A decisão de criar uma Força Naval foi tomada pela Duma de Boiardos no fim de outubro de 1696. Logo a seguir, no país começaram a ser construídos navios e portos. A formação rápida da flotilha foi condicionada pela necessidade de superar o isolamento territorial, político e cultural do país, disse em entrevista à Voz da Rússia o perito militar Igor Korotchenko:
“O imperador Pedro , o Grande colocou a tarefa de transformar o país numa potência forte, o que só era possível garantir abrindo acesso da Rússia ao mar, porque o comércio com países estrangeiros era feito na Europa em grande parte através das vias marítimas. Os navios de guerra deveriam proteger a Marinha mercante. Para elevar o papel e o prestígio do Império, Pedro, o Grande tomou a decisão de constituir uma Força Naval. O imperador visitou previamente a Europa, onde, em estaleiros na Holanda, até dominou a mestria de carpinteiro naval”.
Nos primeiros dez anos de construção naval ativa, a Rússia ganhou mais de 200 navios. As primeiras frotas foram formadas nos Mares de Azov e Báltico e, posteriormente, no Pacífico e no Mar do Norte. Já no início do século XIX, a Marinha Russa ocupava o terceiro lugar no mundo pelo número de navios de combate. Os marinheiros russos alcançaram muitas vitórias brilhantes. Nos anos da Segunda Guerra Mundial, a Marinha soviética resistiu a duras provações, dando cobertura segura a flancos de frentes e aniquilando as forças fascistas no mar, na terra e no ar.
Ao mesmo tempo, a Marinha Russa é conhecida não apenas por suas vitórias militares. Desde o início do século XIX, exploradores russos empreendiam constantemente navegações ao redor do mundo. No século XX, embarcações de investigação geográfica cruzavam também mares e oceanos, investigando zonas árticas e antárticas e os mares meridionais. Graças a isso, não apenas eram exploradas novas terras, mas também contribuía para o desenvolvimento da oceanografia.
A Marinha de Guerra da Rússia inclui hoje navios de superfície e submarinos, aviação naval: tática, estratégica, de coberta e costeira, assim como tropas da guarda costeira, fuzileiros navais e unidades de retaguarda. No quadro do programa russo de desenvolvimento de armamentos até 2020, são adquiridos novos equipamentos e construídos navios de combate e submarinos atómicos e a diesel.
“Precisamos de uma Marinha que responda adequadamente a novas ameaças e desafios à segurança da Federação Russa. Esta deve ser uma Marinha oceânica contemporânea, capaz de resolver diferentes tarefas, inclusive longe do litoral russo”, diz Igor Korotchenko.
Entretanto, em 30 de outubro é celebrada não apenas a criação da Marinha. No mesmo dia é assinalada também a festa profissional de marinheiros, uma das mais difíceis profissões no mundo.