Israel prometeu reduzir substancialmente o uso de bombas de fragmentação (cluster) numa eventual futura guerra contra o Hezbollah, em relação ao conflito travado em 2006, mas também decidiu que, nesse caso, invadirá o sul do Líbano antes e com mais força, disse um militar de alta patente nesta segunda-feira.
A revelação confirma que Israel já tem planos detalhados para uma ofensiva, evitando as polêmicas táticas usadas nos 34 dias de ação militar contra o Hezbollah, uma guerrilha xiita do Líbano que tem apoio do Irã.
Israel não aderiu à Convenção sobre Munições de Fragmentação, um tratado internacional criado em 2008 em parte por causa das vítimas causadas no Líbano por essas armas, que ao explodir espalham bombas menores, multiplicando os estragos e às vezes levando anos para serem detonadas por um inadvertido pedestre civil.
“Devido a toda uma gama de considerações –legitimidade, nossa não-indiferença ao tratado, eficácia e outros–, o uso da fragmentação deve ser reduzido em combate nas áreas rurais”, disse o oficial a jornalistas estrangeiros.
Sob anonimato, ele disse que as “áreas rurais” abrangem “a maior parte do sul do Líbano”. A dispersão das bombas de fragmentação, seja por artilharia ou pela força aérea, seria “muito reduzida, significativamente reduzida”, segundo ele.
Cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, morreram no Líbano na guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah, e 160 israelenses, a maioria militares, também perderam a vida no conflito.
Status da Conveção contra bombas Cluster
A Austrália ratificou a convenção sobre a proibição de bombas de fragmentação.
O país será obrigado a observar o documento a partir de abril do próximo ano, mas não terá que destruir quaisquer arsenais sendo que bombas de fragmentação não são armazenadas no país.
Agora, 112 países são participantes da convenção de proibição de bombas de fragmentação, dos quais 77 países assinaram e ratificaram o documento internacional, e 35 – até então apenas assinaram. Entre os países que não fazem parte do convênio há Israel, Índia, China, Paquistão, Rússia, Síria, EUA e Brasil.
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