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Notas Estratégicas BR – Indecisões em Brasília

A decisão da FAB sobre o motor S50 e de deixar o assunto AVIBRAS como um “assunto” do Exército complica o cenário em Brasília. Foto Na manhã de 01OUT2021 o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, realizou o ensaio do motor S50. Constou da queima do propelente do motor S50.

Nelson F Düring
Editor-Chefe DefesaNet
19 Agosto 2024

AVIBRAS e EMGEPRON

Segundo informações obtidas pela DefesaNet, os chineses não desistiram de controlar a AVIBRÁS e estariam tentando usar uma grande empresa de defesa brasileira como sua representante para poder viabilizar a operação.

Caso semelhante é a concessão da fábrica de munição da EMGEPRON. A verdade é que as Forças Armadas Brasileiras não têm condições de suportar sua própria indústria de armamento e a indústria nacional. Nos raros momentos que decidem comprar munições de artilharia e bombas de aviação, lançam compras internacionais via comissões militares em Washington DC.

Qualquer que seja o resultado da aquisição da AVIBRAS e EMGEPRON, o interesse será o mercado de exportação, restando a boa vontade do Itamaraty para autorizar a operação de exportação e o sistema bancário estatal aprovar as cartas de crédito.

Hoje, existem várias empresas brasileiras que produzem foguetes, granadas de morteiro e de artilharia e uma gama de bombas de aviação, sendo que a maioria delas não vende ou nunca vendeu para as Forças Armadas Brasileiras.
(Recomendamos assistir ao vídeo publicado pelo SindCT, em 18 Agosto 2024 – FAB Desiste do S50 e da AVIBRAS e transfere produção para Mac Jee)

AKASH

Nos bastidores de Brasília se afirma que o Exército Brasileiro está negociando a aquisição do sistema antiaéreo AKASH da Índia, fabricado pela Bharat Electronics (BEL), uma empresa sem histórico de negócios e projetos com o Brasil. De todos os sistemas atualmente oferecidos ao Exército, o sistema indiano é o menos avançado e é baseado em mísseis obsoletos de tecnologia soviética. Os radares ocidentais e também os fabricados pela EMBRAER não podem ser integrados ao sistema, o que inviabiliza sua integração ao SISDABRA. A possível compra no modelo Gov-to-Gov entre Brasil e Índia levou ao questionamento por parte de empresas europeias que vêem a medida como uma tentativa de fugir de uma licitação amparada por requisitos de técnica e preço, onde o AKASH não conseguiria competir.

Concorrentes estão afirmando que seus países também possuem acordos governamentais na área de defesa válidos com o Brasil, e que este não é o caso dos indianos. O Exército Brasileiro precisa urgentemente investir em um sistema de defesa antiaérea de média altura capaz de detectar, classificar, interceptar e destruir alvos aéreos a distâncias superiores a 40 km. Dentre as ameaças aéreas modernas, estão aviões de combate, mísseis de cruzeiro e drones.

105mmX120mm

O Exército Brasileiro lançou a tão aguardada RFI para sua nova família de blindados sob lagarta. Trata-se de um veículo blindado de combate de infantaria com calibre de 30mm e de um carro de combate. Na versão Carro de Combate, inicialmente foi escolhido o calibre 120mm, seguindo uma tendência internacional que já dura quase 50 anos, e que é o mesmo calibre do Viatura Blindada de Combate de Cavalaria Centauro 2 (DefesaNet registra que essa é a mais importante Capacidade Militar adquirida em toda a história do Exército Brasileiro).

Devido à pressão de uma única empresa, o Exército decidiu mudar o requisito do calibre para “mínimo 105mm”, o que imediatamente gerou confusão e repercutiu negativamente dentro da sua própria Cavalaria e na Indústria de Defesa. Um general jocosamente afirmou “que se a Cavalaria não consegue decidir o calibre, basta perguntar para a Artilharia”. A verdade é que o calibre 105mm há muito tempo está obsoleto, possui produção de munição restrita no mercado internacional, alcance inferior aos mísseis antitanque utilizados na região e no resto do mundo.

Os conflitos atuais demonstraram que blindados equipados com canhões de 105mm tem baixo poder de fogo e atiram a distâncias menores e tem tempo de reação menor, o que aumenta sua exposição à infantaria e a cavalaria inimiga.
(Leitura recomendada – Editorial Centauro II 120mm a Realidade do Futuro Hoje)

Guerra Eletrônica (EW)

O Exército Brasileiro necessita imediatamente adquirir Medidas de Apoio à Guerra Eletrônica. Trata-se de meios passivos e principalmente ativos para guerra eletrônica capazes de localizar e interferir nas comunicações e nos sistemas do adversário. Devido ao SISFRON, o EB só tem investido na inteligência de sinais. Com o início da operação de SARP (drones) pela Aviação do Exército, é urgente investir em sistemas ativos, do contrário o adversário poderá interferir e cortar as comunicações com entre as estações de solo e os drones, da mesma forma interferir nas comunicações em todos os níveis de comando, desde o operacional, ao tático e estratégico. Segundo informações obtidas pela Defesanet, os venezuelanos estão operando sistemas do tipo fornecidos pela Rússia e instalados na fronteira com o Brasil.

Munição guiada

É necessária e urgente a aquisição por parte da Artilharia do Exército de munições com alcance estendido e com guiagem terminal. Existem vários modelos no mercado internacional, como a Vulcano e a Excalibur. A guerra moderna demonstrou que a precisão nos fogos é muito mais importante e econômica que a saturação. A rapidez no posicionamento das peças e o tiro com maior precisão e distância garantem maior eficácia da artilharia e diminuem sua exposição ao fogo de contrabateria.

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