Operação “Lançamento de Armas”: Marinha testa o seu poder de combate

Exercício ocorreu no litoral do Rio de Janeiro e contou com lançamento de mísseis e bombas

Por Segundo-Tenente (RM2-T) Larissa Vieira

A Marinha do Brasil (MB) conduziu, entre os dias 15 e 18 de junho, a Operação “Lançamento de Armas II/2024”, mobilizando navios e aeronaves da Esquadra, no litoral entre as cidades do Rio de Janeiro e Cabo Frio (RJ). O objetivo da Operação é elevar o nível de adestramento dos militares e aprimorar a eficácia dos sistemas de armamentos, por meio de disparos sobre um alvo de superfície.

Para o Comandante do Grupo-Tarefa da Operação, também Comandante da 2ª Divisão da Esquadra, Contra-Almirante Jorge José de Moraes Rulff, as comissões de lançamento de armas são essenciais, pois permitem avaliar e aprimorar a capacidade de resposta da Força Naval em cenários reais de combate.

Toda operação de Lançamento de Armas é muito importante para incrementar o grau de adestramento da Esquadra, dos meios navais e aeronavais, possibilitando assegurar que nossos sistemas de armas e equipes estejam perfeitamente alinhados e preparados para qualquer eventualidade que ameace a segurança da nossa Pátria e as riquezas da nossa imensa Amazônia Azul”, explicou.

Execução

A Operação começou com o transporte do alvo pela Corveta “Caboclo”, desde a Base Naval do Rio de Janeiro até a área designada para o exercício. Na manhã seguinte, desatracou, do mesmo local, a Fragata “Defensora”, Capitânia da Operação, onde estava embarcado o Comandante do Grupo-Tarefa.

Para a preparação dos militares envolvidos com o exercício, foi elaborado um cenário crível fictício que embasasse a ação: um navio mercante, suspeito de envolvimento com uma organização extremista, monitorado pelo Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz), atacou uma plataforma de petróleo brasileira. Em resposta, a Segunda Divisão da Esquadra foi mobilizada para neutralizar o inimigo.

Os primeiros disparos foram realizados por helicópteros SH-16, que lançaram os mísseis Ar-Superfície (MAS) “Penguin” para impacto simultâneo no alvo. Em seguida, um caça AF-1 efetuou o lançamento de bombas de Baixo Arrasto para Fins Gerais, de média e alta altitude, e disparos com metralhadoras de 20mm sobre o alvo.

O Comandante da Força Aeronaval, Contra-Almirante Emerson Gaio Roberto, enfatizou a importância dessas operações para aprimorar a capacidade de empregar armamentos com eficácia e segurança e reforçar o compromisso da Marinha de estar preparada para agir em defesa da Pátria. O controle aéreo durante o arremesso das bombas foi coordenado pelo helicóptero AH-15B “Pegasus”, direcionando os ataques dos helicópteros e dos caças.

Em seguida, a tripulação da Fragata “Defensora” se preparou para efetuar tiros de superfície com o canhão de 4.5 polegadas. Segundo o Comandante do Capitânia, Capitão de Fragata Gustavo Almeida Matos de Carvalho, a atuação do navio na Operação ampliou, significativamente, a capacidade do poder de combate em proteger a Amazônia Azul.

O exercício também incluiu a participação de um destacamento de Mergulhadores de Combate das Operações Especiais da Marinha, responsável pela infiltração no alvo para ativar o dispositivo gerador de calor e a carga explosiva.

A Marinha contou ainda com a colaboração da Força Aérea Brasileira, com a aeronave P-95, que efetuou a limpeza da área, assegurando que não houvesse outras embarcações ou aeronaves presentes durante as ações. Os diferentes tipos de armamentos empregados culminaram no afundamento do alvo.

A minha avaliação, como Comandante do Grupo-Tarefa, é que a nossa missão foi cumprida. Nós conseguimos otimizar esses dois dias e meio de mar e incrementar o adestramento, tanto do navio e aeronaves, quanto da tripulação de bordo“, afirmou o Contra-Almirante Rulff, Comandante da 2ª Divisão da Esquadra.

A importância do adestramento

A missão principal das Forças Armadas é a defesa da Pátria. Nesse contexto, a Marinha do Brasil (MB) orienta suas ações por documentos estratégicos fundamentais, como a Política e Estratégia Nacional de Defesa, o Plano Estratégico da Marinha, os Fundamentos Doutrinários da Marinha e a Estratégia de Defesa Marítima. Esses documentos delineiam os campos de atuação da Marinha e definem as Tarefas Básicas do Poder Naval, proporcionando uma rastreabilidade doutrinária, na execução de suas ações.

Para cumprir suas atribuições de forma eficaz, a MB precisa se manter continuamente adestrada e bem-preparada. Exercícios reais de lançamento de armas, como o “Lançamento de Armas II/2024”, são necessários para manter a prontidão operacional. Esse exercício foi planejado com base nas diretrizes estabelecidas pelos documentos estratégicos, garantindo que a MB esteja pronta para cumprir sua missão e fortalecer a capacitação dos seus militares e meios operacionais.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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