. A lista ainda incluiu a hotline do Departamento de Estado Americano para os avisos de viagem.
O interesse do serviço de inteligência alemão não era restrito a instituições estatais, também espionou as organizações não-governamentais como a Care International, OXFAM e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em Genebra. Na própria Alemanha, a listas de alvos do BND incluiu numerosas embaixadas e consulados estrangeiros.
Os endereços de email, números de telefone e números de fax das representações diplomáticas dos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Suécia, Portugal, Grécia, Espanha, Itália, Áustria, Suíça e até mesmo o Vaticano foram todos monitorados dessa forma. Instalações diplomáticas não são abrangidos pelo artigo 10º da Constituição da Alemanha, a Lei Básica, que protege os participantes de telecomunicações alemãs de tal vigilância.
As revelações vieram depois que a Chanceler Angela Merkel, que é encarregado de supervisionar as agências de inteligência da Alemanha, informou Painel de Controle Parlamentar do Bundestag, que é responsável pela aplicação de freios e contrapesos para esforços de inteligência, em meados de outubro, que o BND tinha vigiado instituições de vários países europeus e outros parceiros por muitos anos.
Em outubro de 2013, a chanceler Angela Merkel condenou espionagem em seu telefone móvel, dizendo: "Espionagem entre amigos? Isso não é feito." Aparentemente, essas palavras não se aplicam ao BND.
Nota DefesaNet
Os factóides criados pela rede de imprensa liderada: pelo inglês The Guardian, a alemã Der Spiegel e o brasileiro O Globo devem ser relidos.
Muito do que foi mencionado como espionagem americana ligada a NSA feita pelo BND, era na verdade a espionagem de interesse alemão. Em especial contra o AIRBUS Group (ex-EADS) e o Grupo Francês DCNS, ligado ao Programa de Desenvolvimentos do Submarino com a Marinha do Brasil. Um dos alvos principais da Chanceler Merkel.
O Editor