Assunto Analogias e diferenças
Na moderna técnica de futurologia científica, uma das ferramentas chama-se “Analogia”, que trata das semelhanças entre situações atuais ou mesmo hipotéticas com situações antigas similares e inspirado na evolução das situações do passado, imaginar cenários prováveis para a situação em estudo.
Assim vejamos as analogias e diferenças entre situações presentes na atualidade em relação a acontecimentos anteriores.
No Mundo
Em 1914 – O Império Austro–Húngaro dominava povos de outra etnia Um atentado terrorista em Sarajevo provocara a intervenção austríaca na Servia, que considerava como seu aquele território. A Rússia, aliada da Sérvia mobilizou-se para apoiar a Servia, pois desejava o enfraquecimento da Austria-Hungria. A Alemanha, aliada da Áustria se preparou para apoiá-la e a França, que tinha tratados de aliança com a Rússia aproveitou a oportunidade para tirar desforra da derrota da guerra de 1870. De uma disputa de um governo com a população local e a série de alianças, usadas como pretextos, saiu a mais sangrenta e maior de todas as guerras de até então isto e o resto é conhecido, inclusive a II Guerra Mundial, continuação de primeira. Não falamos dos ingleses no fundo eles que mexeram os cordéis.
Em 2014 – Com a implosão da URSS a Ucrânia ficara com a península da Criméia, de maioria russa.Tendo um novo governo ucraniano se afastado da Rússia, os russos da Criméia ensaiaram um movimento separatista, visando a independência e a união com a Rússia, movimento apoiado, se não provocado pela Rússia, que considerava a Criméia como seu território histórico, do mesmo modo como a Sérvia, um século antes, considerava que a Bósnia e a Hergovinia eram territórios seus.
Uns visam manter um território nominalmente seu e outros recuperar territórios historicamente seus. Já os “aliados”, em 1914 cada um visou seus interesses. O desencadear da I Guerra já foi atribuída à política de alianças, mas isto foi mero pretexto para enfraquecer Estados rivais. Hoje os “aliados” da Ucrânia limitaram-se a fazer ultimatos disfarçados e a estabelecer inúteis sansões econômicas para manter as aparências.
Sem dúvida existem analogias entre as duas situações. A diferença é que a Servia era um pequeno país e a Rússia uma grande potência nuclear, bem como a duas grandes guerras deixaram os povos vacinados contra guerras de âmbito mundial. Guerras continuarão a acontecer, mas não mundiais, tenderão a ser quase do tipo “colonial” como aquelas da belle epoque.
O principal ensinamento que podemos tirar é que as fronteiras não foram traçadas por Deus nem tampouco são sagradas, mas sim resultado de pressões, sejam militares, econômicas, culturais ou demográficas, sendo esta última a mais efetiva.
Prestemos então atenção no despovoamento das nossas fronteiras amazônicas propiciada por maus governos a partir do Collor, retirando os garimpeiros e agricultores brasileiros e colocando índios comprometidos com as ONGs estrangeiras e forçando a separação das etnias. Sabemos o que acontecerá.
No nosso País
Em 1963/64 tínhamos um governo inepto, de tendências socializantes e hostil às Forças Armadas. O governo tinha como inimigos não só a oligarquia financeira internacional, bem como todos que sentiam aversão ao avanço do comunismo, assunto bem explorado pela oligarquia que conseguiu equiparar na mente do povo o nacionalismo ao regime vermelho. Elementos do governo, para neutralizar as Forças Armadas, incentivaram a quebra da hierarquia, chegando a incitar os sargentos a matarem seus oficiais, de modo que lembrava a Intentona Comunista de 1935. Contudo, dentro da tradição legalista de Caxias, o Exército sofria calado. Havia conspiradores, mas esses nem eram muito apreciados na tropa.
Entretanto, a inépcia governamental paralisava o País. Havia greve em cima de greve, a produção despencava e o desemprego aumentava assustadoramente e foi isto, somado a aversão ao comunismo ateu que fez todo o povo, ( não apenas a classe média), exigir a mudança de governo clamando por uma intervenção militar.
Naturalmente, quem fez a revolução foi o Exército. Aliás, revoluções se fazem com as Forças Armadas ou ao menos com o concordo dessas – Afinal, todo poder sai dos canos dos fuzis. O resto da História é conhecida.
Em 2013/14 novamente temos um governo inepto, de tendências socializantes e hostis às Forças Armadas. De novo tem como inimigos não só os que sentem aversão ao avanço do comunismo como novamente a oligarquia financeira internacional e os prejudicados por uma série de greves cada vez maiores, pela falta de segurança Pública, pela alarmante corrupção, pela impunidade e principalmente pela economia declinante. Novamente, grande parte da população inicia a clamar por intervenção das Forças Armadas, principalmente a classe média. mas não só ela. Tal como em 63/4, elementos do governo hostilizam as Forças Armadas com uma espúria e tendenciosa Comissão da Verdade.
Sem dúvida existem analogias entre as duas situações. A diferença é que o atual governo não é tão incapaz e o desemprego ainda é pequeno e o Pais está mais rico, embora seja impossível ao Tesouro Nacional financiar esse assistencialismo por muito tempo. As Forças Armadas novamente agüentam caladas as provocações, as quais ainda não chegaram a tentativa de quebra da hierarquia, mas ao contrário estão sendo melhor equipadas. Mesmo descontentes com o Governo, os opositores ainda não as conseguiram cooptar. Vacinadas pelo repúdio da opinião pública (mais da mídia do que do povo) não querem assumir elas mesmas o Governo e sabem que numa mudança teriam que entregar o poder a outra facção política, quase igualmente corrupta e incapaz e certamente mais entreguista ainda. Está na lembrança da tropa o tempo em que o FHC tentava destruir o País, negando até a comida dos soldados.
E então, não há solução? Estamos no mato sem cachorro? O que fazer? – Talvez o melhor seja nos mantermos aptos para o combate e em dispositivo de expectativa. Os civis escolherão o (mau) governo que temos e eles que resolvam isto, mas se o Governo aceitar o desmembramento do País em nações indígenas ou se as lutas políticas se aproximarem de uma guerra civil, terão que intervir. Afinal, nenhum Exército assiste inerme ao desmanche de sua nação. Felizmente os nacionalistas não mais são confundidos com os comunistas, como ainda tenta fazer a oligarquia financeira internacional.
Que Deus ilumine as nossas decisões
Gelio Fregapani