Duzentos e sessenta fuzileiros navais têm se preparado, durante a Operação “Felino 2013”, para integrar a missão de paz no Haiti. Durante o exercício, que acontece de 16 a 27 de setembro, foi montada uma estrutura, camada de Base “Felina”, semelhante à base da Marinha do Brasil, instalada atualmente no país.
A estrutura, formada por containeres e tendas, abriga a área administrativa, o Estado-Maior, o alojamento, a área de saúde, o depósito, além do espaço para alimentação. Os militares abrigados na base integram componentes de combate terrestre, de apoio de serviço ao combate e de comando.
“Procuramos reproduzir da melhor maneira possível a base. Em continuidade à ‘Felino’, haverá outro exercício chamado de ‘Adest Batalhão de Proteção’ para essa mesma tropa que está se preparando para o 19º contingente no Haiti. A ‘Felino’ é montada no contexto de operação de paz e, aqui, eles têm a oportunidade de se adestrar nas diversas missões e atividades que lá realizarão”, declarou o Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) Eduardo Claudio Eduardo Silva Dias, Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais constituído para essa operação.
Na “Felino”, já encerrada a fase da projeção anfíbia, que, no tema criado, deu partida ao desdobramento e ao início do cumprimento da missão da Força-Tarefa Conjunta Combinada (FTCC), comandada pelo Contra-Almirante (FN) Paulo Martino Zuccaro, Comandante da Divisão Anfíbia, os fuzileiros navais executam ações de modo semelhante às que são feitas feito pelos fuzileiros navais no Haiti. Esse contingente será o 19º a participar da Missão de Estabilização das Missões de Paz no Haiti (MINUSTAH) e iniciará seu movimento para aquele país amigo em novembro deste ano.
Países da CPLP avaliam positivamente a condução dos exercícios
A primeira semana da Operação “Felino”, de 16 a 22 de setembro, foi marcada pela etapa denominada “Acadêmica”, dedicada à finalização do planejamento iniciado em Moçambique, em fevereiro deste ano. A seguir, desde o dia 23 de setembro, diversos exercícios práticos e simulados, que incluem pessoal escalado para figurar as forças adversas, vêm sendo realizados pelos militares, por meio da tropa no terreno.
No mar, o Navio de Desembarque de Carros de Combate “Almirante Saboia” e o Navio-Patrulha Oceânico “Amazonas”, depois de concluída sua participação na projeção anfíbia, realizam patrulhas, abordagens a contatos suspeitos, interrogações e escoltas, com base na experiência que a Marinha do Brasil possui na Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano.
Em terra, os militares treinam o relacionamento com líderes locais, postos de controle de trânsito, patrulhas, proteção de pontos sensíveis, escoltas e ações de defesa química, biológica, radiológica e nuclear.
Já no ar, o adestramento em evacuação aeromédica, busca e salvamento e transporte logístico estão entre as ações realizadas.
Postos de controle de trânsito
O Capitão-de-Mar-e-Guerra João Ribeiro Nobre da Silva Ramos, Oficial do Estado-Maior de Portugal, explicou a dinâmica da operação. “Há uma grande preocupação de que todos os países participem, aliás, o exercício agora é feito numa série de um biênio: no primeiro ano, é o exercício na carta e, no segundo ano, o mesmo exercício só que no terreno. Isso faz com que todos os países estejam envolvidos no planejamento e na execução do exercício e esse é fundamentalmente o objetivo da “Felino”.
Operação “Felino”
A Operação “Felino” é coordenada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério da Defesa, e este ano foi planejada e executada pela Marinha do Brasil. Participam da operação sete Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Durante duas semanas, uma série de situações simuladas vêm sendo apresentadas para o treinamento do pessoal envolvido, com o intuito de preparar as Forças Armadas das nações da CPLP para o eventual emprego em operações de paz sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU) e de Assistência Humanitária. Este ano, aproximadamente mil militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro, da Força Aérea Brasileira e dos demais países da CPLP participam das ações de treinamento.