A Taurus, uma das principais fabricantes de armas leves do mundo, está transferindo uma das linhas de produção da pistola TS9-Striker da sua matriz em São Leopoldo (RS), no Brasil, para a sua unidade na cidade de Bainbridge, nos Estados Unidos.
Esta é a primeira linha de montagem transferida pela empresa para a sede americana, após o investimento feito pelo governo da Georgia na subsidiaria. A operação aumentará a capacidade de produção da fábrica norte-americana da Taurus em cerca de 50 mil armas/ano em uma linha de produção.
Em 90 dias, a Taurus também irá transferir para os Estados Unidos uma linha de produção da pistola G2C – a mais vendida no mundo e preferida dos americanos -, com capacidade de fabricação de 100 armas/hora ou aproximadamente 400 mil armas/ano, em dois turnos.
As mudanças ocorrem a partir de uma decisão estratégica da empresa de aumentar o processo de manufatura na nova fábrica cedida pelo governo da Georgia nos EUA e pretendem aproveitar a alta demanda do mercado norte-americano, considerado um dos maiores e mais exigentes do setor de armas no mundo. Outro fator, segundo o presidente da Taurus, Salesio Nuhs, é a limitação de investimentos para aumento da capacidade produtiva no Brasil, em razão da falta de incentivos nacionais e de isonomia tributária e regulatória frente as fabricantes estrangeiras.
Vista aérea da fábrica da Taurus em Bainbridge, Georgia.
O produto importado quando adquirido por entidades públicas de qualquer natureza ingressa no Brasil sem imposto algum. Ao passo que o produto nacional paga uma carga elevada de impostos (IPI, ICMS, PIS e COFINS) que representam até 70% do preço. Além disso, para poder comercializar um novo produto, as fabricantes de armas nacionais precisam atender exigências locais dos órgãos regulatórios que inviabilizam a competitividade das empresas, uma vez que o processo de homologação de um novo produto pode demorar anos em virtude da fila de espera nesses órgãos, ao passo que o produto importado não precisa se submeter ao processo regulatório, como acontece atualmente. Exportar para o Brasil, infelizmente em virtude da falta de isonomia, passou a ser um negócio atrativo.
A Taurus reforça que continuará fabricando no Brasil, 4.300 armas por dia, com todo o portfólio atual, inclusive as pistolas TS9-Striker e G2C, e atendendo a demanda no mercado brasileiro com agilidade, qualidade e compromisso com a excelência.
Sobre a Taurus
A Taurus é uma Empresa Estratégica de Defesa, com 80 anos de história e reputação sólida. Sediada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, emprega cerca de 2.000 pessoas no país e exporta para mais de 100 países. A companhia é a líder mundial na fabricação de revólveres e uma das maiores produtoras de pistolas do mundo, além de ser a quarta marca mais vendida no exigente mercado norte-americano.
Em 2019, a Taurus transferiu a sede de sua subsidiária americana, localizada anteriormente em Miami, na Florida, para Bainbridge, no estado da Geórgia. A unidade conta com um investimento total do governo da Georgia de U$ 42 milhões entre construção e benefícios fiscais, além da criação de mais de 300 novos empregos no condado de Decatur. A mudança dobrará a capacidade produtiva da Taurus nos Estados Unidos, ampliando de 400 mil para até 800 mil armas por ano. Além disso, trouxe também redução de custos e melhorias operacionais, comerciais, fiscais e logísticas, com a concessão de incentivos estaduais da Geórgia, e consequentemente aumento da rentabilidade da operação.
A Taurus já recebeu dezenas de prêmios em reconhecimento pelo seu elevado padrão de qualidade e inovação, como o "Handgun of the Year", considerado a premiação mais importante da indústria de armas dos Estados Unidos. A empresa possui um portfólio completo de produtos composto por revólveres, pistolas, submetralhadoras, fuzis, carabinas, rifles e espingardas, atendendo os mercados militar, policial e civil.
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