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Exercício da OTAN: “Steadfast Noon” e a Complexidade das Relações Internacionais

Mais de 60 caças, 13 países e 2 mil soldados: Otan inicia exercício militar nuclear na Europa, e Rússia acusa escalada de tensões. Exercício nuclear, que segundo a aliança militar é realizado anualmente, terá duração de duas semanas. Porta-voz russo disse que a operação alimenta as tensões entre o país e a Otan, em meio à guerra na Ucrânia. A aliança militar não tem medo das ameaças russas, disse secretário-geral Mark Rutte.

O exercício anual da OTAN, conhecido como “Steadfast Noon”, começou no dia 14 de outubro, reunindo mais de 60 aeronaves de 13 países membros da aliança, bem como cerca de 2 mil soldados. Este exercício visa testar e demonstrar a capacidade de dissuasão nuclear da OTAN, uma medida preventiva que mostra a preparação e o compromisso da aliança em proteger seus membros contra potenciais ameaças nucleares.

O Objetivo do Exercício

A principal meta do “Steadfast Noon” é reforçar a coesão entre os países membros da OTAN, garantindo que todos estejam preparados para responder de forma coordenada a uma ameaça nuclear. É importante notar que este exercício não envolve o uso de armas nucleares reais, mas sim simulações com jatos de combate capacitados para transportar ogivas nucleares. A OTAN sustenta que esses exercícios são cruciais para manter um estado de prontidão e garantir a segurança coletiva.

Segundo a Otan, o exercício nuclear é uma atividade de treinamento de rotina que acontece todo mês de outubro. A operação deste ano envolve voos principalmente sobre os países anfitriões Bélgica e Holanda, e no espaço aéreo da Dinamarca, Reino Unido e Mar do Norte. Ao todo, treze países enviarão aeronaves para participar dos exercícios, informou a Organização.

Perspectiva Global e Tensões com a Rússia

Porém,este exercício ocorre em um momento de tensões acentuadas entre a OTAN e a Rússia, especialmente devido à situação na Ucrânia. A Rússia tem criticado veementemente o “Steadfast Noon”, alegando que ele contribui para o aumento das tensões na região. A OTAN, por sua vez, argumenta que o exercício é uma medida defensiva e de dissuasão, essencial para a segurança dos países membros.

Implicações e Reações

A realização do “Steadfast Noon” é uma clara mensagem de força e unidade entre os países da OTAN. No entanto, ela também serve como um lembrete da delicada balança de poder nas relações internacionais. As reações da Rússia e a retórica inflamada que normalmente acompanha esses exercícios ressaltam a importância da diplomacia e da comunicação aberta entre as grandes potências.

Rússia critica exercício nuclear

O Kremlin afirmou nesta segunda (14) que o exercício nuclear da Otan está alimentando as tensões à luz da “guerra quente” que se desenrola na Ucrânia.

“Nas condições de uma guerra quente, que está acontecendo no contexto do conflito ucraniano, esses exercícios não levam a nada além de uma maior escalada da tensão”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Peskov afirmou que também era impossível realizar negociações sobre armas nucleares com os EUA, algo que Washington sinalizou estar disposto a fazer, porque as potências nucleares ocidentais estão envolvidas no conflito contra a Rússia e, portanto, qualquer conversa sobre segurança teria que ser muito mais ampla em escopo.

Em resposta, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que a Otan não se deixará intimidar pelas ameaças russas e continuará com seu forte apoio à Ucrânia.

“A mensagem (para o presidente russo Vladimir Putin) é que continuaremos, que faremos o que for necessário para garantir que ele não consiga o que quer, que a Ucrânia prevalecerá”, disse ele à Reuters em uma entrevista conjunta com a rádio pública alemã Hessischer Rundfunk na segunda-feira.

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