Antônio Werneck
A Marinha recebe esta semana o primeiro dos três navios-patrulha que comprou do Reino Unido para combater ações ilegais na costa do Estado do Rio. As embarcações serão usadas para reprimir pirataria, contrabando, tráfico de drogas e pesca sem licença. Elas também irão monitorar casos de vazamento de óleo, repassando informações às autoridades ambientais, além de atuar em salvamento. O primeiro navio foi batizado de Amazonas e é parte da estratégia do governo de reforçar a frota da Marinha, para defender as riquezas naturais brasileiras no Oceano Atlântico, inclusive o pré-sal. Cada embarcação custou cerca R$ 103 milhões.
O Amazonas chega ao Arsenal da Marinha no Rio na próxima quarta-feira e será recepcionado, numa cerimônia, pelo almirante de esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld, comandante de Operações Navais da Marinha. Depois de deixar o Reino Unido, o navio levou dois meses para chegar ao Rio.
Até 35 dias no mar
Segundo a Marinha, até dezembro terá início um programa de compras que investirá R$ 8 bilhões em diversos tipos de embarcações, para aumentar a presença e a força de combate no mar.
– Foi uma excelente aquisição, uma compra de oportunidade a um preço bastante aceitável. No futuro, possivelmente, nós já teremos autorização para construir navios desse tipo no país – disse o comandante da Marinha, almirante de esquadra Julio Soares de Moura Neto.
O navio-patrulha, construído pela empresa BAE Systems Maritime, pesa duas mil toneladas e é o primeiro do tipo a ser entregue ao Brasil. A firma também construiu os dois outros navios patrulha que devem chegar em breve ao Rio, o Apa e o Araguari. Com capacidade para passar 35 dias no mar, cada embarcação possui um canhão e duas metralhadoras. Os navios-patrulha podem transportar até seis contêineres e duas lanchas, além de abrigar um heliponto, o que os torna aptos a operar em ações humanitárias ou de resgate de náufragos.
Quando as três embarcações estiverem na cidade, ao menos uma estará sempre em operação. Durante a viagem em direção ao Brasil, o Amazonas atracou nos portos de Lisboa (Portugal), Las Palmas (Espanha), Mindelo (Cabo Verde), Cotonou (Benim), Lagos (Nigéria) e São Tomé (São Tomé e Príncipe).