FAB procura F-16 e KC-135 na USAF. Ou a incapacidade de avançar além do F-X1

FAB retrocede ao F-X1  ou ao Programa de Fortalecimento Controle do Espaço Aéreo Brasileiro do ano 2000

Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet


Nota DefesaNet

Há exato um ano, em 04JUN2023, DefesaNet publicava o seguinte artigo.
Gripen e Suécia – Os impactos da geopolítica no Programa Gripen e a necessidade de reavaliar .
Uma releitura e em especial a última frase é recomendada.

O Editor


A indústria de defesa brasileira acordou perplexa no dia de hoje com a informação publicada pelo site de notícias americano Jane’s de que a FAB estaria negociando a compra de caças F-16 dos Estados Unidos. Os aviões seriam usados da Guarda Nacional ou estocados no deserto. Segundo fontes ligadas ao assunto, a aquisição de 24 aviões teria sido chancelada pelo Ministro das Relações Exteriores de fato, embaixador Celso Amorim.

Segundo fontes da caserna, ontem 12 de junho, o chefe do Estado Maior da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Sérgio Almeida teria dito no CPEA “que seria um ótimo negócio pra FAB adquirir F-16 e aviões de reabastecimento direto dos USA pelo programa de material excedente da USAF”. (Sistema FMS – Foreign Miitary Sales)

A informação confirma que o projeto F-39 Gripen foi relevado ao segundo plano, deixando de ser prioridade para uma aeronave 40 anos mais antiga. Também confirma os rumores sobre o cancelamento da modernização dos KC-30 (Airbus A-330 ex-AZUL) para o padrão MRTT, com capacidade de reabastecimento em voo. Nesse caso, os F-16 apoiados por reabastecedores KC-135 (B-707 modificado para esta função) cumpririam missões estratégicas, enquanto os F-39 Gripen seriam apoiados de forma limitada pelos KC-390.

Sem desprezar as qualidades únicas do F-16, DefesaNet lembra que a FAB recusou a oferta fantástica feita pela Holanda no início dos anos 2000, a qual foi rapidamente aceita pelo Chile, e também rejeitou a plataforma F-16 no Programa F-X1. Após 20 anos de ofertas dos EUA, a FAB estaria decidindo pela compra de F-16 de segunda mão em um projeto tão arriscado como foi a compra dos P-3A Orion ou a modernização dos A-1 AMX, que resultaram em imensos prejuízos financeiros e operacionais.

Diversas fontes militares e de brigadeiros da reserva tem feito críticas as últimas decisões que mostram uma possível perda de rumo e desconexão com a situação atual.  Seria falta de assessoramento, desconexão com a realidade, pressão do governo ou falta de orçamento para essas decisões?

DefesaNet não desconsidera o F-16 como plataforma, justamente o contrário. Apenas pergunta, porque esperar 25 anos para se tomar uma decisão? Quais foram os fatores? Qual é a realidade sobre o projeto Gripen?  Qual é a capacidade operacional que a FAB precisa para cumprir suas missões? Quanto tempo será a implementação do F-16?

O poder militar é uma das expressões do poder econômico e do poder nacional.

O que queremos mostrar?

A necessidade um avião de combate é real e imediata. F-5 e AMX foram relegados ao passado.

Precisamos de aviões novos e com armamento e não entrar em custosos e intermináveis projetos de desenvolvimento ou de modernização.

A Força Aérea Brasileira reconhecidamente está presa dentro do Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (PFCEAB), aprovado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2000. Era um salto para o futuro com inúmeros programas fundamentais, dentre estes: o F-5EM/FM, AMX M (A-1M), P-3BR, H-XBR e o F-X1.

Destes todos o realmente fundamental foi a modernização do F-5, que são a coluna vertebral da caça brasileira desde 2005. Mas até quando conseguirão desempenhar uma capacidade mínima compatível com a missão?

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter