Edgar C. Otálvora
@ecotalvora
A distribuição e a venda de produtos básicos na Venezuela está sendo colocada sob controle de grupos chavistas com apoio logístico das Forças Armadas. O CLAP, “Comités Locales de Abastecimiento Popular” ou “Comités Locales de Abastecimiento y Producción” substituem o que sobrou da rede privada de abastecimento. Os CLAP começaram a serem implementados nesta semana no coração de Caracas, causando protestos, em 02JUN2016, a menos de um quilômetro do Palácio de Miraflores. Os CLAP distribuíram bolsascom produtos às famílias cadastradas nos censos feitos PSUV (Partido Partido Socialista Unido de Venezuela) .
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A aplicação de sanções sobre o governo de Nicolas Maduro continua na agenda diplomática do continente, especialmente na América do Sul. Em breve uma reunião de chanceleres do Mercosul, solicitada pelo Paraguai, onde poderá ser decidida a eventual suspensão da Venezuela. Esta possibilidade também foi avaliada, em 02JUN2016, por uma fonte anônima da presidência do Brasil, citado pela Agência Reuters, de acordo com a qual o Brasil poderia tentar impedir que Maduro assumisse a presidência temporária do Mercosul em julho. Uma decisão como esta dependeria do voto favorável de Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Em meios diplomáticos sul-americanos há uma percepção de que a pressão internacional sobre Maduro deve conduzir à realização do referendo na Venezuela em 2016.
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A reunião extraordinária do Conselho Permanente da OEA, solicitada pelo Secretário-Geral Luis Almagro para resolver a situação da Venezuela com base na Carta, deve ser posterior à 16JUN2016. Com base nas posições tomadas pelos governos dos países membros da OEA na reunião de 01JUN2016, sobre "a situação da Venezuela", com sanções iniciais contra o governo Maduro não deve ocorrer. Espera-se que a "aplicação" da Carta Democrática Maduro inicialmente apenas envolve o estabelecimento de uma comissão de diplomatas de países membros para "promover o diálogo" entre o Governo e a Oposição. Almagro si mesmo, no seu relatório sobre a Venezuela, ele propôs que a "aplicação" da Carta Democrática deve ser "progressiva e gradual".
O governo Maduro poderia argumentar, nessa circunstância, já existe uma comissão patrocinada pelo Secretário da UNASUL Ernesto Samper, com a participação dos presidentes José Luis Rodriguez Zapatero, Leonel Fernandez e Martin Torrijos. A ativação da comissão tem sido apoiada pela OEA, os EUA e vários países da América do Sul.
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O Castrochavismo continental está analisando as razões para a sua progressiva deterioração após as derrotas eleitorais na Argentina (Perda da Presidência), Brasil (Dilma Rousseff impedimento) e Bolívia (Evo Morales derrota no referendo 21FEV2016). A questão teria sido parte de conversações entre Evo Morales e o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, que visitou a região de Chapare, de cultivo de coca junto com o presidente boliviano 02JUN2016.
Um documento emitido pelo Partido dos Trabalhadores do Brasil 17MAY16 leitura revela que o partido de Lula da Silva fez sobre as causas da sua produção provisória (e possivelmente permanente) da Presidência da República. O documento foi emitido pelo Instituto Nacional de PT e garante que a saída Rousseff é um "golpe parlamentar" que de acordo com os seguidores de Lula teria permitido que o "sentido de Estado" foi "recuperado" por "as velhas oligarquias da política, monopolizado a mídia e um grande negócio ". Sem mencioná-lo especificamente, a PT explica a queda de Dilma não ter implementado no Brasil semelhante ao de Hugo Chávez na política Venezuela.
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O documento PT diz: "Fomos descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que impediria a sabotagem conservadora nas estruturas da Polícia Federal e do Ministério Público de comando: alterar o currículo das academias militares, promovendo oficiais com compromisso democrático e nacionalista: fortalecer a ala mais avançada do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e redimensionar significativamente a distribuição das despesas do orçamento de monopólios de informação ", isto é, a PT considera que durante os governos de Lula e Rousseff deveria ter politizado e ideologizado as forças armadas, o da polícia e da justiça, o serviço diplomático e manipularam as despesas de publicidade para pressionar os meios de comunicação.
O Comandante do Exército Brasileiro General Eduardo Villas Boas rejeitou o documento do PT. "Ele tem um tom" bolivariano", ou seja," semelhante ao utilizado pelos regimes de Hugo Chavez e, agora, Nicolas Maduro, na Venezuela e em outros países da América do Sul, como Bolívia e Equador".
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Unidades militares da Bolívia têm incorporado em seu repertório musical a marcha “Evo Morales tú tienes la luz”(…) “Por siempre vivirá Evo Morales” (…) “Evo Morales tu eres la voz que al Imperialismo enfrentó”. Aqui estão alguns trechos da letra da marcha militar composta para exaltar Morales nos quarteis da Bolívia. As Forças Armadas da Bolívia são chamados desde 2015, sob o comando de Morales como "anti-imperialista" em uma paródia óbvia da politização esquerdista que Chávez impôs aos militares na Venezuela. O ministro da Defesa boliviano Reymi Ferreira, chamou de “lacaios ou aduladores dos imperialistas" aqueles que se opõem a interpretar a marcha Evo Morales nos atos militares.