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Editorial DefesaNet – C-23 Sherpa – Um projeto estratégico sob ameaça

 

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C-23 Sherpa – Um projeto estratégico sob ameaça

 

O Projeto C-23 Sherpa representa um marco histórico no Exército Brasileiro por trazer de volta à Força a Asa-Fixa depois de mais 70 anos. Os aviões foram doados pelo Governo dos Estados Unidos à custo zero, sendo hoje a principal cooperação militar em andamento entre os dois países.

O único custo seria retirar as aeronaves do deserto e colocá-las em condições de voo, já que elas foram estocadas plenamente operacionais depois de vários anos prestando excelentes serviços no US Army e na Guarda Nacional, cumprindo missões de suporte logístico no Iraque, Europa e Estados Unidos.

Apresentado em 2016 ao Comando Logístico, chefiado pelo então General de Exército Guilherme Cals THEOPHILO Gaspar de Oliveira,  o C-23 Sherpa deu origem ao Projeto de Incorporação do Modal Aéreo na Logística Militar Terrestre na Região Amazônica, que tem como finalidade principal prover meios aéreos de apoio aos Pelotões Especiais de Fronteira e demais unidades do Exército Brasileiro, os quais são responsáveis pelo patrulhamento e segurança na região de fronteira, proteção das reservas indígenas, combate aos crimes transnacionais e ambientais.

A autorização para o retorno da Asa-Fixa ao Exército teria sido o legado do General Villas Bôas no Comando do Exército Brasileiro. Ele que foi Comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA), sabia da necessidade real desse tipo de vetor aéreo. 

A necessidade de aviões médios para o apoio das tropas, da família militar, de comunidades indígenas e ribeirinhas era uma necessidade antiga da Força, defendida pelos oficiais do chamado “Exército da Amazônia”, militares que serviram e servem no maior Comando Militar de Área do Exército, que trabalham permanentemente em missões reais e que dependem do suporte logístico contínuo para cumprir suas missões de responsabilidade.

O Projeto Sherpa é uma solução de ótimo custo-benefício à Força Terrestre, possui boa capacidade de carga, rampa traseira, pode operar em pistas curtas e não preparadas, de fácil manutenção e com valor de hora de voo muito inferior ao helicóptero. Além disso, o preço pago de cada kg de carga pode ser 90% menor que o custo dos helicópteros. Em dez anos de operação, a economia seria suficiente para iniciar a aquisição de aviões novos.

Segundo fontes ouvidas, é pela versatilidade, rapidez e baixo custo de aquisição e operação que o C-23 Sherpa começou a incomodar alguns “lobbies” que se julgam ameaçados. Fontes militares afirmam que o programa está sendo ameaçado e que há uma resistência para assinatura do contrato, o que poderia afetar os futuros negócios militares com os Estados Unidos.

O jornal Zero Hora publicou, em 14AGO2020, um artigo do editor-chefe de DefesaNet sobre o mito do alinhamento Brasil-EUA e menciona a importância do Programa C-23 Sherpa na atual relação bilateral de defesa. (Ver matéria A relação Brasil-EUA, o "soft power" e o mito do alinhamento)

O C-23 Sherpa é um projeto de tão baixo custo, mas de grande importância para o Exército e a Sociedade Brasileira. Esses aviões são uma necessidade real e uma capacidade fundamental para o Exército Brasileiro e que precisam chegar ao Brasil com urgência, pois dessa forma poderiam apoiar as tropas do Exército em importantes operações interagências, como as próximas edições da Verde Brasil.

 

Nota DefesaNet

Este tuite do Comandante do "Ejército Argentino", Gen Agustin Cejas, merece uma análise e reflexão dos leitores. Observem a diversidade das aeronaves estacionadas na pista.

 

 

O Exército Brasileiro não vai tirar a importância e a necessidade da FAB no suporte logístico na Amazônia. Apenas precisa de meios para melhor apoiar suas próprias necessidades. O ruído gerado por alguns brigadeiros não encontra eco na relação e no trabalho existente entre as duas Forças.

Cabe ao Exército mostrar para o Brasil e para os outros países que investe continuamente em meios e não mede esforços e recursos para proteger e defender a Nossa Amazônia.

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