O escândalo de corrupção – Há algo mais e
o que pode acontecer
O escândalo de corrupção – Há algo mais!
Foi revelado pelo Wikileaks que José Serra, prometera confidencialmente à Chevron que, se eleito, afastaria a Petrobras do pré-sal para dar espaço às petroleiras estadunidenses. Já durante a campanha eleitoral começaram a surgir rumores que Dilma, (até então não citada como corrupta), estaria implicada na corrupção da Petrobras, como ex-presidente do conselho de diretores da companhia. Verdade? É lógico que no mínimo teria uma noção do assunto, mas apenas alguns dias depois da eleição a maior firma de auditoria financeira dos Estados Unidos, a "Price Waterhouse Coopers" exigiu uma investigação mais ampla envolvendo a companhia petrolífera.
A existência de corrupção em grande escala já foi comprovada e ainda deve aparecer mais, é possível que o nosso País saia depurado desse embrulho, mas também é possível que termine desnacionalizando suas grandes empresas e perdendo parte do pré sal. Depende do modo que conduzirmos as justas punições.
Apesar do volume da corrupção, estávamos avançando. Em 2007, descobrimos uma enorme bacia de petróleo de alta qualidade na plataforma continental e perfuramos 11 poços, todos bem-sucedidos transformando o país numa potência de petróleo e gás. Em 2009, segundo o Wikileaks, a Exxon e a Chevron tentaram, em vão, alterar a lei que tornava a estatal Petrobras operadora-chefe de todos os blocos no mar territorial. Washington e as gigantes estadunidenses do petróleo ficaram furiosas ao perderem controles-chave sobre a descoberta da potencialmente maior jazida individual de petróleo em décadas
Em 2012, uma perfuração conjunta, da Repsol Sinopec Brazil, Norway’s Stateoil e Petrobras, fez uma descoberta de importância maior em Pão de Açúcar, esta última uma das maiores descobertas nos últimos tempos. As grandes empresas do petróleo estadunidenses e britânicas absolutamente sequer estavam presentes. O Brasil recusou a reverter a lei do petróleo de 2009 , contrariando aos interesses de Washington e as relações Estados Unidos-Brasil sofreram certo resfriamento.
Ainda serão intensificados os ataques indiretos ao nosso País, disso podemos ter certeza. Não será apenas pelo petróleo, mas também pela participação nos BRICS. Com o aprofundamento das relações entre nosso País e a China, Rússia e outros parceiros do BRICS. Em maio de 2013, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, veio ao Brasil com sua agenda anti BRICS e uma vez recusada, as relações Estados Unidos-Brasil chegaram a ser hostís. Antes da visita de Biden a Presidente Dilma tinha uma taxa de popularidade de 70 por cento.
Menos de duas semanas depois da visita de Biden, protestos em escala nacional convocados por um grupo chamado "Movimento Passe Livre", relativos a passagens de ônibus ostentavam a marca de uma desestabilização via Twitter. Em semanas, a popularidade do Governo caiu para 30 por cento. Claro, além das notícias da corrupção, contribuíram para a queda as errôneas políticas de incentivo ao gayzismo e a ridícula proteção aos bandidos, políticas detestadas pela população.
Dilma merecia a queda na popularidade? – Certamente que sim, mas não por causa das passagens de ônibus. Há algo mais! É evidente que a queda só foi possível pelas falhas do Governo, mas também que foi incentivada (e talvez coordenada) do estrangeiro, mais especificamente da oligarquia financeira internacional usando dos serviços de inteligência anglo-americanos. O alvo visado não é só a Dilma, mas o petróleo e principalmente a política externa, nestes tempos de quase Guerra Fria.
Quanto ao petróleo,o nosso País está na iminência de sofrer um saque que deixa toda esta turma de corruptos como simples insetos. Retirar a Petrobras do controle do pré-sal – parcial, nos direitos exploratórios, com ao menos 30% e de seu papel estratégico, como operadora exclusiva, controlando a torneira – não representa só milhões de dólares, como aqueles ratos embolsaram, mas trilhões de dólares que vamos perder, ao longo de gerações.
A aprovação do governo da Dilma já está abaixo de 10% principalmente por causa das corrupções, pela economia e pela falha na Segurança Pública. Ela está prestes a ser derrubada por uma revolução palaciana no âmbito do Congresso e só não caiu ainda porque os partidos que aspiram ao cargo ou são ainda mais corruptos ou até entreguistas, mas grande parte da população declara que qualquer coisa seria melhor do que o Governo atual.
Óbvio, que há alvo mais importante do que mudar um mau governo. É mais um lance no tabuleiro do grande jogo geopolítico para detonar o poderio e a coesão dos BRICS e de quebra garantir o suprimento e bons lucros com o pré sal.
O que pode acontecer
Já se disse que economia declinante amplia o descontentamento e que descontentamento acima de certo nível causa mudanças. Como a necessidade força o sapo a pular, algumas medidas corretas foram tomadas de emergência: as novas regras da Previdência Social corrigirão algo do populismo inconsequente, mas só darão resultado a médio prazo; a simples desvalorização do Real reativa a exportação e reverte o déficit com o turismo externo e a contenção dos ecoxiitas do IBAMA aliviará a agricultura e abrirá caminho para as obras de infraestrutura, mas o que empolga as massas – a punição dos corruptos – não pode ser creditada ao Governo e sim a indignação popular e quem tira proveito é a oposição. A recente visita aos EUA também foi encarada com desconfiança, pois apesar do repúdio ao apoio à países esquerdistas como Cuba, Bolívia e Venezuela, a nossa gente não deseja voltar a ser o quintal dos EUA como na época do FHC.
Mesmo reconhecendo que a mudança de governo pode ser para pior, dificilmente Dilma conseguirá se manter no cargo. – isto parece quase impossível. O Executivo está sem força com sua penca de ministérios inúteis criados para contentar seus aliados e cabos eleitorais e refém de um legislativo perdulário, corrupto e igualmente inútil, sem contar com a descrença geral num Judiciário igualmente perdulário, do qual, para a opinião pública, só se salva o juiz Sergio Moro. Provavelmente o governo atual está com os dias contados.
Tudo pode acontecer, mas o provável é o impeachment. Mas, com o impeachment a atual crise será superada? Naturalmente que não! Assumindo o grupo do PMDB a corrupção só pode aumentar criando ambiente para uma revolução popular e subindo o grupo do PSDB, além da reação dos movimentos ditos sociais, o novo governo não teria o aval militar, pelo intrínseco entreguismo de seus componentes, mas o pior que poderia acontecer seria uma eleição da Marina Silva como um Cavalo de Tróia infiltrado no comando do nosso País, para destruí-lo completamente, embora seu verdadeiro alvo seja o grupo BRICS.
Não temos como nos esquivar da nova Guerra Fria e só com força militar poderemos nos manter neutros se a Guerra Fria esquentar. Por isto, há um cerco dos países hegemônicos à indústria bélica brasileira. As nossas empresas que desenvolveram tecnologia militar nos últimos anos tiveram o seu controle adquirido por grupos internacionais e quando a Odebrecht ensaia desenvolver, arrebenta-se com ela.
A estratégia com relação ao Brasil está cada vez mais clara – Impedir o desenvolvimento de tecnologia nacional própria; impedir que recursos cheguem às empresas sob controle nacional, evitando que seja investido em avanços de caráter tecnológico que coloquem em risco a hegemonia de suas empresas; impedir que a nossa nação recorra a outras opções. Como dizem eles mesmos: A forma mais barata de vencer uma esquadra é evitar que seja construída.
A aproximação com os BRICS nos interessa sim, mas não a ponto de compromisso bélico. Basta que nos facilite a nos desvincularmos dos EUA para evitar sermos envolvidos como aconteceu na II Guerra Mundial.
Quanto a nossa situação político-econômica, só um governo autoritário (e bem intencionado) pode dar jeito. Ninguém gosta, mas não há outra maneira.
Que o Bom Deus nos ampare nos tempos que estão por vir
Gelio Fregapani