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Militares brasileiros contribuem para um mundo livre de conflitos armados, diz Amorim no Líbano

O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou que o Brasil tem contribuído decisivamente, junto a outros países e organismos multilaterais como as Nações Unidas, para a construção de um mundo melhor, livre de conflitos armados.

As declarações de Amorim foram feitas no último domingo (20) durante a cerimônia que marcou a substituição da Fragata União (F-45) da Marinha brasileira pela Fragata Liberal (F-43) na missão de paz da Organização das Nações Unidas no Líbano (Unifil). Desde outubro de 2011, o Brasil mantém uma fragata como nau capitânia da Força Tarefa Marítima (MTA) composta por nove navios de diferentes países, e que integra a missão de paz.

O comando da MTA, sob a responsabilidade do Brasil, está a cargo do contra-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith. A principal tarefa do braço marítimo da missão militar é evitar a entrada, por mar, de armas e explosivos em território libanês. No entanto, nos limites do mandato estabelecido pela ONU, a Marinha brasileira tem feito muito mais, capacitando oficiais e praças da Marinha libanesa em operações navais para que o país possa, no futuro, assumir tarefas que hoje estão sob a alçada da Unifil.

Num clima de emoção, integrantes das marinhas brasileira e libanesa, além de representantes diplomáticos de diversos países, ouviram o discurso do ministro Celso Amorim a bordo da fragata União. Ele destacou o esforço e profissionalismo dos brasileiros na missão. “Não muitos países são capazes de enviar uma fragata para local tão distante de seu litoral por período tão extenso como temos feito nos últimos sete meses”, assinalou o ministro.

Amorim lembrou também que o Brasil é um importante contribuinte de tropas para as operações de peace-keeping da ONU, participando, atualmente, de oito missões de paz, seja por meio de observadores, como ocorre na Síria, seja por intermédio do deslocamento de grandes contingentes militares, a exemplo do Haiti.

Dirigindo-se ao comandante da fragata União, o capitão-de-fragata Ricardo Gomes e sua tripulação, Amorim agradeceu o trabalho realizado e destacou o pioneirismo da tarefa desempenhada pelos marinheiros na missão, uma vez que a União foi a primeira embarcação brasileira a liderar uma força marítima em missão da ONU. “A história reservará um lugar especial para todos vocês. Homens repletos de coragem, competência e determinação que cumpriram a missão confiada: contribuir para a causa da paz.”

O ministro desejou, em discurso, sucesso ao capitão-de-fragata José Luiz Ferreira Canela, oficial que comandará a fragata Liberal, embarcação que vai permanecer no Mediterrâneo até novembro deste ano. O navio dispõe das mesmas capacidades operacionais da União, com sistema de armas atualizado e helicóptero multi-emprego, e conta com uma tripulação de cerca de 250 homens.

Durante visita às duas fragatas brasileiras, Amorim ouviu dos oficiais da Marinha relatos sobre a missão, que, segundo eles, tem contribuído efetivamente para evitar a entrada de armamento no Líbano, além de baixar a tensão das relações entre países em conflito na região. O trabalho brasileiro, afirmam, tem sido reconhecido pelo Líbano.

Na cerimônia de despedida da União, estiveram presentes o comandante das Forças Armadas Libanesas, general Kawadji, além do comandante da Marinha do país, almirante Nazih Baroudi. O evento também teve a participação do embaixador do Brasil no Líbano, Paulo Roberto Campos Tarrisse da Fontoura; do chefe da Unifil, general Paolo Serra; do comandante de Operações Navais da Marinha brasileira, almirante-de-esquadra Max Roffé Hirschfeld; e do chefe do Centro de Assuntos Estratégicos do Ministério da Defesa, almirante-de-esquadra Carlos Augusto de Sousa.

Encontros com lideranças

Além de participar da cerimônia de troca das fragatas, na viagem de três dias ao Líbano, Amorim manteve encontros com as principais lideranças políticas do país. O ministro teve audiências com o presidente da República, general Michel Sleiman (foto acima); com o presidente da Assembleia Nacional, Nabih Berry (foto abaixo); com o ministro da Defesa, Fayes Ghosn; com o chanceler, embaixador Adnan Mansour; e com o comandante do Exército, general Jean Kajwaji.

Nos encontros, Amorim reiterou o compromisso do Brasil em auxiliar o Líbano por meio da Unifil. Ele manifestou a intenção de ampliar a cooperação com o país na área de defesa com iniciativas para além do que já vem sendo feito na missão de paz, a exemplo do incremento da participação de oficiais em cursos oferecidos pelas Forças Armadas de ambos os países.

Em suas conversas, o ministro brasileiro lembrou os laços históricos entre os dois países. Ele mencionou o fato de que, atualmente, vivem em várias regiões do Brasil milhões de descendentes de libaneses.

Amorim também conversou com lideranças sobre os reflexos da crise da Síria no Líbano. O ministro informou a seus interlocutores que 11 militares brasileiros se encontram na Síria, na condição de observadores, como parte do esforço internacional para auxiliar o país a por um fim no conflito interno.

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