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Transpetro vai retomar compra de navios do EAS

Francisco Góes e Ivo Ribeiro

A Transpetro anuncia, na segunda-feira, na presença da presidente Dilma Rousseff, a retomada dos contratos de 12 navios que estavam suspensos com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS). A decisão encerra pendência contratual entre a Transpetro, subsidiária da Petrobras, e o EAS que se arrasta há um ano.

Em maio de 2012, a estatal suspendeu os contratos de 16 navios de um total de 22 que havia contratado por R$ 7 bilhões depois que o parceiro tecnológico do EAS, a coreana Samsung, saiu da sociedade do estaleiro. Em novembro do ano passado, a Transpetro autorizou a retomada de quatro dos 16 navios cujos contratos de compra e venda totalizavam R$ 5,3 bilhões.

Do primeiro ao sexto navio da Transpetro, o EAS manteve o projeto da Samsung. Os coreanos também ficaram responsáveis pelos projetos dos outro quatro navios que tiveram os contratos retomados em 2012. No total, portanto, EAS e Transpetro chegaram a acordo sobre a construção de um pacote total de dez embarcações Suezmax. Como noticiado pelo ValorPRO, serviço de informações em tempo real do Valor, no dia 8 de maio, a área jurídica da Transpetro estava analisando a retirada da suspensão dos 12 navios contratados com o EAS.

Fontes próximas às negociações indicaram que a Transpetro vai aproveitar a cerimônia de entrega do navio Zumbi dos Palmares pelo EAS, na segunda, na sede do estaleiro, em Ipojuca (PE), para pôr um fim no assunto. A presidente Dilma Rousseff estará presente à cerimônia. O navio Zumbi dos Palmares é um petroleiro do tipo Suezmax, com 274 metros de comprimento e capacidade para transportar 1 milhão de barris.

A embarcação faz parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro. A solução para retomada dos contratos suspensos com a Transpetro é aguardada com expectativa pelos acionistas do EAS. O estaleiro é controlado por Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, cada um com 50%.

O EAS tem interesse em utilizar projeto da japonesa IHI Marine United, divisão de construção naval e offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries (IHI), para a construção dos 12 navios restantes (da 11ª até a 22ª embarcação). Mas a aceitação dessa proposta ainda não foi comunicada oficialmente ao estaleiro.

Em junho do ano passado, o EAS anunciou parceria técnica com a IHI. Na ocasião, o mercado interpretou que o acordo poderia ser o primeiro passo para os japoneses se tornarem sócios do EAS depois da saída da Samsung.

Fonte próxima das negociações disse que a IHI informou à Petrobras e ao próprio estaleiro que as aprovações finais pelo conselho de administração do grupo, para entrada da empresa no capital do EAS, deverão estar concluídas até o fim de junho. O comunicado à estatal foi feito em recente visita do presidente da IHI Corporation, Tamotsu Saito, ao Rio.

Como o Valor PRO noticiou em 30 de abril, os japoneses devem ficar com 25% do EAS e uma instituição do governo japonês, possivelmente o JBIC, com 8%, perfazendo um terço do capital do estaleiro. Toda essa transação deverá estar fechada até o fim do ano. Atualmente, há 31 japoneses prestando assistência técnica ao EAS.

O Zumbi dos Palmares, a ser entregue na segunda, foi lançado ao mar em novembro do ano passado. O lançamento ao mar é o penúltimo marco na construção de um navio, antes da entrega ao armador para a operação. Após o lançamento, a embarcação passa pelos acabamentos finais no estaleiro e pela prova de mar, que verifica o seu desempenho em viagem de curta distância. Com a entrega do Zumbi, passam a ser cinco os navios do Promef em operação: dois entregues pelo EAS (João Cândido e Zumbi dos Palmares) e três pelo Estaleiro Mauá, do Rio (Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e Rômulo Almeida).

O Mauá lançou ao mar outros dois navios: o Anita Garibaldi e o José Alencar. No total, o Promef, cuja primeira versão tem dez anos, inclui a encomenda de 49 embarcações para transporte de petróleo e derivados, de diferentes portes, a quatro estaleiros de Pernambuco e do Rio. Os investimentos totais no programa alcançam R$ 10,8 bilhões.

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