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Os Mistral russos serão acantonados em Vladivostok

Conjugam em si a Força Aérea (a configuração russa inclui 8 helicópteros Aligátor K52K e 7 helicópteros militares de transporte K29), o desembarque de infantaria naval de até 450 fuzileiros e 13 tanques contemporâneos ou 70 veículos blindados de reconhecimento. É importante que os franceses transmitem aos russos a tecnologia de construção de navios, incluindo o serviço de direção informativa e os equipamentos radioeletrônicas de bordo.

São nomeadamente os equipamentos eletrônicos dos Mistral que permitem dirigir eficazmente agrupamentos instalados de diferentes armas e integrar o navio no esquema de ações da Marinha. Em outras palavras, os Mistral podem ser utilizados tanto como navios de ataque, como uma parte de um agrupamento unificado em regime de máxima sincronização de ações com outros vasos de guerra. Após a entrega de dois Mistral à parte russa, mais dois navios serão construídos por licença na Rússia no estaleiro do Báltico, o que permite dispor de pacote inteiro de novas tecnologias.

Vladivostok será o ponto de baseamento dos Mistral fornecidos pela França. Esta decisão é comentada por Philippe Migault, analista militar e antigo observador militar do jornal Le Figaro:

“A meu ver, a tarefa principal destes navios após seu acantonamento em Vladivostok será ressaltar a posse do Extremo Oriente pela Rússia em relação a alguns outros países da região. Com certeza, são navios militares, mas eles têm armamentos fracos e a sua tarefa consiste em destacar a presença e a soberania da Rússia naquela região. Evidentemente, os Mistral russos não terão por missão contrapor-se à 7ª Esquadra dos Estados Unidos, mas eles são capazes de sinalizar ao Japão a posição da Rússia em relação às ilhas Curilas ou demostrar a bandeira russa à China que acaba de construir seu primeiro porta-aviões. Os russos assinalam que as terras russas continuarão a ser tais.”

Atualmente, fala-se muito da reorientação do centro de gravidade da economia mundial para a Ásia. Será possível considerar que o envio por Moscou de seus novos navios para aquela região indica uma troca de seu curso geopolítico com viragem para o Extremo Oriente do país? Philippe Migault responde assim a esta pergunta:

“Desde o ponto de vista da razão, o último encontro de cúpula da APEC em Vladivostok mostrou que a Rússia insiste na transferência do centro de gravidade para a Região Asiática do Pacífico. Mas falando de coração, considero pessoalmente que pela sua cultura a Rússia é um país europeu. Espero que uma nova focagem de interesses russos não signifique uma perda do interesse da Rússia em relação à Europa por causa de algumas ações grosseiras empreendidas pela União Europeia relativamente à Rússia. A União Europeia não inclui toda a Europa. Existem ainda outras possibilidades de construção da Europa em conjunto com a Rússia. Espero que a Rússia não se volte definitivamente para o lado do Leste, o que será muito triste tanto para nós, como para ela."

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