O Bastidor
13 Abril 2022
O Planalto recuou da nomeação do ex-capitão do Exército Victor FeIismino Carneiro como diretor-geral da ABIN, a Agência Brasileira de Inteligência. Como o Bastidor revelou ontem (terça), a indicação de Carneiro estava travada na Presidência há semanas.
O Diário Oficial de hoje (13ABR2022) traz a nomeação de Carneiro como diretor-adjunto da ABIN. Ele era superintendente da agência no Rio. Fora indicado por Alexandre Ramagem,, ex-chefe da ABIN e delegado de confiança da família Bolsonaro. Ramagem será candidato no Rio.
É, portanto, urna manobra, não uma diasistência. Como diretor-adjunto, Carneiro poderá tocar a ABIN sem precisar passar pela exposição de urna sabatina no Congresso – o que aconteceria se ele fosse confirmado corno diretor-geral. O Bastidor antecipou que Bolsonaro foi alertado que o nome de Carneiro enfrenta sérios obstáculos (interrnos e externos). Poderia causar problemas imensos se apreciado no Senado.
O expediente visa a manter o grupo de Ramagem, conhecido corno 'turma da PF', no comando da agência„ ainda que de modo precário. São pessoa leais à famflia do presidente, mas estranhos ao corpo da ABIN. Oficiais de inteligência estão indignados com a caplura do órgão e com a condução dos trabalhos desde que Ramagem assumiu o cargo.
Os profissionais da agencia estão preocupados com a ausência de um diretor-geral, e um diretor-geral qualificado para a função. Dizem que a precariedade decorrente deste arranjo, associada ao tipo de trabalho hoje privilegiado na ABIN, põe sob sério risco as atividades de inteligência de Estado e a Segurança Nacional.