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Milhares de centro-americanos marcham rumo aos EUA

Apesar dos esforços para contê-los, milhares de cidadãos centro-americanos deram prosseguimento neste domingo (21/10) à sua marcha no sul do México rumo à fronteira com os EUA. No sábado, os cerca de 2 mil migrantes que cruzaram a fronteira da Guatemala para o México votaram, levantando as mãos, a favor de continuar a marcha em direção à fronteira americana. Durante a noite, esse número se elevou para 5 mil.

Eles continuaram caminhando em direção à cidade mexicana de Tapachula, numa caravana de aproximadamente 1,5 quilômetro de extensão. Ainda não se sabe de onde vieram as pessoas adicionais que se juntaram à marcha. Os migrantes, a maioria proveniente de Honduras, entraram no México ilegalmente cruzando o rio Suchiate, na fronteira com a Guatemala, a nado ou em barcos improvisados.

Numa sexta-feira caótica na fronteira, milhares de pessoas tentaram atravessar cordões policiais e barricadas, mas foram obrigadas a recuar por forças de segurança mexicanas em trajes de choque. Milhares permaneceram na ponte que liga os dois países. Rodrigo Abeja, um dos líderes da caravana, disse à agência de notícias Associated Press que o grupo que atravessou a fronteira se deslocaria para a cidade mexicana de Tapachula no domingo de manhã.

"Ainda não sabemos se vamos chegar à fronteira dos EUA, mas vamos tentar ir o mais longe possível", disse. Os migrantes se reuniram num parque no lado mexicano da travessia do rio gritando "Vamos todos caminhar juntos!" e "Sim, nós podemos!".

No sábado, as autoridades mexicanas permitiram a entrada de pequenos grupos de mulheres e crianças na fronteira sul do país. Os migrantes foram levados a abrigos em Tapachula, localizada cerca de 40 quilômetros da fronteira. Eles haviam passado a noite ao ar livre, ou sobre a ponte superlotada ou na cidade fronteiriça guatemalteca de Tecun Uman.

As autoridades mexicanas insistiram que aqueles que ainda se encontram na ponte terão que fazer pedido oficial de refúgio para entrar no país, mas não se sabe se os seus requerimentos serão aceitos. O governo da Guatemala organizou frotas de ônibus para levar os migrantes de volta para Honduras. Estimativas iniciais apontam que 300 pessoas aceitaram a oferta.

A caravana de migrantes decidiu continuar sua marcha, apesar de o presidente americano, Donald Trump, ter declarado que nenhum deles receberá autorização para entrar nos EUA. Trump está tentando transformar o caso em tema de campanha nas eleições de meio de mandato nos EUA, marcadas para 6 de novembro.

Num comício em Elko, no estado de Nevada, o presidente disse no sábado: "Os democratas querem caravanas, eles gostam de caravanas. Muitas pessoas dizem 'eu me pergunto quem começou aquela caravana?'"

Trump diz que avisou Forças Armadas que caravana de imigrantes é emergência nacional¹

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira ter alertado autoridades militares e federais de patrulhamento da fronteira que uma caravana de imigrantes de Honduras a caminho dos EUA é uma emergência nacional, sem fornecer mais detalhes.

“Infelizmente, parece que a polícia e as Forças Armadas do México são incapazes de parar a caravana destinada à fronteira sul dos Estados Unidos”, escreveu Trump em publicação no Twitter, acrescentando: “Eu alertei a Patrulha de Fronteira e as Forças Armadas de que essa é uma emergência nacional”.

Trump disse ainda que começará a cortar ou reduzir significativamente a ajuda externa a Guatemala, Honduras e El Salvador, afirmando no Twitter que os países “não foram capazes de impedir pessoas de deixarem seus países e de entrarem ilegalmente nos EUA”.

¹com Thomson Reuters

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