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US Navy é movida a algas e gordura de galinha

  DIANE CARDWELL 

Quando a Marinha dos Estados Unidos colocou em manobras uma frota no Pacífico com um coquetel de biocombustíveis de US$ 12 milhões, neste verão, provou que os navios de guerra podem operar com diesel fabricado com algas ou gordura de galinha.

“Funciona com os motores que temos, funciona nos aviões que temos e funciona nos navios que temos”, disse Ray Mabus, o secretário da Marinha. “É perfeito.”

Os combustíveis experimentais também são caros —cerca de US$ 7 por litro do combustível usado na demonstração, em comparação com US$ 1 por litro de combustíveis militares convencionais.

E isso os transformou em um ponto de atrito em uma grande batalha política sobre o financiamento do governo a novas tecnologias energéticas.

“O senhor não é o secretário da Energia”, o deputado republicano Randy Forbes, da Virgínia, criticou Mabus em fevereiro. “O senhor é o secretário da Marinha.”

A demonstração naval —conhecida como Grande Frota Verde— fez parte de um programa de US$ 510 milhões em três anos, entre várias agências, para ajudar os militares a desenvolver alternativas ao combustível convencional. É uma pequena fração do orçamento anual de US$ 650 bilhões do Pentágono.
 
Mas como o Departamento da Defesa enfrentará cortes de verbas de US$ 259 bilhões nos próximos cinco anos, alguns legisladores afirmam que os militares não deveriam gastar milhões para desenvolver novos mercados de combustível, quando estão comprando menos equipamento e considerando o corte de salários.

Esta fase da exploração de combustíveis alternativos pelos militares surgiu de uma força-tarefa reunida em 2006 para explorar maneiras de reduzir a dependência do petróleo. Se os militares tivessem menos necessidade de transportar e proteger o combustível que vem do Oriente Médio, dizia a teoria, as forças de combate poderiam ser mais flexíveis e eficazes, e menos vidas seriam colocadas em risco.

As primeiras iniciativas incluíam desenvolver combustíveis líquidos a partir de carvão e gás natural. Mas esses combustíveis não cumpriam as exigências de custo ou ambientais, segundo as autoridades.

O Pentágono se concentrou em biocombustíveis avançados, que em geral são feitos de rações de animais e plantas que não competem com usos alimentares, uma preocupação com os combustíveis renováveis comuns, como o etanol baseado em milho usado em carros.

Mas os investidores têm desconfiado das enormes quantias que são necessárias para desenvolver os combustíveis. Autoridades da indústria dizem que ter um cliente grande e constante como os militares poderia atrair outros investidores para financiar grandes refinarias, que reduziriam os custos através de economias de escala. As autoridades militares dizem que suas compras de pequenas quantidades para testes já ajudaram a reduzir os custos. Em 2009 o Pentágono gastou mais de US$ 100 por litro em óleo de algas da Solazyme.

Sharon E. Burke, secretária-assistente de Defesa para planos e programas de energia operacional, disse que os gastos com biocombustíveis foram de apenas 7% do orçamento de US$ 1,6 bilhão que os militares solicitaram para iniciativas para melhorar a utilização de energia no próximo ano fiscal. Seus esforços incluem usar geradores de eletricidade a diesel mais eficientes, colocar motores mais verdes em veículose usar baterias híbridas solares.

E o Exército recentemente abriu licitação de US$ 7 bilhões para projetos de energias renováveis.  O programa de biocombustível tocou um nervo dos republicanos. O deputado Mike Conaway, do Texas, que apresentou legislação para limitar a compra e produção de biocombustível, disse que os democratas estão usando os militares para promover uma agenda ambiental.

“Nós queremos exigir que o Departamento de Defesa faça exatamente o que qualquer americano faz quando compra combustível: tenta conseguir o melhor preço possível”, disse ele.

Enquanto o governo Obama parece aberto a desenvolver instalações e produção de biocombustível comercial, Mitt Romney, seu adversário republicano, indicou que a ênfase do Pentágono para o uso de mais energia limpa não seria uma prioridade em seu governo.

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