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ONU – Número de vítimas de minas terrestres continua alto


Moçambique e Angola são destaque em relatório publicado esta terça-feira; este tipo de armamento causou 7.239 feridos ou mortos durante 2017, marcando o terceiro ano consecutivo de números elevados de vítimas.
 
O apoio para remoção de minas atingiu um recorde histórico no ano passado, mas o número de vítimas continua alto. As conclusões são do relatório anual do Instituto das Nações Unidas para Investigação sobre Desarmamento, publicado esta terça-feira.
 
Moçambique é destaque na pesquisa por ter concluído o processo de remoção de minas terrestres em 2017.  O documento também se refere a Angola, dizendo que os resultados de descontaminação do país são lentos.
 
Lusófonos
 
Sobre Moçambique, o relatório lembra que o país declarou ter completado a limpeza do território em 2015. Descobriu, no entanto, algumas zonas contaminadas mais tarde e terminou esse trabalho em maio de 2017.
 
A pesquisa destaca também uma legislação nacional de Moçambique, que está sendo preparada, para a defesa e promoção dos direitos das pessoas com deficiência, que vai incluir vítimas deste armamento.
 
Angola é um dos 12 países e territórios onde a contaminação é considerada “massiva”, com cerca de 147.6 km2 em todas as 18 províncias.
 
O país conseguiu uma extensão do prazo para limpar o seu território até dezembro de 2025 e deve entregar um relatório com progresso da operação ainda este mês de novembro. No ano passado, o país limpou cerca 1.2 km2 e destruiu cerca de 3,546 minas.
 
Os autores do estudo dizem que Angola inclui um grupo de nações onde faltam projetos para a inclusão econômica das vítimas e que o apoio psicológico é “extremamente limitado ou quase inexistente.”
 
A editora do relatório, Marion Loddo, disse que “a boa notícia é o alto nível de investimento internacional e nacional, um testemunho da vontade global de livrar o mundo das minas terrestres.”
 
Em 2017, doadores internacionais contribuíram com um valor recorde de US$ 673,2 milhões. Quase 80% de todo o apoio veio de cinco doadores, Estados Unidos, Alemanha, União Europeia, Noruega e Japão.
 
Juntando US$ 98,3 de esforços nacionais, o investimento chegou a US$ 771,5 milhões, quase mais US$ 204 milhões do que no ano anterior e o valor mais alto já registrado. Por outro lado, o apoio para à assistência às vítimas atingiu o valor mínimo.
 
O número de países totalmente vinculados ao Tratado de Proibição de Minas também cresceu no ano passado, atingindo 164.

Uso por Forças Governamentais Uso por Forças Irregulares
Myanmar Afeganistão 
Colômbia

Índia
Myanmar
Nigéria
Paquistão
Tailândia
Iêmen

Nota – Países em Negrito são signatário do Ban Land Mines Treaty

 
Vitimas
 
O relatório afirma que o novo uso de minas terrestres antipessoais é limitado a um pequeno número de países e é utilizado, sobretudo, por grupos armados não estatais.
 
Apesar disso, os conflitos armados, particularmente no Afeganistão e na Síria, contribuíram para um terceiro ano consecutivo com número de vítimas excepcionalmente alto. Pelo menos 2.793 pessoas foram mortas. Civis continuam a ser a maioria das vítimas, 87%, e crianças representam quase metade.
 
As baixas causadas por minas improvisadas atingiram um novo recorde. Este tipo de arma feriu ou matou 2.716 pessoas, de um total de 7.239. Muitas das vítimas foram registradas em conflitos ativos no Afeganistão, 1.093, e na Síria, 887.
 
Em geral, os países continuaram o trabalho de limpeza das zonas contaminadas. Durante o ano,  cerca de 128 km2 foram limpos e 168 mil minas terrestres foram destruidas no mundo.
 
Mais de um terço dos países afetados não ratifica o Tratado de Proibição de Minas. Apenas uma nação pertencente ao Tratado usou este tipo de arma em 2017, Mianmar.

Nota sobre o Brasil

Na página 19 é informado que o Brasil possui um estoque de Minas Pessoais zerado. Embora tenha comunicado o consumo de 555 minas em 2017.

Baixas
 

 

Landmine Monitor 2018 by on Scribd
 

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