Polícia Federal invade sede da Folha Política a mando de Alexandre de Moraes e apreende todos os equipamentos
Na data de ontem, a mando do sr. Alexandre de Moraes, ministro do STF, os computadores da Folha Política foram apreendidos. Sendo um jornal exclusivamente digital desde sua origem, a apreensão dos equipamentos equivale ao fechamento completo do jornal.
O delegado encarregado da operação de busca e apreensão não soube dizer qual era o crime sendo investigado, mencionando vagamente “fake news”, “financiamento de manifestações antidemocráticas” e “o Brasil inteiro é jurisdição do STF”.
Uma vez que o advogado não teve acesso aos autos do inquérito, não se possibilita a defesa fundamentada juridicamente e se torna impossível adivinhar que provas se pretende produzir nessa “fishing expedition”. Ao que tudo indica, muito acima de qualquer produção de prova, a intenção da operação é unicamente a de inviabilizar o jornal.
Ao longo de mais de 7 anos, o jornal Folha Política expandiu a sua estrutura por constantes investimentos com recursos próprios e de origem privada, de maneira a, antes da apreensão determinada por Alexandre de Moraes, ter a capacidade de realizar mais de 20 transmissões ao vivo simultâneas, além de, conforme a pertinência e a oportunidade, editar e publicar mais de 40 vídeos de alta qualidade diariamente, informando a população no que concerne aos fatos mais relevantes da política nacional.
Nossos leitores habituaram-se a obter informações em tempo real, por meio de “lives”, sobre sessões da Câmara dos Deputados, coletivas de imprensa do Ministério da Saúde e de outros ministérios do Governo Bolsonaro, sessões do Senado e do Congresso Nacional, pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro e coletivas de imprensa do chefe do Executivo, sessões da ALESP, da ALERJ e de outras assembleias estaduais, sessões e votações do STF e do TSE, coletivas de imprensa da Operação Lava Jato, pronunciamentos de parlamentares em tempo real, pronunciamentos de ministros, entre outros.
O nosso trabalho, empreendido de domingo a domingo, inclusive em feriados, pautou-se sempre por priorizar a disponibilização de fatos e informações corretas para os cidadãos, permitindo o desenvolvimento do debate democrático e da livre circulação de ideias, rompendo a barreira da censura dos velhos meios de comunicação. Ademais, edições noticiosas, gravações e locuções expuseram, com exclusividade, reuniões públicas, debates, pronunciamentos, denúncias, ações jurídicas e informações de interesse público que foram e vem sendo suprimidas ou obliteradas pelo cartel midiático brasileiro.
Com a apreensão, determinada por Alexandre de Moraes, de mais de 30 dispositivos, entre servidores para transmissões ao vivo, editores de imagens e vídeos e máquinas de alta capacidade de processamento, a atividade do jornal foi bloqueada. Ademais, por razões de segurança, a entrada na conta de e-mail oficial de contato do jornal e os acessos ao canal no Youtube e à interface do site são possibilitados apenas pelos computadores apreendidos. Por meio de um computador emprestado, a equipe Folha Política tenta remediar esta situação e contatar essas plataformas para informar seus leitores a respeito do ocorrido.
O fechamento de um jornal é um fato de uma gravidade indescritível, absolutamente incompatível com uma democracia. Por óbvio, não esperamos que a defesa da liberdade de expressão venha da velha imprensa corrompida. No entanto, esperamos que a sociedade compreenda a gravidade tanto das ações dos que ordenaram o fechamento ou cooperaram para ele, quanto da omissão dos que, tendo poder, nada fazem para impedir os abusos. “Freios e contrapesos” não deveriam ser apenas palavras ao vento. Tais ações interessam ao cartel midiático brasileiro que, alinhado ao “establishment”, ao “mecanismo”, aos “donos do poder”, vem, há décadas, tentando manipular a população brasileira.
Destacando ou omitindo informações conforme seus interesses, distorcendo fatos, fabricando factoides, forjando situações e sabotando a livre imprensa, este aparato bilionário controla a maior parte dos jornais impressos, conglomerados digitais e emissoras e afiliadas de televisão. Em grande parte, esta estrutura, a qual se comporta de maneira semelhante a uma máfia, elimina concorrentes e jornais independentes, sabota o discurso conservador e de direita, repete mentiras até que se “tornem” verdades, faz ascender políticos alinhados e reprime denúncias. (…)
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