Júlio Ottoboni
Especial DefesaNet
Um imenso contingente de policiais militares e das forças armadas, em particular do Exército, está sendo preparado para intervenções na área da cidade de São Paulo, a a chamada Grande São Paulo, que engloba 39 municípios e uma população de mais de 20 milhões de pessoas. Essa enorme concentração populacional que deve ficar sem água a partir dos próximos meses. Temendo uma insurreição só comparada à Revolução Constitucionalista de 1932, o governo paulista e o governo federal se organizam para conter um provável levante civil.
Esse é o cenário esperado pelas autoridades e pré anunciado pelo DefesaNet, com exclusividade, em novembro do ano passado. Naquele período, já em outubro de 2014, o governo paulista já tinha enviado militares de sua força pública para cursos com a SWAT, grupo tático especial que se especializou em ações em grandes manifestações nos Estados Unidos . Na época foi dito:
“O governo do Estado de São Paulo está preparado para possíveis manifestações na capital paulista por falta de água. A inteligência da Polícia Militar de São Paulo (PM/SP), trabalha concretamente com a possibilidade de levantes sociais graves, nos quais sejam necessários a intervenção policial. No começo deste mês integrantes da alta cúpula da segurança pública do governo estiveram nos Estados Unidos, com a direção da SWAT, pois há ainda o temor de ações de extremistas infiltrados em possíveis ações populares”.
A situação evolui e chegou a conclusão que além das manifestações que podem tomar caráter de revolução armada, gerando o caos completo, os suprimentos dos reservatórios estão gravemente comprometidos seja por poluição ou por falta de água. Isso seria o processo de aridificação já anunciado pelos cientistas que estudando as mudanças climáticas oriundas do aquecimento global.
O verão ficou cerca de 15% abaixo da média história para o período de chuvas no Sudeste. Além de mudanças ocorridas no clima amazônico, pelas constantes agressões ambientais e que impediram o transporte de umidade para o Sudeste e Centro-Oeste do país, há o surgimento constante de barreiras oceânicas para o ingresso de frentes frias que geram chuvas, devido ao aquecimento anormal da Temperatura da Superfície do Mar (TSM).
O Sudeste, Sul e o Centro-Oeste do Brasil estão na faixa dos grandes desertos do Hemisfério Sul do planeta, como os de Atacama, da Namíbia, do Kalahari e os três existentes na Austrália. Essa região somente conseguiu sobreviver como área fértil devido a Mata Atlântica, hoje reduzida a 7% de seu tamanho original, e ao transporte de umidade da Floresta Amazônica.
No ano passado, o meio científico já tinha se manifestado. Um dos mais importantes cientistas em meteorologia do país, Paulo Nobre, do INPE, teme o agravamento desta situação. “Um colapso de abastecimento de água representa um problema de segurança pública, grandes mudanças foram precedidas por alterações climáticas como a história nos mostra na revolução francesa e na próxima revolução russa”, observou.
Há também a possibilidade concreta de grandes fluxos migratórios para as regiões onde ainda existem água, como o Vale do Paraíba, que é a região mais próxima da grande São Paulo. O ue levaria a exaustam não só dos recursos naturais, como gravíssimos conflitos sobre a posse da água e da terra, incluindo a propriedade privada. Os distúrbios estão previstos dentro de um cenário real de conflito pela água em todo Estado paulista e podendo desencadear ações semelhantes no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul.
Na manhã de quarta-feira (27 MAIO 2015), grupos de militares do Comando Militar do Sudeste (CMSE), realizaram um exercício de Proteção de Infraestrutura Crítica, nas instalações da SABESP, empresa responsável pelo abastecimento de água de São Paulo, localizada no Bairro Pinheiros, capital São Paulo.
São Paulo tem sido estudada por vários ângulos de segurança pública. Como manter a ordem e a cidade fluindo em um ambiente de tensão? A experiência de 2006, ainda não foi totalmente analisada.
A campanha eleitoral municipal, em 2016, a criminalidade crescente, o distúrbio provocado pela crise econômica e desemprego evoluindo levam a um caldo de CRISE em letras maiúsculas.
Nota: Mais artigos sobre a crise hídrica podem ser localizados na Cobertura Especial CRISE
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