O construtor naval francês DCNS foi vítima de um vazamento de informações técnicas confidenciais de seus submarinos Scorpène, o que poderia preocupar as forças navais de Brasil, Índia, Malásia e Chile, afirmou o jornal The Australian em sua edição de quarta-feira.
O grupo DCNS, do qual o Estado francês possui 62%, indicou à AFP que "as autoridades nacionais de segurança" francesas "investigam", sem dar mais detalhes.
"Esta investigação determinará a natureza exata dos documentos que foram vazados, os prejuízos eventuais para nossos clientes, assim como as responsabilidades", acrescenta o grupo.
As 22.400 páginas divulgadas, que o jornal australiano afirma ter consultado, detalham as capacidades de combate dos Scorpène, comprados pelas marinhas de guerra desses quatro países. O Brasil utilizará submarinos desde tipo a partir de 2018.
O vazamento pode preocupar também a Austrália, que outorgou em abril um contrato ao grupo DCNS para conceber e fabricar sua próxima geração de submarinos.
Os documentos vazados descrevem as sondas dos submarinos, seus sistemas de comunicação e de navegação, e 500 páginas são destinadas ao sistema de lança-torpedos, precisou The Australian.
Segundo o jornal, o DCNS teria sugerido que o vazamento poderia provir da Índia, não da França.
Os dados teriam sido retirados da França em 2011 por um ex-oficial da marinha francesa que, na época, era empreiteiro do DCNS.
Os documentos poderiam ter passado por empresas do sudeste asiático antes de serem enviados a uma empresa na Austrália, acrescenta o jornal.
O contrato dos submarinos australianos retornou ao DCNS, mas o sistema de combate secreto dos 12 submarinos Shortfin Barracudas é fornecido pelos Estados Unidos.
Os submarinos australianos são versões reduzidas dos Barracudas franceses.
O site do DCNS afirma que o Scorpène está equipado com a tecnologia mais avançada, convertendo-o no mais letal dos submarinos de tipo convencional.