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Exclusivo – Embaixador Brasileiro em Caracas tem agenda dupla ou é..?

 

Exclusivo Equipe DefesaNet

 
O embaixador do Brasil na Venezuela, Ruy Carlos Pereira, gestão está mantendo contatos com o governo bolivariano de Nicolás Maduro, em direção contrária às diretrizes expressas publicamente pelo governo de Michel Temer.

Fontes consultadas por DefesaNet, no seio da comunidade diplomática estrangeira, sediada em Caracas, há a percepção de que Pereira, tem uma agenda própria e diferente da do governo Temer. Na manhã, de 26 de Julho esta percepção foi confirmada. O novo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Samuel Moncada, convocou os chefes das embaixadas presentes em Caracas para uma reunião na sede do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, localizado no histórico prédio, chamado “Casa Amarilla”, localizado em frente à Praça Bolívar, no centro da capital venezuelana.

A reunião ocorreu apesar da cidade como o resto do país enfrentar uma greve geral convocada pela oposição. Durante a reunião, Moncada deu uma visão geral do que considera como as ações do governo de Donald Trump contra Maduro.

Após a reunião, o embaixador brasileiro enviou uma breve mensagem via Whatsapp, aparentemente, seria o destinatário seria uma pessoa uma pessoa no Ministério das Relações Exteriores Brasileiro (Itamaraty). Aparentemente devido a um erro na manipulação de seu telefone, Pereira enviou o texto para um grupo que incluía os embaixadores de vários países que estão sediados em Caracas. Se era uma mensagem secreta para alguém no Itamaraty ou outro destinatário o texto tornou-se público e circulou entre a comunidade diplomática de Caracas.

O texto que teria sido enviado por Pereira é o seguinte:

“Autoexplicativo. Segue tel entre hoje e amanhã.  Yañez me receberá hoje às 16 hs. Renovei o canal com Jauá, q estava presente hoje pela manhã na Casa Amarela. Moncada me disse q me receberá "nos próximos dias"; foi cortês e simpático qdo nos cumprimentamos.”


O "Yañez" que se refere Pereira e que seria recebido por ele no mesmo dia é o "adjunto da América", do Ministério das Relações Exteriores venezuelano. O "Jauá" com que Pereira "renovou o canal" é Elias Jauá, um dos principais líderes do governo bolivariano e que é lembrado no Brasil por ter entrado no país com armas em 2014, no aeroporto de São Paulo e depois declaradas como sendo da babá que acompanhava a delegação.

Na mesma manhã que o embaixador brasileiro renovava seus contatos com Jauá, em Caracas, em Washington, o governo dos EUA incluiu o líder chavista na lista como envolvido na violação dos direitos humanos na Venezuela. Pereira afirmou que Moncada mostrou-se simpático, o que contradiz os termos, que rotineiramente, o ministro das Relações Exteriores Bolivariano,  insulta Michel Temer em suas aparições públicas.

Enquanto Pereira adulava os chefes da diplomacia Bolivariana, em Caracas, ao mesmo tempo, seu colega diplomata Bernardo Paranhos Velloso, afirmava em reunião da OEA, em Washington, que o governo de Maduro "ameaça destruir a democracia na Venezuela e poderes, como é o caso da Assembleia Nacional."

O então chanceler José Serra recebe o Presidente da Assembleia venezuelana, Julio Borges (08FEV2017), no canto da mesa, fazendo anotações, está o Embaixador Ruy Pereira.

A nomeação de Pereira como embaixador em Caracas, foi aprovado pelo Senado Brasileiro, em outubro de 2013 (a sessão de confirmação pode ser verificada no vídeo abaixo), indicado pelo governo de Dilma Rousseff, e desde então tem servido como chefe da delegação brasileira em Caracas.

Em meados de 2016, com a chegada de Temer à Presidência e os pesados ataques ??do governo bolivariano, Pereira foi chamado para consultas pelo Itamaraty. Desde sua chegada em Brasília, Pereira tentou convencer seus chefes no Itamaraty para apressar seu retorno a Caracas e teria usado conexões no Planalto para conseguir retornar. Tanto José Serra como Aloysio Nunes e o Secretário-Geral do Itamaraty, Marcos Galvao Bezerra Abbott, teriam sido pressionados por Pereira para autorizá-lo a voltar para Caracas.

Pereira afirmou que ele poderia melhorar as relações com a Venezuela com  governo Temer, mas nos meios diplomáticos circulam rumores sobre possíveis interesses pessoais(comerciais, emocionais ou políticos), que explicariam o curioso interesse de Pereira para retornar rapidamente para Caracas.

Em maio passado, quando na Venezuela já tinha começado fortes protestos contra Maduro que provocaram mais de uma centena de mortos, Pereira conseguiu tirar a aprovação de seu retorno a Caracas. Interessante qo o anúncio não foi feito pelo Itamaraty, mas o ministro da Defesa Raul Jungmann.

Um ponto interessante é quando a delegação de políticos brasileiros liderados por Aécio Neves e que incluía, o atual chanceler, Senador Aloysio Nunes e o Senador Eduardo Ferraço, o Embaixador Ruy Carlos Pereira,  “atendendo” instruções do chanceler Mauro Vieira, não acompanhou os políticos brasileiros assim como nenhum funcionário da embaixada brasileira.

A delegação brasileira foi hostilizada e não conseguiu chegar à Caracas.

O jornal O Globo reportou em sua edição de 21JUN2015:

“- O ministro Mauro Viera deu instruções para não fazê-lo, é verdade. Isso poderia ser visto como um comportamento indevido da embaixada brasileira, uma presença inadequada do embaixador (Ruyy Pereira), por parte das autoridades venezuelanas. A instrução foi recebida e cumprida — disse uma das autoridades envolvidas na organização da missão.”

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