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Marinha conclui semana de exercícios que reforçam capacidade de resposta do Sistema de Defesa NBQR em Iperó (SP)

Mais de 620 pessoas atuaram no treinamento

Por Edwaldo Costa e Capitão-Tenente (T) Lara Medeiros – Iperó, SP

Entre os dias 18 e 21 de setembro, militares da Marinha do Brasil e civis que trabalham no Centro Experimental ARAMAR (CEA) realizaram um treinamento Nuclear, Biológico, Químico e Radiológico (NBQR), na cidade de Iperó (SP). O exercício conjunto é coordenado pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e pelo Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil (CDefNBQR-MB).

Segundo o Diretor do CTMSP, Vice-Almirante (Engenheiro Naval) Guilherme Dionizio Alves, a semana foi marcada por uma intensa interação entre civis e militares da Marinha, que atuaram juntos em uma série de eventos planejados, cujo objetivo principal é preparar o pessoal (militar e civil) para viabilizar respostas rápidas e eficazes a emergência de natureza nuclear, radiológicas e segurança física.

“Essas ações visam garantir a segurança do pessoal, das instalações e do meio ambiente e permitem afirmar que a possibilidade de ocorrência de incidente ou acidente radiológico, em Aramar, é muito remota, em função de todas as preocupações relativas à qualificação do pessoal e ações no projeto de engenharia que prevê redundâncias nos sistemas e instalações”, disse o Almirante Guilherme.

O Assessor para o Ciclo do Combustível Nuclear, Ricardo Gomide, que trabalha no CINA desde 1988, explica que “o exercício capacita a execução de ações que poderão ser utilizadas em apoio a emergências nas instalações nucleares do Programa Nuclear da Marinha, que integra o Programa Nuclear Brasileiro, a fim de contribuir para as respostas às emergências e à mitigação de suas consequências. Não menos relevante é a integração das habilidades e competências militares e civis de forma eficaz”.

No primeiro dia, houve teste de comunicações, controle de distúrbios, desativação de artefatos explosivos e ataque cibernético. O Comandante do Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica de Aramar (BtlDefNBQR-ARAMAR), Capitão de Fragata (Fuzileiro Naval) Carlos Magno Ferreira da Costa, explica que “o exercício está inserido no contexto da Portaria nº 200/2023 do Estado-Maior da Armada, que estabelece as diretrizes para o acionamento da estrutura do Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha, incluindo a Força de Fuzileiros da Esquadra, para reforço das atividades de safety e security executadas no CEA, quando em situação de emergência NBQR, a fim de contribuir com o restabelecimento das condições de segurança do pessoal e das instalações existentes em Aramar”.

Durante o segundo dia, foram realizadas atividades de patrulha, simulação de explosão no Laboratório de Materiais Nucleares (LABMAT), tentativa de retirada de material nuclear não autorizado e escolta de material nuclear.
Na simulação no LABMAT, os feridos foram encaminhados a uma Unidade Avançada de Trauma, com emprego de telemedicina, pertencente à Unidade Médica Expedicionária da Marinha.

No último dia, o Comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra, Vice-Almirante (Fuzileiro Naval) Renato Rangel Ferreira, acompanhou os exercícios realizados na Usina de Hexafluoreto de Urânio e no Laboratório de Enriquecimento Isotópico, onde foi simulado a descoberta de artefato explosivo em cilindro de hexafluoreto de urânio (UF6).

Essa integração demandou coordenação entre todos os envolvidos, desde a fase de planejamento até a sua execução, reunindo as práticas já existentes no CTMSP com as especificidades da atuação de outras organizações militares e civis.

Para o Comandante do CDefNBQR-MB, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Flávio Lamego Pascoal, o presente exercício reforça a posição da Marinha do Brasil na liderança e condução do setor estratégico nuclear brasileiro, conforme preconiza a Estratégia Nacional de Defesa: “A participação da Marinha, junto com outras instituições, é uma oportunidade de aprimorar a sinergia entre os atores integrantes do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro”.

Ao todo, estão sendo empregados 620 militares, que reforçam o compromisso da Marinha com o desenvolvimento do Setor Estratégico Nuclear Brasileiro. Além disso, trata-se de uma excelente oportunidade de treinamento para atuação em apoio ao Governo, órgãos e agências integrantes do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro, na evacuação, atendimento de saúde, socorro e proteção da população e do meio ambiente.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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