A Sete Brasil, holding dedicada a gerir portfólios de ativos na área de petróleo e gás, está negociando novos compromissos com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) para garantir a performance dos contratos de construção de sete sondas de perfuração de petróleo, negócio de US$ 5,2 bilhões. As discussões podem levar à adoção de sanções por atrasos nas obras antes da entrega dos equipamentos. A Sete só pode multar o estaleiro por atrasos depois de concluído o prazo de 48 meses previsto em contrato para entrega da primeira unidade.
Pelas novas condições, poderiam ser aplicadas multas a partir, por exemplo, do 36º mês a contar da assinatura do negócio. O contrato para construção das sete sondas entre a Sete Brasil e o EAS foi assinado em junho de 2011. Os problemas de gestão no EAS levaram a atraso de sete meses no cronograma de entrega da primeira sonda pelo estaleiro.
Uma fonte disse que é possível recuperar parte do tempo perdido. O EAS contratou a LMG Marin para fornecer o projeto das sondas associada a um construtor polonês, a Remontowa. As empresas entregaram o projeto básico e iniciaram a colocação de compras para as sondas. A fonte afirmou que a situação no EAS é melhor do que era há quatro meses, quando foi oficializada a saída dos coreanos da Samsung.
No fim de junho, o EAS fechou consultoria técnica com a japonesa IHI. O movimento abriu a porta para uma possível entrada dos japoneses como sócios do estaleiro. A avaliação de um executivo é que até o fim do ano a IHI poderá definir se entra como sócia estratégia do EAS. A expectativa é que o estaleiro comece a fazer os cortes de chapa da primeira sonda da Sete entre dezembro deste ano e janeiro de 2013.
No total, a Sete Brasil assumiu o compromisso de operar 28 sondas para a Petrobras, investimento de US$ 27 bilhões. A primeira unidade será entregue pela Jurong que fará partes do casco em Cingapura e a montagem final no Brasil. Essa primeira sonda está prevista para ser entregue em 15 de junho de 2015. A Sete Brasil deve contratar, ainda este mês, outras cinco unidades com a Jurong, que tem projeto de estaleiro em Aracruz (ES).
A segunda das 28 sondas a ser entregue deve sair do Brasfels, de Angra dos Reis (RJ) ou do próprio EAS. No dia 24, a Sete Brasil vai assinar contrato de construção de mais cinco sondas com o Brasfels (em dezembro havia contratado uma unidade cujo início de produção começou na sexta-feira). O Brasfels foi o primeiro a atender as exigências da Petrobras nas auditorias que a empresa está fazendo nos estaleiros que vão construir as sondas.
A Petrobras deu sinal verde para a Sete Brasil contratar as sondas com o Brasfels. Na segunda-feira, começou a contar o prazo de 48 meses para entrega da primeira unidade do estaleiro para a Petrobras. A Sete terá de assinar contratos de afretamento com a Petrobras para essas seis unidades do Brasfels. O mesmo modelo será usado para as sondas que ainda não foram contratadas pela Sete Brasil com o Enseada do Paraguaçu (seis unidades) e com o Estaleiro Rio Grande (três).